Saiba quando pedir um teste genético para o paciente, seus benefícios, indicações e como integrar à prática clínica com segurança.
A genética médica pode até não fazer parte da sua rotina clínica, mas atenção: ela pode vir a ser útil. Com os últimos avanços na área, o acesso a esse tipo de exame ficou muito mais democrático e, consequentemente, muitas alterações podem ser identificadas em prol do bem-estar do paciente.
E o melhor: nem sempre essas alterações são diagnosticadas depois de algum sintoma aparecer. Com a genética, é mais fácil encontrar os fatores antes mesmo de eles se tornarem um problema.
Por conta disso, hoje, pedir um teste genético pode ser determinante para personalizar condutas, oferecer tratamentos mais precisos e orientar famílias sobre riscos hereditários. Mas, afinal, em quais situações o médico deve considerar esse recurso?
Continue a leitura para saber mais sobre o assunto.
O que são e como funcionam os testes genéticos?
Como você sabe, os testes genéticos são exames que analisam o DNA do paciente. O objetivo, aqui, é acabar identificando alterações ou mutações em genes, cromossomos ou proteínas.
Na prática, essas variações podem indicar predisposição a determinadas doenças, explicar sintomas já existentes ou orientar estratégias de prevenção.
E a maior vantagem é que, de modo geral, esse é um teste completamente não-invasivo. As amostras coletadas incluem sangue ou apenas o uso de swabs para a coleta de células ou saliva.
Quais são os principais benefícios do teste genético?
Os testes genéticos representam um avanço importante na medicina moderna, trazendo vantagens que vão muito além de um simples exame de sangue. Eles ajudam médicos e pacientes a conhecerem melhor a saúde atual e futura, permitindo decisões mais seguras e personalizadas.
Veja como esses benefícios aparecem na prática!
Prevenção personalizada
Um dos maiores ganhos é a prevenção direcionada. Ao identificar mutações genéticas que aumentam o risco de certas doenças, é possível adotar estratégias específicas para reduzir esses riscos.
Isso inclui mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico mais próximo, exames preventivos mais frequentes e, em alguns casos, o uso de medicamentos que evitam ou retardam o aparecimento da doença.
Por exemplo, alguém com predisposição genética para certos tipos de câncer pode fazer exames periódicos que detectam alterações ainda em estágio inicial, quando o tratamento é mais eficaz.
Diagnóstico precoce
Muitas condições de origem genética evoluem de maneira silenciosa. Nesses casos, descobrir a doença antes do surgimento dos sintomas é determinante para um bom desfecho.
O teste genético permite identificar alterações que, sem esse recurso, poderiam passar despercebidas por anos. Isso abre caminho para intervenções precoces, que aumentam significativamente as chances de controle ou cura.
Tratamento direcionado
Outra grande vantagem é a possibilidade de um tratamento mais direcionado. Conhecer as mutações presentes no DNA ajuda o médico a escolher medicamentos mais eficazes para cada paciente, evitando terapias que poderiam trazer efeitos colaterais desnecessários ou pouca resposta.
Esse tipo de abordagem, chamada de medicina personalizada, já é realidade em várias áreas, como oncologia e doenças raras.
Por exemplo, além de detectar riscos hereditários, alguns testes, como o exame MTHFR, ajudam a compreender condições relacionadas ao metabolismo e a planejar terapias mais eficazes.
Orientação familiar
Além disso, a família também sai ganhando! Quando um teste revela uma mutação hereditária, é possível avaliar o risco em parentes próximos, permitindo que eles façam o acompanhamento adequado.
De modo geral, essa informação é valiosa para decisões de planejamento familiar e para a adoção de medidas preventivas em pessoas que, de outra
Ou seja: esses benefícios reforçam o papel da genética médica como parte essencial da Medicina moderna. E não é pouco, pode acreditar!
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Quando pedir teste genético para o paciente?
Agora, é hora de você, como profissional médico, saber quando pedir um teste genético para o paciente.
Em primeiro lugar, tenha em mente que essa é uma decisão clínica que depende da história pessoal, familiar e do quadro atual. Algumas situações em que essa investigação é especialmente indicada podem ser vistas abaixo.
Confira!
Histórico familiar de doenças hereditárias
Há alguns pacientes que têm predisposição genética para alguns tipos de condições. Normalmente, eles são aqueles que têm familiares que tiveram câncer precoce, doenças cardiovasculares graves, distúrbios neuromusculares ou metabólicos. Nesses casos, os testes são bem úteis para a prevenção.
Diagnóstico de doenças raras ou complexas
Quando um paciente apresenta sintomas que não se encaixam em diagnósticos comuns, a análise genética pode esclarecer a causa, permitindo condutas mais eficazes.
Planejamento reprodutivo
Casais com histórico de doenças hereditárias ou que desejam avaliar a saúde genética antes de ter filhos se beneficiam do teste. E, claro, o mapeamento genético também pode ser útil para casais que passam por episódios de abortos de repetição sem causas fisiológicas para explicá-los.
Oncologia de precisão
Na oncologia, os testes identificam mutações que influenciam o comportamento do tumor, ajudando a selecionar terapias-alvo. Essa abordagem já é realidade para câncer de mama (BRCA1/BRCA2), pulmão e cólon, entre outros.
Assim, podem ser bem úteis para definir tratamentos e outras abordagens. E, em casos de ocorrências na família, também podem ser úteis para ajudar quando o assunto envolve a prevenção.
Doenças metabólicas e cardiovasculares
Aqui, temos condições como hipercolesterolemia familiar, trombofilias ou mutações como MTHFR. Elas podem ser detectadas precocemente, orientando mudanças no estilo de vida e terapias preventivas.
Como você pode perceber, "prevenção" é uma palavra-chave em todo esse contexto. E você, independentemente da sua especialidade, pode fazer parte disso!
Mas, atenção: em todos esses casos, o acompanhamento de um médico geneticista é fundamental para interpretar os resultados e oferecer orientações personalizadas. Portanto, encaminhe o seu paciente para um colega quando houver a necessidade.
Como você viu, os testes genéticos já são parte indispensável da Medicina de precisão, oferecendo informações valiosas para a prevenção e o tratamento de doenças. Saber quando pedir teste genético para o paciente é uma decisão acertada, que pode ser a diferença entre anos de tratamentos infrutíferos e uma abordagem realmente eficiente.
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