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14.4.2022
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Equipe Afya Educação Médica
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Você já teve pacientes diagnosticados com hipertensão arterial, mas que mesmo com indicação do tratamento, tem picos frequentes de pressão alta? Engajar o paciente no tratamento da hipertensão nem sempre é fácil. Apesar de ser uma doença que pode desencadear sérias complicações, como acidente vascular cerebral e infarto, muitos pacientes não aderem ao tratamento da forma adequada.
Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência de hipertensão autorreferida no Brasil passou de 22,6% em 2006 para 24,3% em 2017. Além disso, estudo publicado na revista da American Heart Association mostra que a hipertensão aumentou na pandemia de Covid-19 entre os adultos nos Estados Unidos.
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Isto é, os casos de pressão alta estão aumentando, o que é preocupante. Pois, a pressão alta não tem cura, mas pode ser prevenida e controlada.
E, se não tratada corretamente, a hipertensão arterial explica 25% dos casos de diálise por insuficiência renal crônica terminal, 80% dos acidentes vasculares cerebrais e 60% dos casos de infarto do miocárdio. Esses dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que não tratar a pressão elevada pode reduzir em até 16 anos a expectativa de vida.
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Existem alguns fatores voluntários e involuntários que levam a não adesão do tratamento da hipertensão. Entenda alguns:
Segundo estudo publicado na Revista Latino-Americana Enfermagem com grupo de hipertensos, o principal motivo para a não adesão ao tratamento medicamentoso de hipertensão foi a “ausência de sintomas”. Para os pesquisadores, a característica assintomática da doença e a necessidade de tratamento por toda a vida são fatores que contribuem para a não adesão ao tratamento. Isto é, ao não sentir dor ou sintomas fortes, o paciente acha que está bem e ignora a doença.
De acordo com artigo publicado na Revista Brasileira de Hipertensão, um estudo para avaliar as razões de não adesão citados pelos pacientes com hipertensão mostrou que 30% dos indivíduos não tomavam a medicação por esquecimento. Muitos não se organizam bem e esquecem de tomar o medicamento nos horários corretos.
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Por não terem a devida informação sobre o tamanho ou por não entenderem as informações que recebem, muitos pacientes deixam de seguir o tratamento adequadamente. De acordo com documento divulgado pelo Ministério da Saúde, adultos com inadequada literacia em saúde têm maiores dificuldades para identificar seus medicamentos.
Além disso, segundo estudo publicado na revista Circulation, até 50% dos pacientes saem do consultório sem entender o que o médico lhes disse para fazer.
Além dos fatores já mencionados, o alto custo de medicamentos foi um fator que apareceu frequentemente em muitas pesquisas sobre a não adesão dos pacientes hipertensos.
A relação médico-paciente deve ser a base de sustentação para o sucesso do tratamento da hipertensão. Entenda a seguir algumas dicas para conseguir engajar o paciente:
É importante que os médicos entendam que a adesão ao tratamento depende em grande parte da habilidade em manter boa relação com os pacientes. Por isso, é necessário que o médico dispense um bom tempo nas orientações sobre o uso correto dos medicamentos prescritos, o que leva a erro de seu uso, perda de eficácia e aparecimento de reações adversas.
Ao orientar o paciente de forma cautelosa, com tempo, o paciente entende melhor as informações e confia mais no médico. Isso porque os pacientes são responsáveis por implementar as recomendações de tratamentos. Então, sua compreensão e confiança no médico é essencial para que isso aconteça.
Ao perguntar ao paciente suas dúvidas e características de sua rotina e necessidades, o médico consegue conhecer melhor o paciente individualmente. Assim, ele pode ensinar ao paciente métodos de autocuidado de acordo com sua realidade, e envolver o paciente no processo de tomada de decisão pode aumentar sua motivação na adesão ao tratamento.
Os recursos tecnológicos por aparelhos celulares podem ajudar no engajamento do paciente ao tratamento da hipertensão. Segundo estudo publicado na Revista da SOCESP, com o avanço da saúde digital e desenvolvimento de soluções digitais, é possível que o paciente receba lembretes de medicações, monitore sinais e sintomas cardiovasculares e tenha acesso rápido à opinião médica. Com isso, aumenta o envolvimento do paciente em seu autocuidado.
Portanto, o médico pode pesquisar sobre aplicativos e orientar o paciente sobre como usá-los para melhor adesão ao tratamento.
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