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Nível de hipertensão aumentou na pandemia de Covid-19

Nível de hipertensão aumentou na pandemia de Covid-19

A pandemia do novo coronavírus afetou a vida diária de muitas pessoas e a rotina médica também. Em busca de enfrentar a Covid-19, os médicos tiveram que se reinventar em diversas esferas, inclusive no tratamento de outras doenças. Isso porque a Covid-19 causou aumento de outras doenças, como condições crônicas. De acordo com novo estudo publicado na revista da American Heart Association, a hipertensão aumentou na pandemia de Covid-19 entre os adultos nos Estados Unidos.

Casos de hipertensão arterial nos Estados Unidos

Segundo a American Heart Association, quase metade dos adultos norte-americanos tem pressão alta e quase 75% de todos os casos permanecem acima dos níveis recomendados de pressão. Este é um fator preocupante já que a hipertensão arterial é uma das principais causas de doenças cardíacas.

Além disso, a hipertensão pode danificar o fígado, os olhos e o cérebro. Para combater a pandemia do novo coronavírus, foi necessário que as pessoas se isolassem em suas casas a partir de março de 2020 nos EUA. Mas isso causou uma mudança nos cuidados com a saúde de inúmeras condições crônicas, incluindo a pressão alta.

Leia também: Hipertensão arterial: quais as diretrizes para tratar?

Métodos do estudo sobre relação entre hipertensão e pandemia

Por isso, os pesquisadores decidiram analisar como ficaram os níveis de pressão arterial antes e durante a pandemia de Covid-19. Dessa forma, conseguiriam entender o impacto na população. Para isso, eles acessaram dados de saúde não identificados de um programa de bem-estar de funcionários.

Perfil do público analisado

O banco de dados incluía:

  • 464.585 adultos nos EUA;
  • Com idade média de 46 anos;
  • 54% eram mulheres
  • Todos haviam tido sua pressão arterial aferida durante triagens em 2018, 2019 e 2020.

O trabalho não mostrou informações sobre composição racial ou étnica do público analisado. Com isso, os participantes foram categorizados em quatro grupos:

  • Normal;
  • Elevado;
  • Hipertensão estágio 1;
  • Hipertensão estágio 2.

Esta categorização foi feita com base nas diretrizes atuais de pressão arterial da American Heart Association. Após essa classificação, os cientistas compararam os níveis de pressão arterial mensal antes da pandemia (em 2018 e 2019) com 2020. Leia também: MAPA e Holter: qual a diferença entre eles?

Estudo mostra que a hipertensão aumentou na pandemia

Segundo o estudo, não houve mudança significativa na pressão arterial entre os anos antes da pandemia. Porém, a cada mês durante a pandemia em comparação com o mesmo período em 2019, aconteceu o seguinte:

  •         Pressão arterial sistólica: teve aumento em média de 1,1 a 2,5 milímetros de mercúrio (mmHg);
  •         Pressão arterial diastólica: teve aumento em média de 0,14 a 0,53 mmHg.

Isso aconteceu tanto para mulheres como para os homens de diferentes idades. Ou seja, a hipertensão aumentou na pandemia de Covid-19 entre a população adulta dos EUA. Além disso, a pesquisa afirma que os maiores aumentos foram observados entre as mulheres tanto para sistólica como na diastólica. Já nos participantes mais velhos, o aumento foi principalmente da pressão sistólica. E entre os mais jovens, o maior aumento foi na pressão arterial diastólica.

Leia também: Homens morrem mais do que mulheres no Brasil.

De abril a dezembro de 2020, em comparação com o período antes da pandemia, 26,8% dos participantes foram recategorizados para uma categoria de pressão arterial mais alta. Já 22% dos participantes mudaram para uma categoria de pressão arterial mais baixa.

“Do ponto de vista da saúde pública, durante uma pandemia, vacinar-se e usar máscara são importantes. No entanto, os resultados de nossa pesquisa reforçam a necessidade de estarmos atentos também às condições crônicas de saúde, como o agravamento da pressão arterial”, disse Laffin.

Por que a pandemia de Covid-19 impactou a hipertensão arterial?

O estudo demonstra como a pandemia interrompeu as rotinas de saúde e bem-estar. “No início da pandemia, a maioria das pessoas não se cuidava bem. Os aumentos na pressão arterial provavelmente foram relacionados a mudanças nos hábitos alimentares, aumento do consumo de álcool, menos atividade física, diminuição da adesão à medicação, mais estresse emocional e sono ruim”, disse o principal autor do estudo, Luke J. Laffin, MD, codiretor do Centro de Distúrbios de Pressão Arterial na Cleveland Clinic em Cleveland, Ohio.

De acordo com o autor principal, é importante reforçar que, mesmo em meio à pandemia, é importante prestar atenção à pressão arterial e a condições médicas crônicas. Para isso, é importante que os médicos comuniquem a seus pacientes a importância da adoção de um estilo de vida saudável e o uso contínuo de medicamentos, de acordo com recomendação médica personalizada.

Leia também: Como ajudar pacientes em época de COVID-19?

Entre os hábitos indicados pelo pesquisador que são importantes para prevenção e controle estão a prática de exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação saudável e monitorar a pressão arterial e o colesterol. Além disso, ele recomenda que os pacientes precisam consultar um médico regularmente para aprender a gerenciar os fatores de risco cardiovascular.

Os autores desta pesquisa ainda acompanham os resultados de 2021 para descobrir se essa tendência continua. Pois, segundo o estudo, isso pode indicar uma próxima onda de derrames e ataques cardíacos.

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