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Setembro Amarelo: precisamos falar sobre a saúde mental do médico

Setembro Amarelo: precisamos falar sobre a saúde mental do médico

Cuidar da saúde de outras pessoas é uma responsabilidade e tanto, não é mesmo?

Saber que se tem uma vida em mãos, independente do caso e de sua urgência, pode fazer com que a rotina e as situações se tornem mais estressantes, exaustivas e repletas de gatilhos para ansiedade e depressão. 

Esta realidade, junto a muitas outras que colocam o profissional em um lugar de super-herói, faz parte da vida de muitos estudantes de Medicina e médicos, que podem acabar evitando procurar ajuda e atentando para a própria vida em casos mais extremos. 

Por isso, é importante falar sobre isso

Não só pelas vidas dos pacientes, também em jogo, como, principalmente, pela vida do próprio médico/aluno. 

Por isso, neste Setembro Amarelo, a Afya liberou um novo recurso para avaliar saúde mental de estudantes de Medicina, médicos e médicas, oferecendo orientação e ajudando a melhorar a qualidade de vida de da cada um deles de forma anônima e confidencial.​

Continue a leitura para saber mais!

Setembro Amarelo: o que é e quando foi criado 

A campanha Setembro Amarelo foi criada nos Estados Unidos, após o suicidio do jovem Mike Emme, em 1994. 

Na ocasião de seu enterro, seus pais distribuíram cartões com fitas amarelas e frases para ajudar pessoas que pudessem estar passando por algum tipo de transtorno mental, como o jovem. 

A cor amarela fora escolhida devido ao carro de Mike, da mesma cor. 

No Brasil, o movimento só foi chegar pouco mais de 20 anos depois, em 2015. 

Endossada por instituições como o próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), além do Centro de Valorização da Vida (CVV), a campanha se utiliza da mesma fita amarela em sua comunicação. 

A cor também ilumina órgãos, monumentos e pontos turísticos ao redor do Brasil, como o Cristo Redentor e o Congresso Nacional. 

Este ato singelo e poderoso acontece, ainda, em meses como outubro e novembro, com as campanhas de Outubro Rosa e Novembro Azul, de prevenção ao câncer de mama e próstata, respectivamente. 

Vale lembrar que o dia 10 de setembro também foi o dia escolhido para celebrar, mundialmente, o Dia de Prevenção ao Suícidio.

Desmistificando tabus 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicidio é a causa de 800 mil mortes por ano, em todo o mundo - o que dá uma média de 1 suicídio a cada 40 segundos, um dado preocupante. 

Como nos coloca a Dra. Sandra Carvalhais, coordenadora do curso de Psiquiatria da Afya Educação Médica, o suicídio é a consequência de um processo multifatorial. 

O suicidio pode ser determinado por diversos fatores, sejam eles biológicos, que podem ser genéticos, ou psicológicos culturais e socioambientais, que, em uma complexa interação ao longo da história do sujeito, o predispõem ao comportamento suicida. Como um fenômeno processual, não pode ser considerado o resultado de uma ocorrência pontual na vida do sujeito, e indica que pode ser prevenido”, explica.

Segundo a profissional, o que dificulta atualmente esta prevenção é o tabu em torno do tema, com pessoas tendo dificuldade de verbalizá-lo ou mesmo entendendo como algo de pequena importância. 

Quando se fala da classe médica, a situação pode ficar ainda mais complexa, uma vez que não apenas os profissionais podem estar em risco, como também podem entrar em contato com indivíduos potencialmente em risco.

“Para a prevenção, a conscientização da extensão do problema e do como lidar com o problema é fundamental, não apenas para médicos e demais profissionais de saúde como também para todos que, eventualmente, possam entrar em contato com indivíduos que estejam potencialmente em risco. A prevenção de um evento relacionado com o fenômeno saúde/doença é a utilização de medidas que antecipem a ocorrência de um agravo à saúde”, disserta Carvalhais.

Como anda a saúde mental do médico

Saúde mental é coisa séria - e saúde mental de quem cuida da saúde é ainda mais!

Exemplos de eventos estressores, ou seja, que despertam um padrão, no corpo, para que se evite ou se fuja de uma condição adversa, são o que não faltam na carreira de um estudante de Medicina ou médico. 

Longas jornadas de trabalho, plantões extensos, líderes tóxicos, e mesmo ameaças por vezes desconhecidas, como o próprio coronavírus no início da pandemia, são alguns deles.

Ainda que já seja rotineiro, lidar com a vida de uma pessoa é delicado. 

Em condições extremas e repletas de sentimentos e emoções como ansiedade, tristeza ou raiva, ainda mais. 

Segundo o Panorama da Saúde Mental 2022, estudo conduzido pela Afya em prol do aprofundamento no estilo de vida de profissionais da Medicina no Brasil:

  • Médicos (gênero masculino) têm taxa de mortalidade por suicídio 44% maior do que a população em geral;
  • Médicas (gênero feminino) possuem um risco ainda maior, de 90%;
  • 46% relataram que é raro ou ausente uma noite de sono reparadora;
  • 70,7% dos médicos podem ser considerados sedentários; e
  • 70% dos médicos nunca praticaram meditação ou mindfulness com regularidade.

Além destes números e percentuais, já preocupantes, outros dados, desta vez trazidos pelo Panorama da Qualidade de Vida dos Médicos, realizado pelo Research Center da Afya já este ano (2024) e com mais de 2 mil médicos brasileiros, também revelam um cenário importante:

  • 33,5% dos médicos em atividade no Brasil têm diagnóstico de ansiedade;
  • 22,1% dos médicos brasileiros têm depressão diagnosticada;
  • 60,1% dos médicos concordam que os níveis de estresse comprometem muito seu desempenho no trabalho;
  • 6,7% têm diagnóstico de Síndrome de Burnout; e
  • 27,2% apresentam sintomas da condição, mas não fazem acompanhamento.

Nova ferramenta disponibilizada pela Afya em parceria com a Conexa

Foi pensando em todos esses números e no conceito sobre suicidio apresentado pela Dra. Sandra Carvalhais, coordenadora do curso de Psiquiatria da Afya Educação Médica, bem como na importância da desmistificação do assunto e no auxílio à comunidade médica, que a Afya, como dito no início do post, lançou uma nova ferramenta este ano. 

Afinal, para viver o melhor da Medicina, é preciso viver com saúde mental e bem-estar,  fundamentais para a qualidade de vida e para que se possa exercer a profissão médica com paixão e excelência.

Portanto, se você é estudante de Medicina, médico ou médica, independente da instituição, este recurso é para você.

Às vezes, o que mais precisamos ouvir é um: "Está tudo bem?"

Se este é o seu caso, clique no botão desta página e responda a algumas perguntas de um questionário de rastreio de saúde mental. 

Leva até 5 minutos e é completamente sigiloso e confidencial.

Após a resposta ao questionário, você poderá ser redirecionado ao atendimento gratuito e com psicólogos qualificados, da equipe Conexa, uma parceira Afya, que proporcionará o apoio necessário para um momento tão delicado.

Você poderá fazer este rastreio quantas vezes quiser ao longo de setembro.

Caso não se sinta confortável, vale lembrar que existem outros canais de comunicação oficiais da OMS, como o CVV. Basta ligar 188 (24 horas por dia e sem custo de ligação).

Compartilhe esta iniciativa e nos ajude a alcançar mais pessoas. 

Toda vida importa!