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Intoxicação por psicotrópicos: como tratar?

Intoxicação por psicotrópicos: como tratar?

Você já se deparou com casos de intoxicação por psicotrópicos? Trata-se de um problema relativamente comum que pode surgir em sua prática clínica a qualquer momento.

Com o aumento do uso de substâncias, tanto prescritas quanto recreativas, é fundamental saber como manejar essas intoxicações para assegurar a segurança e o bem-estar dos pacientes.

Vamos explorar os desafios associados à intoxicação por medicamentos e substâncias psicotrópicas, identificar as principais substâncias envolvidas, examinar os tipos mais comuns de intoxicação e oferecer diretrizes para um tratamento eficaz.

Continue lendo para saber mais!

O que são psicotrópicos?

Psicotrópicos são substâncias que afetam o sistema nervoso central, alterando a percepção, o humor, as emoções e o comportamento. E vamos a um pouco de etimologia? O termo "psicotrópico" vem do grego "psyche", que significa "mente", e "tropos", que significa "mudança" ou "transformação".  

Ou seja: a ideia é promover uma transformação no funcionamento da mente. E, por conta disso, essas substâncias podem ter efeitos variados, desde euforia e relaxamento até alterações profundas na consciência e no comportamento.

Como é o mecanismo de ação?

A compreensão de como esse tipo de composto funciona também é muito importante. Então, vamos lá!

Os psicotrópicos atuam principalmente no sistema nervoso central, onde interagem com neurotransmissores e seus receptores.

E, caso você não tenha formação na área, fica a informação: neurotransmissores são substâncias químicas que transmitem sinais entre as células nervosas. Cada tipo de psicotrópico tem um mecanismo de ação específico, dependendo de como afeta esses neurotransmissores.

Por exemplo, os antidepressivos inibem a recaptação de neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina, aumentando suas concentrações na sinapse e melhorando o humor. Os ansiolíticos, como os benzodiazepínicos, potencializam a ação do neurotransmissor inibitório GABA, promovendo um efeito calmante.

Qual é o panorama do uso de drogas psicotrópicas no Brasil e no mundo?

O primeiro passo para que você possa entender mais sobre o processo de intoxicação por medicamentos e substâncias psicotrópicas em geral é, claro, compreender como é o uso desse tipo de composto no Brasil e ao redor do mundo.

Vamos lá?

Uso de substâncias psicotrópicas legais

As substâncias psicotrópicas legais são amplamente prescritas para tratar uma variedade de condições médicas, mas seu uso inadequado pode levar à intoxicação e outras complicações.

A seguir, discutiremos algumas das principais classes de medicamentos psicotrópicos e seus efeitos!

Antidepressivos

Os antidepressivos são utilizados para tratar transtornos depressivos e ansiosos. Eles incluem as seguintes classes medicamentosas: inibidores seletivos da recaptação de serotonina e os antidepressivos tricíclicos.

Os primeiros incluem fluoxetina, sertralina e citalopram. Eles funcionam aumentando os níveis de serotonina no cérebro, o que pode melhorar o humor e aliviar a ansiedade.

No entanto, doses excessivas podem levar à síndrome serotoninérgica, uma condição potencialmente grave caracterizada por:

  • agitação;
  • hipertermia;
  • tremores;
  • alteração do estado mental.

O tratamento geralmente envolve a interrupção dos ISRSs e a administração de antagonistas da serotonina, como a ciproeptadina.

O segundo grupo, por sua vez, inclui a amitriptilina e a nortriptilina. Esses medicamentos afetam a recaptação de neurotransmissores como serotonina e norepinefrina.

Nesse caso, as overdoses podem resultar em:

  • arritmias cardíacas;
  • convulsões;
  • sintomas anticolinérgicos como boca seca, retenção urinária e confusão.

O tratamento pode incluir administração de bicarbonato de sódio e monitoramento cardíaco.

Ansiolíticos

Os ansiolíticos, como os benzodiazepínicos, são prescritos para tratar transtornos de ansiedade e insônia. Exemplos incluem diazepam, lorazepam e alprazolam. Esses medicamentos atuam sobre os receptores GABA-A, promovendo um efeito sedativo.

Em caso de overdose, pode haver sedação extrema, depressão respiratória e coma. O tratamento geralmente envolve a administração de flumazenil, um antagonista de benzodiazepínicos, e suporte sintomático.

Antipsicóticos

Os antipsicóticos são utilizados para tratar transtornos psicóticos e incluem medicamentos como haloperidol e risperidona. Os antipsicóticos típicos e atípicos têm efeitos variados e podem causar efeitos adversos, como a síndrome neuroléptica maligna (SNM), discinesia tardia e efeitos metabólicos, como ganho de peso.

A SNM, por exemplo, é uma condição rara, mas grave, que se manifesta com febre alta, rigidez muscular e alterações do estado mental. O tratamento envolve a suspensão do antipsicótico e o uso de dantroleno e a bromocriptina, quando apropriado.

Opioides

Os opioides, como a morfina e a oximorfona, são usados para o manejo da dor severa. Eles agem nos receptores opioides do sistema nervoso central, proporcionando alívio da dor. Contudo, a overdose de opioides pode levar à depressão respiratória, sonolência extrema e até ao coma. A administração de naloxona, um antagonista opioide, é uma medida crucial para reverter rapidamente a overdose.

Uso de substâncias psicotrópicas ilícitas

As substâncias psicotrópicas ilegais frequentemente são associadas ao uso recreativo e apresentam riscos significativos para a saúde. Vamos analisar algumas das principais substâncias e seus efeitos?

Cocaína

A cocaína é um potente estimulante que causa euforia intensa e aumento da energia. No entanto, a intoxicação pode levar a complicações graves como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e arritmias cardíacas.

Os pacientes intoxicados com cocaína podem apresentar taquicardia, hipertensão severa e hipertermia. O tratamento geralmente inclui monitoramento cardiovascular, administração de sedativos e medidas de suporte para controlar a pressão arterial e a temperatura corporal.

Maconha (Cannabis)

A maconha contém THC (tetraidrocanabinol), que altera a percepção e o estado de ânimo. Embora seja usada de forma recreativa, o uso excessivo pode causar distúrbios cognitivos e psiquiátricos.

Sintomas de intoxicação incluem ansiedade, paranoia e problemas de memória. O tratamento envolve suporte sintomático e monitoramento para garantir a segurança do paciente.

Lembrando que a Cannabis Medicinal não entra nesse tipo de questão, tudo bem?

LSD (Ácido Lisérgico)

O LSD é um alucinógeno que pode causar alucinações visuais e auditivas intensas. A intoxicação por LSD pode resultar em episódios prolongados de psicose e ansiedade extrema. Em casos graves, o tratamento pode incluir suporte psicológico para ajudar o paciente a superar as alucinações e os episódios de pânico.

Ecstasy (MDMA)

O MDMA, conhecido como ecstasy, causa euforia e sensação de conexão emocional com os outros. Contudo, a intoxicação pode levar a hipertermia severa, desidratação e distúrbios eletrolíticos. O tratamento envolve reidratação intravenosa, controle da temperatura e monitoramento contínuo para evitar complicações graves.

Como funcionam as principais substâncias psicotrópicas?

Para manejar adequadamente a intoxicação, é fundamental compreender os tipos e mecanismos de ação das substâncias psicotrópicas. A seguir, detalhamos os principais tipos e como lidar com cada um dos problemas associados ao uso desenfreado desses fármacos. Vamos lá?

Depressores do sistema nervoso central

Os depressores do SNC diminuem a atividade cerebral, levando a efeitos sedativos e ansiolíticos.

Um bom exemplo, nesse caso, é o álcool. O etanol age como um depressor do SNC, inibindo a atividade neuronal e afetando a coordenação motora e a função cognitiva. Em doses altas, pode causar depressão respiratória, coma e morte.

O tratamento inclui suporte respiratório, monitoramento dos sinais vitais e, quando necessário, administração de tiamina para prevenir a síndrome de Wernicke.

Além disso, os benzodiazepínicos (medicamentos como diazepam e lorazepam) aumentam a eficácia do GABA, um neurotransmissor inibitório. A overdose pode levar à sedação extrema, questões respiratórias e coma. O tratamento inclui a administração de flumazenil e suporte sintomático.

Estimulantes do sistema nervoso central

Os estimulantes aumentam a atividade do sistema nervoso central, elevando a energia e a atenção.

Um exemplo clássico é a cafeína que, embora seja geralmente segura em doses moderadas, em excesso pode causar taquicardia, agitação e tremores. O tratamento para intoxicação inclui suporte sintomático e monitoramento dos sinais vitais.

Além dela, há as anfetaminas. Usadas para tratar TDAH, elas aumentam a liberação de dopamina e norepinefrina. O abuso pode resultar em hipertensão severa, psicose e convulsões. O tratamento inclui o uso de sedativos e anti-hipertensivos para controlar a pressão arterial e os sintomas psicóticos.

Alucinógenos

Os alucinógenos alteram a percepção e podem causar alterações profundas na percepção sensorial e emocional.

Estes compostos induzem alucinações e distorções na percepção. A intoxicação pode levar à desorientação e episódios prolongados de psicose. O tratamento pode incluir suporte psicológico, uso de antipsicóticos e técnicas de rescaldo psicológico.

De modo geral, como acontece a intoxicação?

Intoxicação refere-se ao efeito adverso no organismo causado pela exposição a uma substância tóxica. No caso, o problema é gerado pelo abuso de psicotrópicos, que não são necessariamente tóxicos — pelo menos, não quando utilizados da maneira correta.

Quando o organismo é exposto a essas substâncias em quantidades que excedem sua capacidade de metabolizá-las ou eliminá-las, ocorre um desequilíbrio que resulta em sintomas clínicos variados. E esse tipo de situação pode ocorrer por vias diferentes, como veremos a seguir.

Ingestão

A ingestão é uma das formas mais comuns de intoxicação, seja acidental (especialmente em casos de automedicação) ou intencionalmente. Quando uma substância tóxica é ingerida, ela passa pelo trato gastrointestinal e é absorvida na corrente sanguínea.

O fígado desempenha um papel crucial na metabolização dessas substâncias, mas quando a quantidade é excessiva ou a substância é particularmente tóxica, o fígado pode não conseguir processá-la adequadamente, levando a efeitos adversos.

Os sintomas de intoxicação por ingestão incluem náuseas, vômitos, dor abdominal e, em casos graves, falência de múltiplos órgãos.

Inalação

A inalação de substâncias tóxicas pode ocorrer quando gases, vapores ou poeiras são respirados. Esse tipo de exposição é comum em ambientes industriais ou durante o uso de produtos químicos. Substâncias inaladas podem irritar as vias respiratórias e os pulmões, e rapidamente entrar na corrente sanguínea, afetando diversos sistemas do corpo.

Os sintomas de intoxicação por inalação podem incluir dificuldade respiratória, tosse, dor no peito e, em casos graves, edema pulmonar e insuficiência respiratória.

Absorção

Algumas substâncias tóxicas podem ser absorvidas através da pele. Produtos químicos industriais, inseticidas e certos medicamentos podem causar intoxicação se houver contato prolongado ou exposição a grandes quantidades.

A absorção dérmica pode resultar em sintomas locais, como irritação ou erupções cutâneas, e também em efeitos sistêmicos, dependendo da toxicidade da substância.

Injeção

A injeção direta de substâncias tóxicas, seja por acidente ou de maneira intencional, pode causar intoxicação imediata. Isso pode ocorrer com drogas ilícitas, como heroína, ou com medicamentos que são injetados de maneira inadequada. A substância é rapidamente distribuída pela corrente sanguínea, podendo levar a efeitos rápidos e potencialmente graves.

No geral, quais são os sintomas mais associados à intoxicação?

A intoxicação pode se manifestar de várias maneiras, dependendo da substância envolvida, da quantidade e da via de exposição. Identificar os sintomas precocemente é bem importante para um tratamento eficaz e para evitar complicações graves.

Confira, a seguir, alguns dos sintomas mais comuns:

  • náuseas e vômitos são sintomas comuns e podem indicar que o organismo está tentando se livrar da substância tóxica;
  • dor ou desconforto abdominal, que pode resultar da irritação da mucosa gastrointestinal pela substância ingerida;
  • diarreia, outro sintoma comum e que ocorre como resultado da irritação do trato gastrointestinal, que pode ser causada por toxinas ou infeções associadas;
  • sensação de desorientação e perda de equilíbrio, especialmente em intoxicações que afetam o sistema nervoso central;
  • dificuldade em pensar claramente, desorientação ou alterações na capacidade de julgamento;
  • convulsões, que podem ocorrer devido à alteração do equilíbrio químico no cérebro;
  • sensação de falta de ar, respiração rápida ou superficial, um sinal de que a substância tóxica está afetando os pulmões e as vias respiratórias;
  • tosse, que pode resultar de irritação das vias respiratórias e dos pulmões por substâncias inaladas;
  • dor no peito, que pode estar associada a problemas mais graves, como edema pulmonar ou bronquite induzida por toxinas;
  • manchas vermelhas, coceira ou urticária;
  • irritações e queimaduras, quando a intoxicação ocorre por meio da pele;
  • aumento da frequência cardíaca, que pode ocorrer devido a substâncias que estimulam o sistema nervoso simpático ou afetam diretamente o coração;
  • hipotensão arterial;
  • perda da consciência;
  • febre, que pode aparecer como uma resposta inflamatória a uma infecção associada à intoxicação ou uma resposta direta do organismo à substância tóxica;
  • sensação de fraqueza extrema e cansaço;
  • desidratação, especialmente associada à presença de vômitos e/ou diarreia.

A gravidade dos sintomas de intoxicação pode variar de leve a severa e depende de vários fatores, como a quantidade de substância tóxica envolvida e o tempo de exposição. E, claro, é importante lembrar que nem todos os sintomas acima serão percebidos na intoxicação por psicotrópicos.

Como é feito o manejo da intoxicação por psicotrópicos?

Diante disso, é muito importante que você entenda como fazer o manejo do paciente em casos de intoxicação. Confira, a seguir, o passo a passo com estratégias para não errar nesse atendimento e agir da forma correta: com rapidez, eficácia e precisão!

Avaliação inicial

Quando um paciente chega ao atendimento com suspeita de intoxicação, a primeira tarefa é realizar uma avaliação inicial minuciosa. Isso começa com a coleta de um histórico clínico detalhado. É crucial identificar a substância envolvida, seja um medicamento, uma droga recreativa ou uma substância tóxica.

Além disso, sempre que possível, pergunte ao paciente sobre o tipo de substância, a quantidade ingerida e o tempo de exposição, pois essas informações são valiosas. Caso o paciente não possa responder, essas perguntas também podem ser feitas aos familiares ou acompanhantes.

E outra coisa: é fundamental registrar os sintomas iniciais que o paciente está apresentando, pois isso pode ajudar a direcionar o tratamento.

Exame físico

Durante o exame físico, você deve observar sinais vitais, como a pressão arterial, a frequência cardíaca, a frequência respiratória e a temperatura. Mudanças nesses parâmetros podem indicar a gravidade da intoxicação. Avaliar o estado neurológico do paciente é igualmente importante.

Verifique, também, o nível de consciência e esteja atento a sinais de convulsões ou alterações no comportamento. Além disso, um exame clínico geral pode revelar sinais específicos que ajudam a identificar a substância envolvida, como alterações nas pupilas, na pele ou no comportamento do paciente.

Exames complementares

A realização de exames laboratoriais é essencial para confirmar a intoxicação e avaliar a função dos órgãos. Testes de toxicologia, realizados em sangue, urina ou outros fluidos corporais, ajudam a identificar a substância e determinar sua concentração no organismo.

Lembre-se também da importância de avaliar a função hepática e renal, já que esses órgãos podem ser comprometidos pela intoxicação.

Tratamento de suporte

Uma vez estabilizado o paciente, o próximo passo é fornecer tratamento de suporte para garantir que ele se recupere de maneira segura e eficaz. O suporte respiratório é uma das prioridades, especialmente se o paciente apresentar dificuldades para respirar.

A administração de oxigênio suplementar é frequentemente necessária para melhorar a oxigenação dos tecidos. Em casos mais graves, pode ser necessário utilizar ventilação assistida ou mecânica para garantir uma respiração adequada.

Além disso, o suporte cardiovascular é essencial para tratar possíveis problemas no sistema cardiovascular. Monitorar e controlar a pressão arterial é importante para tratar tanto a hipertensão quanto a hipotensão. Esteja atento também a possíveis arritmias cardíacas e, se necessário, utilize medicamentos antiarrítmicos para manter o ritmo cardíaco estável.

A reidratação também deve ser considerada, especialmente se o paciente estiver desidratado devido a vômitos, diarreia ou febre. A administração de fluidos intravenosos ajuda a restaurar o equilíbrio hídrico e eletrolítico do corpo.

Antídotos e medicações específicas

Em muitos casos de intoxicação, a administração de antídotos ou medicamentos específicos é fundamental para reverter os efeitos tóxicos da substância. A naloxona, por exemplo, é usada para reverter overdoses de opioides e pode ser administrada por via intramuscular ou intranasal, dependendo da gravidade e da disponibilidade do medicamento.

Outro exemplo é o flumazenil, que atua como antagonista dos benzodiazepínicos, sendo utilizado para reverter a sedação excessiva causada por esses medicamentos. No entanto, seu uso deve ser cauteloso, pois pode desencadear convulsões em alguns casos.

Para tratar a síndrome neuroléptica maligna associada ao uso de antipsicóticos, o dantroleno e a bromocriptina são opções eficazes. O dantroleno ajuda a diminuir a rigidez muscular e a hipertermia, enquanto a bromocriptina alivia os sintomas neurológicos dessa síndrome.

Manejo das complicações

Infelizmente, a intoxicação pode levar a várias complicações que exigem tratamento adicional. Arritmias cardíacas são uma complicação comum e podem ser tratadas com medicamentos antiarrítmicos e monitoramento contínuo do ritmo cardíaco. O infarto do miocárdio é outra possível complicação e pode exigir a administração de anticoagulantes e outros medicamentos para restaurar a função cardíaca.

As convulsões também podem ocorrer em casos de intoxicação e precisam ser controladas com o uso de anticonvulsivantes. Um suporte neurológico contínuo é importante para garantir que as convulsões sejam gerenciadas adequadamente e para prevenir novas crises.

Considerações éticas e legais

Antes de nos despedirmos, uma última dica: ao lidar com casos de intoxicação, é essencial considerar as questões éticas e legais envolvidas. Por isso, a confidencialidade do paciente deve ser sempre garantida para proteger suas informações pessoais e evitar estigmatização.

E isso não é tudo: a documentação adequada é fundamental, não apenas para assegurar o cuidado contínuo, mas também para proteger o médico contra possíveis problemas.

Além disso, o consentimento informado deve ser obtido sempre que possível. Documente todas as decisões e procedimentos realizados, garantindo que o paciente esteja ciente dos tratamentos e das opções disponíveis. Esse tipo de cuidado é muito importante para a adesão do tratamento que será implementado após a alta do paciente e para a redução de recidivas.

Meu paciente está estável e teve alta. E agora?

Após um episódio de intoxicação por psicotrópicos, o manejo do paciente não termina com a estabilização inicial. Uma vez que o paciente é liberado da unidade de atendimento, há uma série de cuidados essenciais a serem seguidos para assegurar uma recuperação completa e para minimizar o risco de recorrências ou complicações.

Após a alta, é crucial que o paciente continue a receber acompanhamento médico regular. E isso vai além das consultas normais.

Nesse contexto, é importante considerar uma avaliação por um psicólogo ou psiquiatra para abordar possíveis problemas emocionais ou psicológicos que possam ter surgido devido ao episódio de intoxicação ou como parte da condição subjacente.

Além disso, é importante observar sinais de recaída ou novos episódios de intoxicação. Esses sinais podem incluir mudanças no comportamento, uso inadequado de medicamentos ou o retorno a padrões de uso de substâncias.

Portanto, é fundamental educar e orientar os familiares e cuidadores. É necessário fornecer informações detalhadas sobre os medicamentos prescritos após a alta, incluindo dosagem, horários e possíveis efeitos colaterais. Garantir que o paciente e sua família compreendam a importância de seguir o regime de medicamentos corretamente é essencial.

O manejo da intoxicação por psicotrópicos é um desafio significativo na prática médica, exigindo uma compreensão aprofundada das substâncias envolvidas, seus mecanismos de ação e as melhores práticas para tratamento. Por isso, parabéns por se atualizar, relembrar ou conhecer conceitos que podem salvar vidas em sua prática clínica!

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