Escrito por
Publicado em
2.6.2018
Escrito por
minutos
É muito comum que os sintomas de ansiedade e depressão sejam confundidos. Apesar de serem duas condições com causas emocionais semelhantes, elas são diferentes entre si.
O médico deve saber distingui-las para indicar o tratamento adequado de uma ou outra. No entanto, é preciso frisar que, além do foco estar no recurso terapêutico, também inclui o domínio de conhecimento para saber identificar os momentos de crise, a fim de evitá-los.
Para esclarecer os principais pontos de confusão entre ansiedade e depressão, reunimos neste post algumas informações. Acompanhe!
A ansiedade é definida como uma sensação que gera desconforto e evidente aflição. Tudo acontece antes de um evento real ou imaginário, como quando alguém precisa fazer algum teste importante, falar em público ou qualquer outro evento desafiador.
A pessoa ansiosa tem essa sensação porque se sente ameaçada diante de uma situação específica, procurando se privar do possível medo que vem pela frente.
A condição se torna patológica quando passa a prejudicar a vida do paciente, atrapalhando seu bem-estar e comportamento e impedindo-o até mesmo de enfrentar as ocasiões de risco.
A depressão, por sua vez, é um problema emocional que tem como principais características desânimo acentuado e baixa autoestima, que podem surgir devido a diversos motivos. A depressão muda a química do cérebro do indivíduo, ou seja, os neurotransmissores, como serotonina e dopamina, não são produzidos em quantidade suficiente.
Quando falamos dos sintomas da ansiedade, é importante destacar que eles são muito mais intensos do que aquela ansiedade normal do dia a dia. Manifestam-se na forma de:
Os sintomas da depressão também precisam de atenção, pois se diferenciam das sensações normais e naturais de humor. Muitas vezes, eles estão associados a questões muito maiores, como o pânico e a dependência química. Entre os sintomas mais comuns, estão:
Os pontos que diferenciam a ansiedade da depressão são tão tênues que é difícil, mesmo para um médico profissional, distinguir quando um indivíduo sofre de alguma dessas condições. Em alguns casos, inclusive, elas podem estar sobrepostas, ou seja, vivendo juntas.
Além disso, podem ser consequência uma da outra. A depressão pode ser causada em razão dos quadros de ansiedade, assim como a ansiedade pode ser causada por quadros depressivos.
Veja abaixo quais são os pontos de confusão mais comuns sobre as duas condições:
A dificuldade de concentração pode ser um sintoma de ansiedade e depressão, e é por isso que os ambos são facilmente confundidos. Em pessoas ansiosas, o sinal aparece diante de uma rotina composta de muitas atividades e com muitas tarefas para serem realizadas. Nesse caso, o ansioso fica pensando no que ainda falta realizar e acaba perdendo facilmente o foco.
O indivíduo que tem depressão, por sua vez, costuma perder o rendimento no trabalho ou nos estudos, já que a mente tende a ficar vazia. Nesse caso, essa reação se manifesta porque a pessoa depressiva se sente incompetente.
Quem sofre de ansiedade pode deixar de sentir fome porque recebe sinais de saciedade do hipotálamo. Essa ação acontece porque as situações estressantes aumentam a produção de ácido clorídrico. Já o excesso de peso (obesidade) é causado quando um indivíduo ansioso usa os alimentos como um mecanismo de defesa. Comer vira uma atividade de aconchego.
Tanto pacientes com ansiedade quanto os que têm depressão apresentam um desequilíbrio nos níveis de serotonina, que desempenham um papel fundamental na sensação de fome. É por isso que esse sintoma gera confusão quando o assunto gira em torno dessas duas condições.
Cansaço frequente e fadiga são comuns em pessoas com depressão, mesmo quando elas não realizam esforço físico. O indivíduo se queixa que simples atividades podem ser exaustivas, como vestir uma blusa e tomar banho.
A fadiga em quem tem ansiedade se manifesta porque a pessoa tem comportamento apreensivo, como ficar muito preocupado pensando no pior. Nesse caso, o corpo responde com o estresse que, por sua vez, faz com que o organismo desencadeie mudanças fisiológicas, patológicas e emocionais, que resultam em um corpo fadigado.
Ter dificuldades para dormir também é um sintoma de ansiedade e depressão. No primeiro caso, o excesso de preocupação e a agitação sentida durante o dia continuam mesmo na hora em que a pessoa vai dormir.
O indivíduo depressivo, por sua vez, se coloca em um círculo vicioso de pensamentos negativos e repetitivos, e acaba não conseguindo adormecer. No entanto, cabe frisar que o excesso de sono também é uma característica da depressão.
A pessoa que tem ansiedade apresenta uma angústia intensa, não consegue ficar quieta e tende a se desesperar. A depressão também tem como sintoma a inquietação. Nesse caso, porém, o indivíduo manifesta irritação exagerada e dificuldade de relaxar, tornando-se agitado.
O profissional da saúde mental é o responsável por diagnosticar a ansiedade e depressão. Ele pode começar fazendo perguntas detalhadas sobre os sintomas e histórico familiar do paciente.
Em alguns casos, é possível usar questionários psicológicos padronizados que ajudam a identificar o que está acontecendo com o paciente. Além disso, o médico pode fazer um exame físico para procurar sinais de ansiedade, como músculos enrijecidos e arritmia.
Como vimos, à primeira vista, a ansiedade e depressão podem consideradas condições bem parecidas. No entanto, apesar de serem desordens mentais, costumam se manifestar no corpo de formas diferentes. Por isso, o diagnóstico correto é essencial para que o tratamento adequado seja iniciado e, assim, o paciente possa recuperar o bem-estar.
E você, conhecia os pontos de confusão entre ansiedade e depressão? Gostou das informações do artigo? Então aproveite para conhecer o curso de pós-graduação em psiquiatria Ipemed!