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Médico geneticista: saiba tudo sobre a carreira

Médico geneticista: saiba tudo sobre a carreira

Dada à relevância dessa área profissional, a carreira de médico geneticista é uma das especialidades médicas em plena expansão no mercado. Com o avanço das tecnologias usadas como ferramentas para diagnóstico, novas doenças genéticas estão sendo descobertas.

Nesse contexto, abre-se um leque de oportunidades para quem atua nesse nicho, já que a Medicina Genética tem um vasto campo a ser explorado. Veja, então, o que faz um médico geneticista, as vantagens que a área oferece e como funciona a Residência Médica em Genética. Boa leitura!

Afinal, o que é Genética Médica?

Uma das especialidades mais importantes da atualidade, e quem atuar em Genética Médica será responsável pela avaliação, diagnóstico e tratamento das doenças raras que surgem por influência dos distúrbios genéticos. Ou seja, tais distúrbios resultam de danos ao material genético, que podem limitar ou comprometer as funções fisiológicas.

Também chamadas de doenças hereditárias, esses problemas podem ser transmitidos entre gerações da família. Quanto mais próximo o grau de parentesco, maiores são as chances de ocorrências desses distúrbios. Além disso, as doenças genéticas podem se manifestar em qualquer momento da vida.

Nesse contexto, a Genética Médica torna-se fundamental como base para elucidar problemas que tanto preocupam a saúde pública. Para isso, o médico geneticista utiliza técnicas avançadas de diagnóstico, acopladas a tecnologias com Inteligência Artificial, para identificar as condições genéticas que causam esses distúrbios.

A meta da Medicina Genética é avaliar a probabilidade de um indivíduo desenvolver essas doenças e, se possível, identificar os fatores de risco, explicar os resultados e buscar possíveis tratamentos. Logo, essa área atua em conjunto com outras especialidades, tanto médicas quanto de saúde multiprofissional.

Um pouco de história

No início, a história da Genética Médica recebeu bastante influência dos estudos de Gregor Mendel. Esse médico e pesquisador inglês foi responsável pela origem dos primeiros registros de DNA, bem como das pesquisas mais relevantes para elucidar as características genéticas.

Já em meados do século XX, Sir Archibald Edward Garrod, pesquisador britânico, também fez contribuições relevantes para a Genética. Os trabalhos de Garrod ganharam notoriedade pela descrição dos traços humanos no DNA, a partir dos estudos de Mendel.

As pesquisas dos geneticistas britânicos serviram de base para a descoberta da estrutura do DNA, no século XX. Assim, a revolução da Biologia veio com os trabalhos de James Watson e Francis Crick, que em 1950, proporcionaram à Medicina as bases para a compreensão molecular da hereditariedade.

Concluído em 2003, o Projeto Genoma foi um marco significativo para a humanidade. Os cientistas conseguiram fazer o mapeamento de todos os genes humanos. Esse feito abriu as portas para uma nova era da Ciência e Biologia Molecular, pois permitiu um grande avanço nas terapias genéticas.

Desde então, a Genética Médica tem ganhado notoriedade e se destacado entre as especialidades médicas com ótimos salários. O rápido avanço nas descobertas de novas mutações genéticas propiciou o desenvolvimento de testes genéticos mais sofisticados e tratamentos muito mais eficazes.

Quais as áreas de atuação do médico geneticista?

Listamos as áreas de maiores oportunidades para quem tem formação em Genética Médica. Veja quais são!

Atuação em equipe multiprofissional

Muitos especialistas nessa área atuam em conjunto com equipes interdisciplinares em hospitais e clínicas. Nessas instituições, os médicos geneticistas realizam avaliações clínicas de diversos quadros genéticos e oferecem suporte em aconselhamento genético aos pacientes.

Portanto, o trabalho do médico geneticista frequentemente envolve a colaboração com outros profissionais de saúde. Considerando a importância dos estudos genéticos para as terapias oncológicas, por exemplo, esses profissionais são peças-chave na abordagem interdisciplinar centrada no controle do câncer.

Pesquisa em doenças genéticas

Atuar em pesquisas científicas, de forma integrada com pesquisadores de outros campos, faz toda a diferença na descoberta e controle de doenças genéticas de grande prevalência. Neste trabalho, os geneticistas contribuem significativamente para a elucidação da base das doenças, conforme o sequenciamento dos genes.

O domínio desse campo é crucial para a melhor compreensão dos principais mecanismos moleculares necessários ao desenvolvimento de terapias personalizadas. Nos últimos anos, o papel da Genética tem impulsionado o diagnóstico de casos e doenças que, anos antes, eram verdadeiras incógnitas.

Avaliação genética familiar

De diferentes maneiras, o trabalho do médico geneticista torna-se essencial para realizar avaliações clínicas detalhadas no âmbito da genética familiar. O profissional coleta as informações mais relevantes sobre o histórico médico e familiar do paciente. Com esses dados, é possível identificar padrões genéticos e compreender a possível influência hereditária em determinados quadros.

Diagnóstico clínico

Na determinação diagnóstica dos distúrbios hereditários, os testes genéticos têm um papel primordial. Assim, por meio dos conhecimentos avançados em Genética Médica, o profissional realiza exames genéticos específicos, com vistas à identificação de anomalias cromossômicas e mutações genéticas específicas que causam os sintomas de certas doenças.

Aconselhamento genético

Em linhas gerais, essa é uma parte essencial do trabalho do médico geneticista: a referência do trabalho desse profissional é a capacidade de fornecer informações e aconselhamento genético, sobretudo em situações de risco. Nessa investida, a função da Genética Médica envolve a explicação do problema, discussão do caso e possibilidade de tratamento.

Genética pediátrica

Devido à grande demanda por atendimentos de Genética Médica na infância, muitos médicos geneticistas se especializam nesse ramo. Nos últimos anos, o campo de Genética Pediátrica cresceu bastante, o que elevou a procura por esse tipo de suporte em hospitais infantis e clínicas especializadas.

Genética oncológica

Assim como em Pediatria, a genética oncológica também está em plena expansão. Como já referido, a análise genética de predisposições hereditárias ao câncer torna essa área importantíssima para a saúde da população. Por meio dela, é possível obter o diagnóstico precoce e direcionar as intervenções para terapias mais adequadas.

Quando buscar um médico geneticista?

O aumento dos casos de síndromes e de condições genéticas relacionadas ao neurodesenvolvimento fez aumentar a procura por esses profissionais. Mas a importância dessa especialidade não se resume a apenas esses quadros. Observe.

Síndromes clínicas

Médicos geneticistas devem ser a primeira escolha para orientação e avaliação dos casos de nascimento de crianças com desenvolvimento atípico. Nesses quadros, a análise genética somada à avaliação multiprofissional é determinante na investigação da origem do problema.

Em geral, essa investigação pode ser feita durante a gestação, já que quadros atípicos como síndrome de Down, por exemplo, já podem ser identificados mesmo antes do nascimento.

Suspeita de doenças raras

A identificação de doenças raras também compete a esses profissionais. Em geral, o médico geneticista pode avaliar pacientes que apresentam doenças neuromusculares e neurodegenerativas, por exemplo. Nessa função, o profissional busca a explicação para a causa das manifestações e queixas do paciente.

Predisposição hereditária ao câncer

Por medida preventiva, os pacientes com histórico familiar de câncer integram os grupos considerados como fatores de risco. Mediante a predisposição familiar, algumas estratégias podem ser definidas como forma de prevenção e tratamento mais eficaz para essas pessoas.

Qual a perspectiva da área para os próximos anos?

Sem dúvida, o campo de Genética Médica é bastante promissor. Tanto para o médico generalista quanto para os recém-formados, essa carreira pode oferecer bastante oportunidades de emprego. Destacamos algumas áreas com projeções de maior demanda para os próximos anos. Veja quais são!

Distúrbios genéticos

Em linhas gerais, define-se como erros inatos do metabolismo os distúrbios genéticos associados ao defeito de enzima que interrompe uma via metabólica. Por se tratar de maior complexidade e maior número de doenças, esta área da genética apresenta maior possibilidade de tratamento específico.

Assim, a Genética Médica se concentra em pesquisas específicas sobre o comportamento enzimático de determinadas doenças. A maior parte delas podem ser identificadas na triagem neonatal, o que torna o Teste do Pezinho fundamental para diagnosticar e tratar, precocemente, certos distúrbios genéticos em recém-nascidos.

Dismorfologia

Esse campo de estudo da Genética Médica é focado nos defeitos estruturais do corpo humano: as malformações congênitas. Neste trabalho, o profissional procura investigar as causas que levaram à expressão da doença.

Logo, o trabalho do especialista em Genética Médica direciona a questão para a resolução diagnóstica e possíveis intervenções. Quanto mais precoce a identificação dos defeitos estruturais, melhores serão os prognósticos e as possibilidades de antecipar possíveis intercorrências.

Neurogenética

Essa área se dedica ao estudo de doenças genéticas que apresentam sintomas oriundos de causas predominantemente neurológicas. No processo de avaliação, o profissional da Genética Médica atua em conjunto com os neurologistas. Isso se explica porque boa parte dos erros inatos do metabolismo podem apresentar comprometimento das funções neurológicas.

Como é o mercado de trabalho em Genética Médica?

De acordo com o Relatório Demografia Médica 2023, publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no Brasil, existem 342 especialistas em Genética Médica. O material destaca, ainda, a taxa de crescimento da especialidade nos últimos anos: cerca de 103,5% nos registros da classe. Ou seja, o mercado de trabalho nesse campo é atrativo.

Possibilidades de atuação

Por se tratar de um profissional responsável pela avaliação de condições genéticas, ele pode trabalhar integrado em diversas áreas da Medicina. Outra vantagem é que o médico geneticista é importante para orientar os pacientes em qualquer faixa etária. Ou seja, suas funções abrangem desde o pré-natal à vida adulta.

Remuneração

Segundo o site Salarios.com, a remuneração para o médico geneticista pode ultrapassar o piso salarial mínimo de R$ 7.511,80, em 2024. Boa parte dos profissionais ganham, em média, R$ 10.491,34, dependendo de fatores como nível de formação e experiência na função.

Como se tornar um médico geneticista?

A Genética Médica é uma das áreas que mais crescem no Brasil, o que abre um leque de possibilidades para os médicos que buscam crescimento profissional e estabilidade na saúde financeira. Tem afinidade nessa área e gostaria de se tornar um especialista?

Em primeiro lugar, você precisa se formar em Medicina e obter um diploma de uma instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Mas, se você já tem seu CRM, observe mais detalhes sobre a carreira de Genética Médica!

Fazer Residência Médica

Após a graduação médica, é necessário passar pela Residência Médica em Genética Médica, cuja duração é de três anos. Ao longo da formação, o residente recebe treinamento prático e teórico em diversas áreas afins.

Porém, o foco da especialidade é a Genética Clínica, o diagnóstico de doenças genéticas e suas origens e o aconselhamento genético familiar. O objetivo é preparar o profissional para a atuação em diversos segmentos que necessitam do suporte genético no direcionamento das condutas e tratamentos.

Após a conclusão da Residência Médica, a etapa seguinte é a certificação como especialista em Genética Médica. A instituição emissora é a Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM). Com o título em mãos, o especialista receberá a credencial para atuar na área oficialmente.

Processo seletivo de Residência Médica

Geralmente, a seleção para a Residência Médica nessa especialidade segue o padrão de outros processos seletivos no país. Entre outras vantagens, essa é uma das especialidades que permite o acesso direto. Ou seja, não é preciso passar pela Residência de Clínica Médica antes.

Conforme a Resolução atualizada pelo Conselho Nacional de Residência Médica (CNRM), as seleções para ingresso na residência em Genética Médica devem incluir prova de conhecimento teórico. As demais provas complementares do processo de seleção ficam a critério de cada instituição.

Obter título de especialista

Outro caminho para se tornar médico geneticista é fazer a prova de título. Assim, o profissional que realizou curso de especialização ou estágio nessa especialidade também pode conquistar o título de Médico Geneticista. Para tanto, ele precisa comprovar, por meio de certificado de conclusão, um curso de especialização com duração e programa idêntico ao da Residência Médica.

Além disso, também é possível cumprir os critérios fazendo a prova de título comprovando atividade profissional em Genética Médica. Mas é necessário atuar em todas as suas grandes áreas e por um período mínimo de 6 anos em território brasileiro.

Por fim, atuar como médico geneticista pode representar a oportunidade de impulsionar a carreira e de alcançar a realização profissional. Com amplas oportunidades no mercado de trabalho, essa especialidade médica é bastante desafiadora, mas possibilita construir uma trajetória de grande contribuição para a saúde coletiva.

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