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Médico da família: qual o papel desse profissional no cuidado assistivo?

Médico da família: qual o papel desse profissional no cuidado assistivo?

A Atenção Primária à Saúde (APS) vem, cada vez mais, sendo discutida como importante ferramenta para a promoção efetiva da saúde e não apenas para o tratamento de doenças. Ou seja, o objetivo é fazer com que as pessoas tenham educação para manterem-se saudáveis e precisem, portanto, cada vez menos de serviços com foco na cura de problemas. Nesse contexto, o Médico da Família é uma figura central em razão da sua capacidade de promover a educação em saúde e se manter conectado com outros pontos da rede e, desse modo, favorecer o paciente.

Contudo, esse não é o único papel do Médico da Família. Cabe a ele também prestar assistência integral e contínua a diferentes membros da comunidade. É aí, portanto, que surge sua relevância no cuidado assistivo.

Como o Médico da Família atua no cuidado assistivo?

Segundo relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Unicef, cerca de 2,5 milhões de pessoas precisam de produtos assistivos como cadeiras de roda, aparelhos para audição, próteses e outros materiais. Como nem todos têm capacidade de pagar por esses equipamentos, o Médico da Família acaba se tornando, principalmente no atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), um agente de ligação entre o paciente que tem essa necessidade e o caminho para obtenção do material.

Isso ocorre porque cabe ao Médico da Família trabalhar em conjunto com enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais do sistema de saúde a fim de sanar as necessidades da comunidade. 

Ainda segundo o relatório, os beneficiados podem ter diversos perfis – todos eles condizentes com os que são atendidos pelo Médico da Família – entre eles estão:

  • Pessoas com deficiência;
  • Idosos;
  • Pessoas com doenças transmissíveis e doenças crônicas não transmissíveis;
  • Pessoas com doenças tropicais negligenciadas;
  • Pessoas com doença mental;
  • Pessoas com perda de capacidade motora e funcional.

Ainda pelo SUS, dentro do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), caberá ao Médico da Família também, junto da sua equipe, visitar pacientes nos próprios domicílios e ambientes da comunidade. Isso pode ocorrer, especialmente, quando o paciente apresenta dificuldade de mobilidade, por exemplo, necessitando, muitas vezes de uma cadeira de rodas para que possa tanto ter mais autonomia quanto garantir maior condição para que o cuidador/familiar ofereça mais dignidade nos cuidados àquele paciente.

Assim sendo, ficará a cargo do Médico da Família oferecer um laudo médico determinando a real necessidade daquele equipamento ou, quando não estiver apto a isso, encaminhar o paciente para um centro de referência para que possa receber tal laudo e, dessa forma, sanar essa necessidade. 

O mesmo vale para situações em que haja necessidade de encaminhamento para programas de reabilitação física ou, ainda, para reabilitação que envolva perda auditiva, dificuldade na fala e, até mesmo, necessidade de obtenção de aparelhos auditivos ou órteses e próteses.

Leia também: O impacto do atendimento humanizado na Medicina

Quais as outras atribuições de um Médico da Família?

Além de realizar consultas clínicas, o Médico da Família está apto a:

  • Atender pessoas de todos os gêneros e idades;
  • Promover a prevenção de doenças e o tratamento delas, quando necessário;
  • Atuar de modo a reduzir danos na comunidade;
  • Orientar sobre medidas de saúde pública;
  • Reabilitar pacientes ou encaminhá-los para centros de referência, se preciso;
  • Realizar pequenos procedimentos cirúrgicos (cantoplastia, remoção de lipoma etc.);
  • Colocar ou retirar dispositivo intrauterino (DIU), desde que capacitado para isso;
  • Manter o acompanhamento terapêutico com o paciente.

Como se tornar um Médico da Família?
O exercício como especialista em Medicina da Família e Comunidade exige, além da formação em medicina, a passagem pelo programa de residência na área ou, então, a aprovação na prova de título da especialidade.

Embora a Atenção Primária em Saúde venha sendo cada vez mais requerida, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina e Comunidade da Família (SBMCF), até 2020 (dados mais recentes), dos cerca de 500 mil médicos registrados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas 7.149 eram médicos e médicas da família e comunidade. Ou seja, ainda há um vasto campo para aqueles que desejam atuar na área.

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