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11.11.2022
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Equipe Afya Educação Médica
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A esquizofrenia é um entre diversos transtornos psicóticos reconhecidos pela American Psychiatric Association (APA) e com forte estigma social desde a época dos grandes manicômios.
O paciente diagnosticado como esquizofrênico sofre de uma forte desorganização mental, muitas vezes chamada simplesmente de “loucura”, um termo pejorativo e carregado de preconceitos.
Contudo, a esquizofrenia é um transtorno sério, que pode causar grande dor psicológica para o indivíduo, família e sociedade e carece de atenção multiprofissional para conter os sintomas e promover uma vida com relativo bem-estar.
Quer saber mais sobre a esquizofrenia e os principais tratamentos? Então, fique por aqui e leia o conteúdo que fizemos para você!
Os transtornos esquizofrênicos são caracterizados por distorções fundamentais das características do pensamento, alucinações visuais e auditivas, de percepção e por afetos inapropriados ou embotados.
Em geral, os pacientes mantêm alguma clareza de consciência e capacidade intelectual, mas apresentam déficits cognitivos que podem evoluir em diferentes graus com o tempo, principalmente quando não estiver em tratamento.
O surgimento do transtorno é notado primeiramente pela família e amigos, que percebem uma mudança no comportamento da pessoa. Ela passa a ter mau rendimento em áreas da vida cotidiana, como na escola, no trabalho ou nas relações sociais e familiares.
A evolução dos transtornos esquizofrênicos pode ser contínua, episódica e ainda incluir um ou vários episódios seguidos de remissão completa ou incompleta, intercalados por crises que necessitam de internação hospitalar.
Cerca de 1% da população é acometida pela esquizofrenia, geralmente, iniciada antes dos 25 anos. É extremamente raro o aparecimento do transtorno antes dos 10 anos ou após os 50 anos. A incidência é semelhante entre homens e mulheres.
Os sintomas da esquizofrenia podem ser agrupados em dois tipos: positivos e negativos. Os positivos são mais visíveis e exuberantes. Os negativos são, em maior parte, classificados por alguns déficits.
Os sintomas positivos são:
Os sintomas negativos incluem:
Existem alguns tipos de esquizofrenia agrupadas conforme os sintomas apresentados pelos pacientes. A classificação do subgrupo auxilia no diagnóstico e, consequentemente, na estratégia terapêutica a ser utilizada.
Os tipos de esquizofrenia são:
Embora não seja possível determinar a origem do transtorno psicótico, há evidências científicas de que existe uma forte contribuição de fatores genéticos na determinação do risco para esquizofrenia.
De toda forma, a questão genética não é determinante, porém é um indicativo para monitoramento, principalmente se já tiver histórico familiar. O mais aceito hoje é que o transtorno é resultado de uma combinação de fatores genéticos, cerebrais e ambientais.
Sobre os fatores ambientais, os estudos mostram associação entre complicações na gestação e no parto, doenças identificadas no período de formação do sistema nervoso do feto com o desenvolvimento da esquizofrenia.
O que se sabe é que a esquizofrenia é uma doença relacionada a um desequilíbrio neuroquímico, com hiperexcitabilidade em algumas regiões do cérebro e inatividade de outras, o que justificaria os sintomas apresentados pelos pacientes.
O diagnóstico deve ser feito com base no histórico psiquiátrico, pela observação dos familiares e no exame do estado mental do paciente. As perturbações características da esquizofrenia duram pelo menos 6 meses e incluem sintomas da fase ativa e da fase negativa.
Para tanto, é fundamental buscar ajuda clínica especializada, que fará o diagnóstico diferencial, descartando outras possibilidades patológicas que apresentam similaridade nos sintomas apresentados pelos pacientes.
Além disso, o médico psiquiatra faz um prognóstico, considerando a evolução e o tipo da doença, a histórica clínica e medicamentosa pregressa, além dos episódios de crise que necessitaram de intervenção hospitalar.
O tratamento da esquizofrenia consiste no uso de antipsicóticos em monoterapia ou em associação com outros medicamentos e psicoterapia. Esse processo envolve a reversão dos sintomas positivos do transtorno, mais facilmente revertidos com o uso de medicamentos do que os negativos. Em casos mais graves pode ser necessária internação.
Para tanto, o médico deve explicar detalhadamente o tratamento, como usar os medicamentos (horário, se necessita de jejum etc.), alertar sobre as possíveis reações adversas e quais exames devem ser feitos para monitorização da terapia.
É fundamental que nessa etapa se estabeleça uma relação terapêutica de confiança, a fim de garantir a adesão medicamentosa, reduzir as crises e os sintomas positivos e negativos e melhorar a condição de vida.
Sendo assim, o médico psiquiatra deve estabelecer visitas de acompanhamento periódico do tratamento do paciente para identificar a evolução, a tolerabilidade aos medicamentos e modificar o esquema proposto em casos de necessidade.
A esquizofrenia é uma doença relativamente comum e ainda bastante estigmatizada, porém, com o tratamento personalizado, é possível assistir o paciente e reintegrá-lo ao cotidiano familiar e profissional.
Além disso, é fundamental que haja acolhimento e compreensão por parte da equipe multiprofissional e acompanhamento familiar, pois é uma doença que não tem cura, mas tem controle.
Diante disso, se você já tratou ou teve contato com alguma pessoa diagnosticada com esquizofrenia, é possível observar que cada uma apresenta sintomas diferentes e necessita de abordagens diferenciadas.
Portanto, a chave para o tratamento humanizado, efetivo e seguro para o paciente com esquizofrenia é buscar oferecer a estratégia que minimiza os riscos de crise e facilite a adesão medicamentosa.
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica relativamente frequente nos dias de hoje, devido à clareza no diagnóstico. Por isso, é importante instituir medidas terapêuticas efetivas, seguras e convenientes ao paciente e à família, esclarecendo sobre os riscos e benefícios do tratamento instituído. Além disso, a relação terapêutica deve ser fortalecida e confiável para evitar má adesão ao tratamento.
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