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16.12.2021
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Equipe Afya Educação Médica
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O mês de dezembro marca o início do Verão no hemisfério sul. Isso significa que a face mais ao sul do planeta estará em posição privilegiada para receber os raios solares, luz e calor. Não à toa, é neste mês que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) organiza, todos os anos, a campanha do Dezembro Laranja, de enfrentamento ao câncer de pele não melanoma.
Neste verão, a SBD trabalha com o lema “Vamos conjugar prevenção ao coronavírus com cuidados para reduzir as chances de casos de câncer de pele?”.
Existem dois tipos básicos de câncer de pele:
O câncer de pele não melanoma é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, o que corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, segundo o Ministério da Saúde.
É caracterizado principalmente por manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram, nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, podendo destruir estas estruturas. Algumas pessoas podem ter feridas que não cicatrizam e duram por até algumas semanas.
“O uso do protetor solar protege contra os danos da radiação solar, prevenindo o aparecimento do câncer de pele relacionado a exposição crônica ao sol”, explica Maria de Fátima Amorim, professora e coordenadora da pós-graduação em Dermatologia e Dermatologia Estética da Faculdade IPEMED.
Mas, afinal, devemos utilizar protetor solar todos os dias? Para a professora Maria de Fátima, esse deve ser um hábito diário para as pessoas que mais se expõem aos raios solares, como aquelas que trabalham em espaços abertos.
“Também é importante o uso diário de protetor para pessoas que realizaram procedimentos dermatológicos como, por exemplo, peeling e uso de esfoliantes”, detalha.
Além do uso do protetor solar diariamente, Maria de Fátima adverte que as pessoas ainda devem evitar a exposição aos horários de maior radiação de raios UVB, entre as 10 da manhã e às 3 da tarde. Ela recomenda ainda o uso de roupas que cubram a pele, chapéu ou guarda, para proteger fisicamente a pele do sol.
Quando detectado precocemente, o câncer de pele não melanoma pode ser tratado adequadamente e apresenta mortalidade muito baixa.
“Há vários tratamentos disponíveis, como a retirada cirúrgica, tópicos imunomoduladores, produtos que melhoram o turnover celular, propiciando a cura. Hoje, também há produtos orais que atuam como fotoprotetores orais, não excluindo o uso do FPS tópico, bem como a terapia fotodinâmica, que combina o laser com produtos específicos”, afirma Maria de Fátima. “O mais importante é reconhecer os tumores cutâneos precocemente, diagnosticar e tratar o mais rápido possível, principalmente em pessoas com histórico de fotoexposição excessiva, uso de imunossupressores ou história de queimadura solar”, alerta a professora.
Aos primeiros sinais da doença, o paciente deve procurar um centro de saúde, onde será encaminhado para o atendimento de um médico especializado em dermatologia. É esse profissional o mais capacitado para identificar e recomendar o tratamento do câncer de pele.
Esse médico pode se especializar com treinamento mais extensivo em cirurgias de maior porte ou cirurgias como índice de recidiva do tumor menor.
“O profissional de dermatologia que se dedica a essa área específica do diagnóstico e tratamento do câncer de pele deve ter treinamento no diagnóstico clínico, especialmente em dermatoscopia, além da análise da biópsia de pele”, aponta a professora.
Segundo ela, atualmente existem diversas técnicas cirúrgicas dermatológicas de enfrentamento à doença. Quando necessárias, é possível realizar retalho, enxerto e até mesmo a necessidade de radioterapia ou quimioterapia, o que engloba o conhecimento do profissional da área.
“A oncologia também está muito presente na atuação do câncer de pele”, lembra ela.
Médicos interessados em seguir na dermatologia devem procurar especialização profissional na área, o que significa um treinamento altamente qualificado para atuação em clínicas de oncologia e cirurgia, além de hospitais especializados na área.
“Esse profissional pode atuar na rede pública e privada ambulatorial, com um amplo espaço e importância no atendimento diagnóstico e resolução de pequenas cirurgias dos tumores de pele”, conclui Maria de Fátima.