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13.4.2022
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Equipe Afya Educação Médica
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As vacinas são substâncias biológicas introduzidas no corpo dos indivíduos a fim de que eles desenvolvam uma resposta imunológica a determinada doença. Segundo o portal History of Vaccines, esse conceito surgiu ainda em 1798, quando o médico inglês Edward Jenner decidiu testar um soro criado a partir de material coletado das feridas de varíola dos úberes das vacas de ordenha e testá-lo em um garoto.
De lá para cá, o avanço das imunizações foram muitos e seus efeitos sociais vão desde economia em razão da eficácia e do excelente custo-benefício gerado pelas vacinas até impedimento ou contenção de epidemias/pandemias, como se viu recentemente com a Covid-19. São esses avanços que serão abordados neste conteúdo.
O investimento na descoberta de imunizantes eficientes foi responsável pela erradicação de doenças como a varíola e poliomielite e controle efetivo de outras doenças como difteria, sarampo, caxumba, rubéola e tétano, por exemplo.
Essas vacinas, no entanto, foram desenvolvidas a partir do mesmo tipo de mecanismo durante anos e, só de algumas décadas para cá esse campo vem ganhando novas linhas de atuação com a inserção da engenharia genética no desenvolvimento dos imunizantes.
A primeira mudança significativa em torno da produção de um imunizante se deu com a vacina contra hepatite B. Por meio da tecnologia recombinante, cientistas puderam reproduzir o antígeno fora do ambiente original, de modo que nenhum agente infeccioso vivo ou componente tóxico desse agente precisasse ser manuseado. Além de gerar mais segurança, a quantidade de antígeno obtida e a pureza do produto foram melhoradas por meio da técnica, o que levou a efeitos colaterais minimizados e menor custo de produção dos imunizantes.
Outro exemplo do efeito da engenharia genética sobre os imunizantes pode ser visto na criação de vacinas à base de polissacarídeos conjugado a um carreador toxóide, que é capaz de converter antígenos T-independentes (que afetam a imunogenicidade) em antígenos T-dependentes. Foi essa abordagem, por exemplo, que levou ao desenvolvimento da vacina conjugada de polissacarídeo pneumocócica 7-valente conhecida como Prevnar (Wyet), aprovada nos Estados Unidos nos anos 2000, assim como da Menactra (Sanofi-Pasteur), meningocócica quadrivalente desenvolvida também nos Estados Unidos, em 2004.
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A pesquisa genômica levou o estudo e desenvolvimento das vacinas a um novo nível, uma vez que é possível clonar genomas inteiros tanto em vetores bacterianos quanto em leveduras, permitindo maior amplitude da manipulação desses agentes infecciosos. Isso significa que a técnica permite um design muito mais rápido e personalizado do organismo estudado para uso em imunizantes.
As vacinas contra a gripe são exemplos de como isso é feito. A partir da clonagem das proteínas das superfícies das cepas circulantes em plasmídeos, é possível fazer a coexpressão delas em um conjunto de genes backbone, responsável por alto crescimento em ovos, mas atenuado em humanos, o que faz com que as vacinas tenham alto rendimento e segurança.
Outra evolução fica por conta do uso de adjuvantes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), uma vez adicionado à vacina, o adjuvante tem o papel de potencializar a resposta imunológica ao antígeno. Vale observar ainda que os adjuvantes não agem apenas quantitativamente. A análise qualitativa deles mostra que são capazes de induzir diferentes frentes do sistema imunológico e ampliar o escopo dos imunógenos cobertos. Esse tipo de avanço significa menor custo, gerado tanto pelo uso de doses mais baixas quanto pela eliminação de doses de reforço.
O desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19 deixou claro como o contexto de produção de imunizantes se modificou ao longo dos anos. E não foi apenas a velocidade da “descoberta” da vacina que surpreendeu. Além do esforço multissetorial de pesquisa, as diferentes frentes em que elas foram coordenadas permitiu a chegada a respostas mais rápidas e diferenciadas.
Apenas para que se tenha ideia dessas frentes, vale destacar alguns dos procedimentos de pesquisa coordenados por diferentes laboratórios durante o processo das vacinas contra a Covid-19, conforme destaque do Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade (IPEA) à época da corrida pelas vacinas.
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Como se viu, o avanço das vacinas de ácidos nucleicos tem beneficiado muitas pessoas durante a pandemia de Covid-19, graças a seu alto nível de proteção contra morbidade e mortalidade.
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