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25.3.2019
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Equipe Afya Educação Médica
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A obesidade já pode ser considerada uma epidemia no Brasil. Afinal, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), existem mais de 18 milhões de pessoas obesas no país. Se consideradas todas que estão acima do peso, o número passa de 70 milhões. A cada ano, são 2 milhões de novos casos.
Os números preocupam, principalmente, porque o excesso de peso é um dos fatores mais relevantes para outras doenças, como o diabetes e a hipertensão. Sem contar em todos os problemas emocionais e psicológicos envolvidos. Por isso, o melhor mesmo é prevenir. Mas você sabe como é possível fazer a prevenção da obesidade? Neste post mostramos tudo sobre a doença. Acompanhe!
Trata-se do acúmulo de gordura no organismo, distribuído por todo o corpo ou localizado, sobretudo, na região abdominal. Decorre, na maioria dos casos, do consumo exagerado de calorias na alimentação. Ou seja, a ingestão de alimentos é superior ao gasto energético do indivíduo. É bom lembrar que cada pessoa tem necessidades calóricas próprias, de acordo com a sua rotina, a prática de atividades físicas e até a genética.
No entanto, ao ingerir mais alimentos que o necessário, o normal é ganhar peso, uma vez que as calorias extras não são usadas na forma de energia, sendo convertidas em gordura e armazenada nos tecidos adiposos. Para saber se alguém é obeso, o parâmetro mais utilizado é o Índice de Massa Corporal (IMC). Ele compara a quantidade de gordura com a composição de massa muscular. Adiante, mostraremos como calcular e quais os valores recomendados.
A obesidade pode ser categorizada a partir de diferentes fatores, como a causa, o formato do corpo e o próprio IMC. O primeiro está relacionado à origem, com o fato da pessoa ser obesa em razão do consumo de calorias em excesso (primária) ou resultado de alguma doença (secundária). A seguir, veja quais são os outros dois.
Homogênea: quando a gordura se distribui por igual em todo o corpo, incluindo braços e pernas.
Androide: o tipo de obesidade típico de homens ou mulheres depois da menopausa. A gordura fica acumulada no tórax e abdômen, oferecendo mais riscos de doenças cardiovasculares.
Ginecoide: mais comum nas mulheres, em que a gordura fica concentrada na região dos quadris e nas coxas. Costuma ser associada aos casos de artrose e varizes nas pernas.
O IMC é calculado dividindo-se o peso pela altura ao quadrado. Dessa forma, um IMC ideal fica em torno de 18,5 a 24,9. Qualquer valor acima disso é entendido como excesso de peso, da seguinte maneira:
A doença pode ser motivada por diversos fatores, inclusive, de maneira concomitante, como a genética, o estilo de vida, problemas emocionais, entre outros. Em casos mais raros, a obesidade pode estar relacionada a distúrbios metabólicos, como a síndrome de Cushing, ou hormonais, como o hipertireoidismo.
No caso da genética, um indivíduo pode ter maior propensão a acumular gordura, com uma menor conversão de calorias em energia. Já o estilo de vida está muito ligado à rotina do círculo familiar. É comum pais obesos terem filhos obesos não apenas pelos fatores genéticos, mas, principalmente, pela alimentação compartilhada por todos. Da mesma forma, o dia a dia da família, no trabalho e em outras atividades, afeta o quanto uma pessoa é mais ativa ou não.
É o caso de quem trabalha em escritório e passa muito tempo sentado, estando sujeito a diversos problemas médicos decorrentes do sedentarismo. No entanto, a dieta alimentar continua sendo o fator mais relevante para a obesidade. Afinal, uma alimentação rica em calorias contribui substancialmente para o ganho de peso. É o caso de quem dá preferência por alimentos gordurosos e ricos em carboidratos.
Menos comum, mas relevante, é a influência de alguns medicamentos, como antipsicóticos, betabloqueadores e esteroides. Eles alteram o metabolismo e, por isso, exigem mais cuidado dos pacientes que fazem uso contínuo. As drogas, bebidas alcoólicas e o cigarro atuam da mesma maneira e, por isso, devem ser evitados. A obesidade também pode acontecer em qualquer idade. Porém, o risco aumenta com o envelhecimento, tendo em vista as alterações hormonais e a redução do ritmo do metabolismo. As necessidades calóricas diminuem com o tempo, exigindo mais controle.
A obesidade em si não é sintomática. No entanto, as pessoas obesas podem sentir um desconforto decorrente do excesso de peso. Elas ficam mais sujeitas a dores musculares, têm os movimentos limitados, transpiram mais e podem se cansar mais facilmente.
O primeiro passo para o diagnóstico da obesidade é calculando-se o IMC. Obviamente, o peso e a própria aparência são características a serem consideradas. Porém, mesmo uma pessoa aparentemente mais magra pode ter sobrepeso ou obesidade, sobretudo do tipo androide e ginecoide. Além disso, outros exames podem ser realizados, como o de glicemia em jejum, o de colesterol total e um exame de sangue detalhado para verificar problemas hormonais.
Existem diversos medicamentos para a obesidade, nenhum deles, com eficácia de longo prazo. Os efeitos colaterais também podem oferecer riscos para os pacientes e, por isso, só devem ser ingeridos com recomendação médica. O melhor mesmo é tentar tratar por meio de uma alimentação pouco calórica, associada à prática de exercícios físicos regulares, principalmente aeróbicos. Também é importante dormir bem, parar de beber e fumar.
De qualquer forma, o tratamento para obesidade é demorado e envolve diversos especialistas, como nutrólogos, endocrinologistas, cardiologistas, nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas e psicólogos. É necessário que o paciente adote um novo estilo de vida, bem mais saudável. Em último caso, o médico pode recomendar uma cirurgia, principalmente para os casos de obesidade mórbida, em que o paciente não tem mobilidade, e quando outros problemas de saúde, como diabetes e hipertensão, oferecem risco de vida. É preciso destacar que o procedimento cirúrgico não exclui a reeducação alimentar e a adequação da rotina.
Ainda que existam fatores genéticos e ambientais que favoreçam o desenvolvimento da obesidade, na maioria dos casos, ela pode ser evitada. Para prevenir, é fundamental adotar um estilo de vida mais saudável, que considere todos os aspectos da rotina.
A prática regular de exercícios físicos é fundamental tanto para a prevenção quanto para o tratamento da obesidade. As atividades aeróbicas, como a caminhada, a bicicleta e a natação, são as mais recomendadas, por queimarem calorias e melhorarem as funções cardíacas. Além disso, exercícios de força, como musculação e treinamento funcional, contribuem para a queima de gordura e o ganho de massa muscular.
Para tanto, são necessários cerca de 60 minutos de atividade física, pelo menos, 4 vezes por semana. É fundamental que essa prática seja acompanhada de um profissional, evitando danos nas articulações e na coluna vertebral. Por fim, vale destacar a necessidade de se cuidar do lado emocional da pessoa obesa. Afinal, a obesidade pode implicar uma não aceitação do próprio corpo, exigindo um trabalho conjunto dos profissionais da saúde. De qualquer forma, apesar de ser um problema crônico, na maioria dos casos, dá para ter uma melhora significativa no quadro.
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