X Fechar
Em breve você receberá uma confirmação da assinatura da nossa newsletter por e-mail!
Oops! Algo deu errado, tente novamente.
Sem spam. Cancele a inscrição a qualquer momento.
Blog
HIV e saúde mental: qual a relação e como promover o bem-estar?

HIV e saúde mental: qual a relação e como promover o bem-estar?

Se receber o diagnóstico de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) tão importante quanto o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) provoca danos emocionais ao paciente, o caminho inverso também é verdadeiro. Ou seja, pessoas com transtornos mentais estão potencialmente mais sujeitas a várias condições de saúde, inclusive a contaminação por ISTs, entre elas, o HIV. Assim sendo, o cuidado prestado ao tema HIV e saúde mental deve compreender uma abordagem ampla e que considere as associações entre ambos os problemas como uma via de mão dupla. É sobre isso, portanto, que trataremos neste artigo. 

Por que pacientes com transtornos mentais são mais vulneráveis às ISTs?
Há um conjunto de fatores que contribuem para isso, de acordo com a literatura explorada e citada pelo documento Prevenção e Atenção às ISTs/Aids na Saúde Mental no Brasil, elaborado pelo Ministério da Saúde. Entre eles estão:

  • Dificuldade cognitiva para negociar sexo seguro;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Falta de informação e conceitos errados sobre a transmissão do HIV;
  • Comportamento de risco sexual para contaminação por ISTs;
  • Uso inconsistente de preservativo;
  • Múltiplos parceiros.

Há ainda que se considerar que não é apenas ao HIV que esses pacientes são mais suscetíveis. De acordo com o mesmo documento, pacientes psiquiátricos graves têm expectativa de vida 10 anos menor que a da população geral. Além disso, as taxas de mortalidade entre esse público são pelo menos duas vezes maiores quando comparadas às da população geral.

Pode te interessar: Infectologia e os novos desafios: o que mudou na área após a pandemia de Covid-19?

Como o transtorno mental afeta o paciente que vive com HIV?

Como já vimos, além do paciente que vive com transtorno mental estar mais suscetível à contaminação por HIV por uma série de fatores, por outro lado, quem tem HIV também enfrenta as consequências de desequilíbrios emocionais.

Primeiramente, é preciso considerar que pessoas que vivem com HIV podem ter transtornos mentais como ansiedade ou depressão, o que além de prejudicar a qualidade de vida por si só ainda pode agravar o quadro de saúde integral desse paciente e dificultar a adesão correta ao tratamento com medicamentos antirretrovirais, por exemplo.

Um segundo ponto é que o tratamento com antirretrovirais também pode levar a prejuízos no sistema nervoso central provocados por efeitos colaterais. Esses danos podem levar a manifestações como depressão, irritação, alucinações, euforia e psicose.

Leia também: Depressão: recomendações da Comissão Mundial de Psiquiatria no The Lancet

Publicação da Unaids e da OMS fomenta assistência ao HIV e saúde mental de forma conjunta

Estatísticas globais sobre o HIV em 2021 indicavam que 37,7 milhões de pessoas, no mundo, viviam com o vírus em 2020. Desse total, cerca de 36 milhões eram pessoas adultas e 53% eram mulheres e meninas, de acordo com a Unaids

Diante de tantas pessoas vivendo com o HIV, a entidade e a Organização Mundial da Saúde (OMS) se uniram para criar um documento que fomenta que ações de saúde mental e HIV sejam adotadas pelos serviços de saúde de maneira integrada. O objetivo é registrar diretrizes que contribuam para que essa integração seja possível. Sendo assim, algumas das recomendações são:

  • Promover a integração de serviços de modo a oferecer cuidados e oportunidade de prevenção e tratamentos baseados nos direitos humanos, sensíveis ao gênero, específicos para a idade, equitativos e centrados na pessoa;
  • Garantir a integração nos diferentes estágios do atendimento clínico, incluindo promoção em saúde, triagem, detecção e tratamento de problemas de saúde;
  • Oferecer aconselhamento para o risco comportamental, assim como fazer o gerenciamento de condições de saúde mental ou neurológicas existentes, bem como de uso de substâncias;

  • Promover programas de prevenção do HIV, testagem, tratamentos e cuidados terapêuticos e também de sistemas de apoio psicológico para o paciente e parceiro;

  • Integrar os serviços de Atenção Primária em Saúde voltados para saúde mental ao de prevenção e redução de danos do HIV.

Além de fazer as recomendações de integração a fim de melhorar a qualidade de vida de pacientes que possam ser afetados tanto pelo HIV quanto por transtornos mentais, a Unaids e a OMS orientam que outras abordagens integradas sejam adotadas com objetivo de melhorar o bem-estar dessas pessoas. Sendo assim, elas precisam envolver serviços sociais, educacionais e até mesmo legais, quando necessário. 

Gostou deste conteúdo? Continue navegando pelo nosso blog. Aproveite também para conhecer nossa pós-graduação em Infectologia.