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5.4.2022
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Equipe Afya Educação Médica
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Em rápida evolução, a cirurgia robótica tem impactado a rotina e subespecialidades dos médicos cirurgiões. A atual era robótica mostrou enorme impacto no campo cirúrgico e é parte do avanço da cirurgia minimamente invasiva. Dessa forma, diversas áreas têm visto benefícios da cirurgia robótica, como ginecologia, urologia e aparelho digestivo.
Com esse cenário, a capacitação em cirurgia robótica tem sido buscada por muitos médicos. A aquisição de habilidades específicas na área traz várias vantagens e diferenciais para a carreira do cirurgião. A seguir, entenda tudo sobre a cirurgia robótica.
Houve um crescimento significativo nos últimos 20 anos da aplicação de robôs em cirurgia. Mas isto começou aproximadamente há 35 anos de forma mais aplicável, e seu conceito e estudo há mais tempo. Segundo pesquisa publicada na Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, a ideia de criar uma máquina automática para realizar tarefas é antiga, mas o conceito aplicável em cirurgias começou há mais de 60 anos no campo militar.
Neste cenário, havia ambientes hostis, acesso difícil e falta de assistência adequada à saúde. Por isso, com recursos limitados e necessidade de fornecer cuidados cirúrgicos rápidos após grandes traumas, iniciaram procedimentos e abordagens que contribuíram com a robótica. Além disso, a corrida espacial e o conceito de telepresença também levaram a mais estudos e desenvolvimento tecnológico na área.
A primeira plataforma robô empregada em humanos foi utilizada em 1985 para realizar biópsias neurocirúrgicas, denominada Programmable Universal Machine for Assembly (PUMA) 200. E ela foi adaptada e usada também para procedimentos urológicos pelo The Robotics Center, no Imperial College.
Já em 1992, um sistema guiado por imagem foi desenvolvido para ser usado em cirurgia de prótese total do quadril. E em 1994 foi aprovado o primeiro modelo de braço robótico controlado por pedais. Depois, em 2000, os pedais foram substituídos por sistema de controle de voz, o que permitia ao cirurgião o controle do endoscópio. Nestas décadas, mais outras tecnologias cirúrgicas robóticas foram desenvolvidas.
Mas, nos últimos 20 anos, o robô mais usado na cirurgia assistida por robótica foi o Da Vinci da Intuitive Surgical. Em 2020, existiam mais de 5,7 mil unidades Da Vinci, que estavam nos Estados Unidos, Europa e Ásia principalmente. Mas hoje também tem em vários hospitais renomados do Brasil.
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No Brasil, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), em março de 2022, resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que regulamenta os novos procedimentos médicos no Brasil com o uso de plataforma robótica.
Segundo a resolução, a cirurgia Robô-Assistida é modalidade de tratamento cirúrgico a ser utilizada por via minimamente invasiva, aberta ou combinada, para o tratamento de doenças em que já se tenha comprovado sua eficácia e segurança.
Hoje em dia, o sistema cirúrgico robótico mais utilizado inclui braços mecânicos com câmera e instrumentos cirúrgicos acoplados a eles. Com isso, o cirurgião controla os braços enquanto está sentado em um console de computador próximo à mesa de cirurgia.
Segundo a Mayo Clinic, o equipamento oferece ao cirurgião uma visão 3D ampliada e de alta definição do local cirúrgico. Dessa forma, a cirurgia se torna minimamente invasiva e são feitas pequenas incisões no paciente.
Por meio da robótica, os cirurgiões podem realizar procedimentos delicados e complexos que são mais difíceis ou impossíveis com outros métodos.
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Em comparação com a cirurgia tradicional, a cirurgia robótica pode ter várias vantagens para o médico e o paciente:
1. Atuação mais precisa e menos invasiva;
2. Facilidade de acesso a diversas estruturas do corpo;
3. Maior amplitude de movimento;
4. Menor trauma cirúrgico;
5. Redução da perda de sangue do paciente;
6. Menor risco de infecção;
7. Menor tempo para recuperação do paciente pós-cirurgia.
“As cirurgias robóticas garantem tempo menor de hospitalização do paciente, reduzem os riscos de infecção, a dor e o sangramento durante a cirurgia, e os cortes feitos são menos incisivos e garantem maior precisão em locais de difícil acesso”, explica o médico Gustavo Guimarães, coordenador do curso de Pós-graduação em Cirurgia Robótica da IPEMED. “Por isso, é importante o médico estar capacitado e atualizado constantemente”.
Após fazer a graduação em medicina e se especializar em alguma área cirúrgica, como urologia, ginecologia, cirurgia geral ou de cabeça e pescoço, o profissional precisa se capacitar em cirurgia robótica.
Segundo a resolução da CFM, para realizar esse tipo de cirurgia, é obrigatório o médico ter Registro de Qualificação de Especialista (RQE) no Conselho Regional de Medicina na área cirúrgica relacionada ao procedimento. E, além disso, devem possuir treinamento específico em cirurgia robótica.
A era digital chegou à medicina, portanto, se especializar em cirurgia robótica pode ser um grande diferencial para o médico cirurgião. Mas importante lembrar que a cirurgia robótica é algo novo e sofisticado, e está em constante evolução. Portanto, a atualização frequente na área é essencial.
Na IPEMED, você pode fazer o curso de Pós-graduação em Cirurgia Robótica. Ele tem como objetivo preparar o médico nas diversas configurações dos sistemas robóticos, adequando-os para diversos cenários cirúrgicos e capacitar no manuseio e procedimentos necessários para a prática cirúrgica. De forma teórica e bem prática com simuladores, o curso capacita o médico em cirurgia robótica.