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24.2.2022
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Equipe Afya Educação Médica
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A dor nas costas tem sido a principal causa de anos vividos com incapacidade desde 1990, segundo a International Association For The Study of Pain. À medida que a população global aumenta e envelhece, o número de pessoas com dor lombar só aumenta. E muitos questionam: qual é a melhor forma de tratamento da dor nas costas? Qual é o papel da autogestão e do autocuidado no controle desta dor?
Embora a prevalência seja maior na faixa etária de 80 a 89 anos, o maior número de pessoas com dor nas costas está atualmente na faixa dos 50 a 54 anos. Isso preocupa as instituições de todo o mundo e deve ser um alerta para os médicos também.
Os fatores relacionados com a dor lombar podem ser vários, incluindo questões biológicas, psicológicas e sociais. Mas o tratamento depende de um trabalho conjunto entre o paciente e o médico. Um recente estudo publicado na Brazilian Journal of Physical Therapy afirma que tem sido defendida uma mudança de paradigma da gestão liderada por médicos de pacientes com doenças crônicas. Neste novo paradigma, defende-se que os pacientes desempenham um papel fundamental em seu próprio cuidado com mudanças de comportamentos.
A maioria das pessoas que sofre de dor nas costas terá episódios recorrentes com dor que vai e volta. Isso gera impacto nas atividades diárias dos pacientes, que procuram médicos especializados em busca de tratamento e amenização da dor. Em geral, as diretrizes clínicas recomendam terapia manual e exercícios supervisionados como tratamento.
Mas, os pesquisadores deste novo estudo afirmam: “o manejo bem-sucedido da dor persistente nas costas não se trata principalmente de médicos que diagnosticam e curam pacientes, mas sim de uma parceria em que os médicos ajudam os indivíduos a viver uma vida boa apesar da dor nas costas”. Isto é, é papel do médico capacitar o paciente com conhecimentos e habilidades para que este consiga autogerenciar sua dor de forma eficiente.
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Confira o que este estudo aponta sobre a autogestão do paciente no tratamento da dor nas costas:
De acordo com a pesquisa, é importante definir metas individuais, pois isso ajuda os pacientes a identificarem sua motivação para a mudança e gera maior adesão ao planejamento do gerenciamento da dor. Dessa forma, o médico consegue planejar intervenções mais personalizadas e eficientes que apoiem as metas.
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A definição de metas e o planejamento de intervenções devem ser baseados em tomadas de decisões compartilhadas entre paciente e médico. Com isso, o paciente tem autonomia com a responsabilidade do médico em proteger a segurança dos pacientes. Para isso acontecer, o médico precisa fornecer ao paciente opções e informações sobre as melhores evidências sobre intervenções e terapias.
Essa tomada de decisão em conjunto é um desafio, mas é uma forma de aumentar o engajamento e a adesão do paciente ao tratamento. Além de o médico precisar estar bem informado e atualizado, as habilidades de comunicação aqui são um diferencial.
No processo de planejamento de ações e definição de metas, a prontidão do paciente em mudar seu comportamento precisa ser analisada e considerada. Para isso, o estudo propõe cinco estágios de mudança de comportamento:
Neste processo, o médico precisa identificar, recursos, barreiras à mudança e desafios para que o paciente mantenha o novo comportamento. No caso dos pacientes nos primeiros dois ou três estágios, eles podem precisar de mais informações. Já aqueles nos últimos estágios podem precisar de maior segurança e feedback positivo.
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De acordo com esta pesquisa, os pacientes acreditam que a “lombalgia é imprevisível, incontrolável e difícil de entender”. Isso dificulta a capacidade de lidar com essa dor. Por isso, os pesquisadores alertam que é necessário educar os pacientes sobre os mecanismos e o manejo da dor. Com isso, eles podem parar de restringir suas atividades por causa de crenças erradas e medos.
Portanto, os médicos devem direcionar os pacientes a informações adequadas e verídicas sobre a dor nas costas.
Ao acompanhar o paciente em exercícios, é possível entender quando os pacientes sentem dor, dificuldade em realizar algum movimento desejado ou medo de realizar algum movimento. Dessa forma, o médico tem a oportunidade de explorar as causas e consequências, incentivando o paciente a explorar movimentos de maneiras diferentes.
O estudo reforça que é importante que o médico não deixe o paciente perder autonomia. Portanto, os exercícios supervisionados podem ser usados como uma ferramenta para praticar habilidades de resolução de problemas do dia a dia.
Ao engajar o paciente novamente em realizar atividades que ele valoriza, o paciente se expõe a movimentos e atividades que ele tem evitado. Por isso, esta pesquisa recomenda a exposição gradual para aumentar gradualmente o desempenho físico. Além disso, essa exposição pode ser uma ferramenta para reformular crenças e proporcionar uma experiência positiva mostrando que o paciente pode se movimentar e ser ativo.
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Pacientes que vivem com lombalgia podem ter episódios de crises e situações com aumento da dor. Portanto, é importante que o médico ajude o paciente com opções de suporte para controlar a dor e os medos ou outras emoções relacionadas com a lombalgia. Algumas opções que o estudo cita são exercícios respiratórios, técnicas de mindfulness e caminhada.
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É essencial a reavaliação e reflexão sobre os resultados do tratamento para o processo de aprendizado contínuo do médico e cuidado do paciente. Portanto, pergunte ao paciente se as metas foram alcançadas e questione quais são as barreiras. Dessa forma, é possível ajustar estratégias e necessidades para motivar o paciente.
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Ao avaliar o progresso dos pacientes, é necessário analisar a intenção do cuidado e a compreensão dos pacientes sobre os sintomas. Então, faça perguntas relacionadas com a dor. Por exemplo “O que você acha que acontece quando suas costas doem?”. Assim, é possível aumentar a conscientização.
Segundo a pesquisa, o paciente deve ser encorajado pelo médico a fazer um plano de ação para lidar com futuros desafios e recaídas. Nesta fase, é importante avaliar o estágio de mudança de comportamento e o planejamento de ações.
“Os médicos apoiam o autogerenciamento avaliando as metas, os planos de ação e a fase de mudança valorizados pelo paciente, em vez de definir o sucesso como a cura dos sintomas”, afirmam os pesquisadores. Os pacientes vivem situações de vida muito diferentes, com contextos individuais que devem ser analisados para apoiar a eficácia do controle da dor.