Dezembro Laranja: Câncer de Pele: Causas e Prevenção

Autor(a)
Prof. Ricardo Hideyoshi Kitamura

Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com experiência em Dermatologia Geral, Cosmiatria e Laser e Preceptoria na Especialização Médica em Dermatologia, com graduação em Medicina pela Universidade Nove de Julho. Coordenador do curso de Atualização em Fresh Frozen Cadáver Lab – Procedimentos Dermatológicos Faciais e professor dos cursos na área de Dermatologia da IPEMED.

A pele é o maior órgão do corpo humano e tem diversas funções que incluem: proteção de barreira, proteção contra entrada de patógenos externos, proteção contra radiação ultravioleta entre outras. Com isso, está exposta às exposições ambientais frequentemente como a radiação solar.

O câncer de pele é o crescimento descontrolado de células anormais na epiderme, a camada mais externa da pele, causado por danos não reparados no DNA que desencadeiam mutações. Essas mutações levam as células da pele a se multiplicarem rapidamente e formarem tumores malignos.

Os principais tipos de câncer de pele são o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC), o melanoma e o carcinoma de células de Merkel (CCM).

CÂNCER DE PELE: CAUSAS

A maioria dos cânceres de pele é causada pela exposição excessiva à luz ultravioleta (UV). Os raios UV são um tipo invisível de radiação que vem do sol, das camas de bronzeamento e das lâmpadas solares. Os raios UV podem danificar as células da pele.

A proteção contra os raios UV é importante durante todo o ano, não apenas durante o verão. Os raios UV podem chegar até você em dias nublados e frios e refletem em superfícies como água, cimento, areia e neve. No território continental dos Estados Unidos, os raios UV tendem a ser mais fortes das 10h às 16h, horário de verão (das 9h às 15h, horário padrão).

O Índice UV prevê a intensidade dos raios UV todos os dias. Se o índice UV for 3 ou superior na sua área, proteja a pele da exposição excessiva ao sol.

Qualquer pessoa pode ter câncer de pele, mas pessoas com certas características correm maior risco:

  • Fototipo baixo;
  • Pele que queima, tem sardas, fica vermelha facilmente ou fica dolorida ao sol;
  • Olhos azuis ou verdes;
  • Cabelo loiro ou ruivo;
  • História familiar de câncer de pele;
  • Síndromes genéticas: p,ex. Sd. de Gorlin-Goltz, Melanoma Cutâneo Familiar;
  • Uma história pessoal de câncer de pele;
  • Idoso;
  • Histórico de queimaduras solares na infância e adolescência.

CÂNCER DE PELE:  PREVENÇÃO

Prevenção primária  

A maioria dos cânceres de pele é causada pela exposição excessiva à luz ultravioleta (UV). Os raios UV são um tipo invisível de radiação que vem do sol, das camas de bronzeamento e das lâmpadas solares. Os raios UV podem danificar as células da pele.

A proteção contra os raios UV é importante durante todo o ano, não apenas durante o verão. Os raios UV podem chegar até você em dias nublados e frios e refletem em superfícies como água, cimento, areia e neve. No território brasileiro, os raios UV tendem a ser mais fortes das 10h às 16h.

Como proteger sua pele do sol

Sombra

Podemos reduzir o risco de danos causados ​​pelo sol e câncer de pele ficando na sombra sob um guarda-chuva, árvore ou outro abrigo. A melhor proteção ainda para  pele é usar protetor solar ou roupas que contenham proteção solar quando exposição ao ar livre, mesmo quando estiver na sombra.

Roupas

Sempre que possível, utilizar camisas de mangas compridas e calças e saias compridas, que podem proteger contra os raios UV.  Camiseta molhada oferece muito menos proteção UV do que uma seca, e cores mais escuras podem oferecer mais proteção do que cores mais claras. Algumas roupas são certificadas por padrões internacionais como oferecendo proteção UV.

Chapéu

Para maior proteção, o uso de um chapéu com aba em toda a volta que protege seu rosto, orelhas e nuca. Um tecido bem tecido, como a lona, ​​funciona melhor para proteger a pele dos raios UV. Evite chapéus de palha com buracos que deixem passar a luz solar. Um chapéu mais escuro pode oferecer mais proteção UV.

Óculos de sol

Os óculos de sol protegem os olhos dos raios UV e reduzem o risco de catarata. Eles também protegem a pele ao redor dos olhos da exposição ao sol.

Óculos de sol que bloqueiam os raios UVA e UVB oferecem a melhor proteção. Óculos de sol grandes funcionam melhor porque impedem que os raios UV entrem lateralmente.

Protetor solar

O uso de protetor solar de amplo espectro, que filtrem os raios UVA e UVB, e tem tenha FPS 15 ou superior são recomendados antes de sair de casa É importante aplicar uma camada espessa em toda a pele exposta. E lembre-se, o protetor solar funciona melhor quando combinado com outras opções já citadas neste artigo.

O protetor solar não é recomendado para bebês com 6 meses ou menos. Nesta idade é recomendado manter os bebês longe do sol durante o meio-dia e usar roupas de proteção caso tenham que ficar ao sol.

Os protetores solares recebem um fator de proteção solar (FPS), que é um número que avalia quão bem eles filtram os raios UV. Números mais altos indicam mais proteção. Recomenda-se usar um protetor solar de amplo espectro com FPS 15 ou superior.

O protetor solar deverá ser reaplicado novamente se exposição ao sol por mais de 2 horas e depois de nadar, suar ou se secar com a toalha.

Protetor solar tem prazo de validade não superior a 3 anos. Sua vida útil é menor se for exposto a altas temperaturas como deixar o produto dentro do carro e o veículo ainda ficar exposto ao sol.

Prevenção secundária

Mudanças no formato e surgimento de lesões das pele como pintas, manchas ou verrugas devem ser avaliadas pelo médico especialista em Dermatologia.

Sabendo que os cânceres de pele não melanoma como o Carcinoma Basocelular e o Carcinoma Espinocelular precisam da exposição solar e outros fatores de risco envolvidos, precisamos realizar sempre uma avaliação minuciosa dos indivíduos com mais de 40 anos.

O médico dermatologista realizará alguns exames, sendo os mais comuns para diagnóstico, o exame de dermatoscopia.

Este exame consiste no uso de um aparelho com luz polarizada ou não polaraizada, que tem lentes especiais e podem aumentar a imagem em ate 10x. Com os achados na imagem, é realizado o diagnóstico da provável patologia. Existe ainda a Dermatoscopia Digital, muito utilizada para acompanhamento de indivíduos que tenham histórico pessoal ou familiar de Melanoma, no qual é realizada a documentação de cada lesão melanocítica que o paciente apresenta, auxiliando o diagnóstico e tratamento do médico dermatologista.

Outros exames podem ser úteis como a Microcopia confocal e o ultrassom dermatológico de alta definição, porém são exames limitados e de mais alto custo.

Referências Bibliográficas

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