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15.5.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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As infecções das vias aéreas são recorrentes na infância, logo, um dos problemas mais comuns e frequentes na prática pediátrica, sendo responsáveis por grande parte das consultas e internações hospitalares.
Essas infecções, além de poderem afetar tanto as vias aéreas superiores, quanto as inferiores, podem causar complicações graves e sequelas permanentes, afetando a qualidade de vida das crianças e também de suas famílias.
Neste post, vamos falar um pouco mais sobre as principais delas, bem como trazer informações sobre o diagnóstico, prevenção e tratamentos disponíveis.
As infecções das vias aéreas podem ser classificadas em superiores e inferiores, de acordo com a localização anatômica do trato respiratório.
As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) envolvem a nasofaringe, os seios paranasais, a orofaringe, as amígdalas e a laringe.
Elas podem ser causadas por diversos agentes etiológicos, sendo os vírus os mais comuns.
Entre eles, destacam-se:
Esses vírus podem provocar diferentes quadros clínicos, como rinofaringite aguda, sinusite aguda, faringoamigdalite aguda estreptocócica e laringite viral aguda.
As IVAS são as mais frequentes e se caracterizam por sintomas como congestão nasal, rinorreia, irritação da garganta e tosse.
Elas podem ocorrer em qualquer idade e geralmente têm um curso benigno e autolimitado, no entanto, podem predispor ou complicarem-se em conjunto com infecções das vias aéreas inferiores, que são mais graves e podem levar à insuficiência respiratória aguda.
Já as infecções das vias aéreas inferiores (IVAI) afetam a traquéia, os brônquios e os pulmões.
Mais comuns em crianças menores de dois anos, elas se manifestam por sintomas como tosse produtiva ou seca, dispneia, sibilância, estridor e febre.
O resfriado é uma infecção viral que provoca congestão nasal, corrimento nasal, espirros, tosse e irritação da garganta.
Geralmente é causado pelo rinovírus ou pelo vírus sincicial respiratório (VSR).
Não há tratamento específico, apenas medidas de alívio dos sintomas, como higiene nasal, hidratação e analgésicos.
A infecção costuma melhorar em uma semana.
A bronquiolite aguda viral é uma inflamação dos bronquíolos causada principalmente pelo VSR.
Ela é a principal causa de internação em lactentes e se caracteriza por tosse seca, sibilância e dificuldade respiratória.
Seu tratamento é sintomático e consiste em hidratação, oxigenoterapia e fisioterapia respiratória.
A pneumonia é uma infecção dos alvéolos pulmonares que pode ser causada por vírus ou bactérias.
Ela é a principal causa de morte não externa em crianças no mundo e se caracteriza por tosse produtiva, febre alta, taquipneia e desconforto respiratório.
O tratamento depende da etiologia e pode incluir antibióticos, oxigenoterapia e suporte ventilatório.
A otite média aguda é uma infecção bacteriana ou viral que afeta o ouvido médio, a parte do ouvido que fica atrás do tímpano.
Pode ocorrer após um resfriado ou uma alergia que causa inflamação da tuba auditiva, o canal que liga o ouvido médio à garganta.
Os sintomas são dor de ouvido, febre, irritabilidade e perda de apetite.
Seu tratamento pode incluir antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios.
A laringite é uma inflamação da laringe, a parte da garganta que contém as cordas vocais. Pode ser causada por vírus, bactérias ou irritantes químicos.
Os sintomas são rouquidão, tosse seca, dor de garganta e febre, e seu tratamento pode incluir analgésicos, anti-inflamatórios e hidratação.
Em alguns casos, pode ocorrer um tipo de laringite chamado crupe, que provoca um som estridente ao respirar e dificuldade para inspirar.
Nesse caso, é preciso procurar atendimento médico urgente.
O crupe é uma inflamação da laringe e da traquéia causada principalmente pela parainfluenza.
Ele se caracteriza por rouquidão, tosse em latido e estridor inspiratório, com tratamento consistindo em umidificação do ar, oxigenoterapia e corticoides.
Em casos graves, pode ser necessária intubação endotraqueal.
A rinofaringite aguda é a IVAS mais frequente e benigna na infância.
Caracteriza-se por inflamação da mucosa nasal e da faringe posterior, com sintomas como coriza, obstrução nasal, espirros, tosse seca e irritativa, febre baixa e mal-estar geral.
Geralmente é autolimitada e resolve-se em 7 a 10 dias.
Seu tratamento é sintomático e consiste em higiene nasal com solução salina isotônica, hidratação oral adequada, antitérmicos - se necessário - e orientação aos pais sobre os sinais de alerta para complicações.
A sinusite é a inflamação dos seios paranasais (cavidades ósseas que se comunicam com as fossas nasais), que pode ser desencadeada por uma rinofaringite viral ou bacteriana.
Os sintomas incluem obstrução nasal persistente ou purulenta, dor ou pressão facial, febre alta (>38°C), tosse produtiva (principalmente noturna ou ao deitar-se), cefaleia e halitose.
Seu diagnóstico é clínico e baseia-se nos critérios de consenso da Academia Americana de Pediatria:
Seu tratamento é baseado em antibióticos (amoxicilina ou amoxicilina-clavulanato são as drogas de escolha), higiene nasal com solução salina hipertônica e analgésicos/antitérmicos se necessário.
O diagnóstico das infecções das vias aéreas em crianças é baseado na história clínica e no exame físico.
O profissional mais indicado para acompanhar esses casos é o otorrinolaringologista, principalmente aqueles com foco na atuação pediátrica.
Exames complementares podem ser solicitados para confirmar a etiologia ou avaliar a gravidade da doença. Veja alguns exemplos:
A prevenção das infecções das vias aéreas é fundamental para reduzir a morbimortalidade infantil.
As medidas preventivas incluem higiene pessoal e ambiental, aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, vacinação contra influenza e pneumonia.
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