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26.4.2022
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Equipe Afya Educação Médica
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A vitamina K é um nutriente essencial para o funcionamento do corpo e está diretamente envolvida na coagulação do sangue. Mas qual é a necessidade de vitamina K para recém-nascidos? Nos últimos anos, têm surgido dúvidas sobre a real necessidade de vitamina K para recém-nascidos.
Em 1961, a American Academy of Pediatrics (AAP) passou a recomendar a injeção de vitamina K para recém-nascidos e, dessa forma, os números de casos de sangramento infantil devido deficiência de vitamina K despencaram. Mas esse quadro é tão raro, apesar de potencialmente fatal, que muitos têm questionado atualmente a necessidade destas injeções.
A vitamina K é necessária para formar coágulos e parar sangramentos. É possível obtê-la por alimentos e por algumas bactérias no intestino. Mas, os bebês nascem com quantidades muito baixas de vitamina K. Diferentemente de outros nutrientes, a vitamina K não passa facilmente pela placenta e não é abundante no leite materno. Por isso, os bebês levam meses para armazenar vitamina K em seus corpos
De acordo com o Centers of Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, os lactentes que não recebem a vitamina K ao nascer têm 81 vezes mais chances de sangramento tardio por deficiência de vitamina K, que ocorre de uma semana a seis meses após o nascimento e para evitar doenças hemorrágicas, bebês recebem injeção de vitamina K no nascimento.
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Nos anos 90, a administração de vitamina K intramuscular foi associada ao aumento do risco de câncer na infância. Porém, segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, isso é um mito e muitos estudos comprovaram que não existe esta associação.
Em 2013, o CDC notificou quatro casos de sangramento por deficiência de vitamina k no Tennessee, nos EUA. Os pais dos bebês haviam optado por não administrar vitamina K em seus filhos porque pensaram que era algo desnecessário e se preocuparam com o risco de leucemia.
Além disso, pesquisas mais recentes mostram que muitos pais têm preocupação com a injeção por conta da dor que o bebê pode sentir e por desconfiança das autoridades médicas.
Portanto, com este cenário em vista, a APP fez uma nova declaração em fevereiro de 2022, o que segundo muitos especialistas, é uma atualização importante para tranquilizar pais e mães que hesitam em aplicar vitamina K nos filhos.
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Em sua nova declaração, publicada em fevereiro de 2022, a APP reafirma a administração de uma dose intramuscular de 1 mg para lactentes com peso acima de 1,500 gramas, nas seis primeiras horas após o nascimento. Para prematuros com menos peso, a associação recomenda uma dose intramuscular de 0,3 a 0,5 mg/kg.
“Os bebês prematuros estão potencialmente em maior risco de deficiência de vitamina K devido à imaturidade hematológica e hepática, bem como à falta de colonização microbiana intestinal adequada”, afirma a APP.
Segundo a instituição, a suplementação oral é menos eficaz por causa da má absorção e das dificuldades de cumprir o esquema posológico.
Como a deficiência de vitamina K segue sendo uma ocorrência relativamente rara, a maioria das famílias desconhece as graves consequências. Portanto, o médico pediatra tem um papel muito importante no aconselhamento e orientação sobre o risco de recusar a injeção.
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