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Nova nanotecnologia é capaz de localizar e remover lesões de endometriose

Nova nanotecnologia é capaz de localizar e remover lesões de endometriose

Pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, descobriram que a hipertermia magnética por nanopartículas é capaz de localizar e tratar lesões de endometriose. O feito é considerado um avanço já que, até então, o uso de nanopartículas convencionais não era destinado a esse tipo de tratamento em razão da falta de eficiência de aquecimento, abaixo de 46ºC, dessas após a injeção intralesional direta.

No entanto, este novo estudo, é o primeiro a descrever nanopartículas magnéticas capazes de gerar hipertermia magnética específica para o tratamento de endometriose. Isso foi possível em razão do formato dessas nanopartículas, desenvolvidas na forma hexagonal e não cilíndrica, como o habitual.

Ainda segundo os pesquisadores, as novas nanopartículas hexagonais de óxido de ferro demonstraram eficiência de aquecimento 6,4 vezes maior do que as esféricas. Além disso, essas nanopartículas hexagonais sofreram modificação estrutural com um peptídeo direcionado ao receptor 2 do fator de crescimento endotelial vascular (VEGFR-2), o que elevou sua especificidade para endometriose. 

Até o momento, os resultados apresentados são de estudos em camundongos com transplante de tecido endometriótico de macaca. O otimismo, no entanto, está no fato de que mesmo após injeção intravenosa de dose baixa, as nanopartículas hexagonais se acumularam de maneira satisfatória nas lesões do endométrio, elevaram a temperatura intralesional em temperatura superior a 50ºC após a exposição a um campo magnético alternado e foram capazes de erradicar as lesões com um único tratamento.

Além disso, os novos tipos de nanopartículas têm grande potencial, já que podem ser usadas como agentes de contraste de ressonância magnética (RM) para detectar o tecido endometriótico com maior precisão antes da aplicação do campo magnético.

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Como as lesões de endometriose afetam as mulheres e por que este estudo é importante?

A Organização Mundial da Saúde estima que a endometriose afeta aproximadamente 190 milhões de mulheres em idade reprodutiva no mundo. O número representa 10% do total de mulheres nesta fase.

A endometriose é uma doença crônica, sem cura, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao do endométrio (revestimento uterino) fora do útero. Essa presença leva a uma reação inflamatório do organismo e à formação de tecido cicatricial, em forma de aderências, fibrose ou outras lesões de endometriose que podem ser encontradas em toda área peritoneal pélvica, ovários, septo reto-vaginal, bexiga, intestino e, em alguns casos mais raros, fora da pelve.

Independente da área de localização das lesões, a endometriose afeta as mulheres provocando:

  • Dor pélvica crônica
  • Dor intensa durante o período menstrual
  • Dor durante e/ou após a relação sexual
  • Dor ao urinar ou evacuar
  • Inchaço abdominal e náuseas
  • Fadiga
  • Depressão
  • Ansiedade

Em vista da severidade da sintomatologia provocada pela doença, o estudo se torna muito importante. Sobretudo ao considerar-se que o tratamento para endometriose não erradica a doença e, muitas vezes, os sintomas tendem a reaparecer quando há interrupção das terapias medicamentosas, que podem envolver uso de contraceptivos, medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. 

Há, ainda, a possibilidade de intervenção cirúrgica, a depender do quanto os sintomas interferem na qualidade de vida, desejo de concepção e outros fatores. Contudo, as lesões de endometriose podem ressurgir mesmo após remoções cirúrgicas bem-sucedidas. Em outros casos, é preciso submeter a mulher a mais de uma cirurgia para remoção de todo tecido lesionado. Outro fato a ser considerado é que a dor no assoalho pélvico pode ser persistente.

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Como não há cura ou prevenção para o problema, o protocolo atual é o acompanhamento feminino para diagnóstico precoce do problema e adoção de tratamento multidisciplinar que envolvam profissionais como especialistas em dor, clínicos gerais, psicólogos, fisioterapeutas pélvicos, além do ginecologista.

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