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18.4.2018
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O médico precisa lidar com situações extremamente complexas no seu dia a dia. Estar preparado para identificá-las adequadamente e escolher a melhor conduta é uma premissa básica da profissão. Diante dessa realidade, é fundamental conhecer o que é a sepse a quais são seus possíveis desdobramentos para o paciente.
Esse é um quadro relativamente frequente em algumas áreas médicas, sobretudo nos plantões e na medicina intensiva. No entanto, sua complexidade pode levantar dúvidas e questionamentos até mesmo para os mais experientes. Confira o conteúdo que preparamos no post a seguir e aprenda um pouco mais sobre o tema!
O primeiro passo para lidar com esse tipo de problema no seu plantão é conhecer bem o conceito de sepse. Também chamada de infecção generalizada, septicemia ou até mesmo de SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica), ela é, em linhas gerais, uma infecção grave, que envolve uma resposta imunológica inadequada do organismo.
O quadro, muito frequente em unidades de terapia intensiva, normalmente se inicia com uma infecção local que, pelos mais variados motivos, acaba provocando uma infecção mais severa que se espalha via sistema sanguíneo para outras áreas. Inclusive, não é raro que a sepse se mantenha mesmo após a infecção inicial ser tratada ou controlada.
Como dissemos, o mais comum é que a sepse comece por meio de uma infecção local que se espalha pelo organismo por meio da corrente sanguínea. No entanto, o mais comum é que o nosso sistema imunológico consiga debelar boa parte dessas infecções, seja por conta própria ou com o uso de antibióticos comuns.
A septicemia acaba sendo mais comum, portanto, em pessoas hospitalizadas ou pacientes imunodeprimidos, como as pessoas com AIDS ou pessoas em uso crônico de corticoides. Apesar da origem mais habitual ser a bacteriana, esse quadro também pode ser originado por fungos, vírus ou até mesmo parasitas.
Os focos de infecção primária mais comuns são os pulmões, as vias urinárias (rim, ureter, bexiga e uretra) e o peritônio. Outras origens comuns são otites, erisipela, artrites, endocardites, infecções do sistema nervoso e feridas oriundas de intervenções cirúrgicas.
A sepse costuma apresentar alguns dos sintomas que são habituais a qualquer infecção comum, como febre alta, náuseas, calafrios, fraqueza, prostração, anorexia, dores articulares, irritabilidade, letargia e dispneia. É preciso ter atenção, pois alguns desses sinais podem surgir apenas quando a infecção já se espalhou.
No caso da sepse grave, quando já há uma disfunção orgânica pré-estabelecida, o paciente pode apresentar hipotensão, alteração do nível de consciência, anúria ou oligúria, hipoperfusão sanguínea, edema, derrame pleural, acidose, distúrbios de coagulação, peritonite e muito mais.
Como resultado da sepse grave, o paciente pode apresentar um quadro de coagulação intravascular disseminada que, por sua vez, pode resultar em um impedimento orgânico de que os nutrientes e o próprio oxigênio cheguem adequadamente aos órgãos vitais. Diante desse contexto, a homeostase fica seriamente comprometida.
O paciente em questão passa a depender com urgência de intervenções médicas para sobreviver. Quadros como hemorragias, tromboses, edema agudo de pulmão, acidentes vasculares, hipovolemia, necroses e hipóxia tissular passam a ser frequentes, podendo resultar em falência múltipla dos órgãos e morte.
Quando o médico desconfia do quadro de sepse, ele deve buscar o diagnóstico por meio da união precisa entre avaliação clínica e exames laboratoriais, sobretudo para identificar o foco inicial do quadro infeccioso. Obviamente, a escolha da conduta dependerá, sobretudo, dos recursos disponíveis no local de internação.
Entre os exames fundamentais estão:
Além dos exames laboratoriais, deve ser feito um exame físico minucioso, aferindo a pressão arterial, avaliando a perfusão capilar, o padrão cardiorrespiratório e a função nervosa e cognitiva do paciente.
Alguns biomarcadores mediadores da sepse estão sendo melhor estudados para uma visão mais holística desse tipo de situação e uma previsão mais precisa dos prognósticos dos pacientes.
O tratamento da sepse, logicamente, dependerá tanto do tipo de microrganismo que causou o quadro quanto da origem da infecção primária, passando por outras escolhas e avaliações. Deve ser considerando os resultados obtidos nas culturas realizadas, o estado do próprio paciente e os recursos disponíveis.
Em um quadro bacteriano, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado o mais precocemente possível. Em linhas gerais, na suspeita de septicemia, o médico já entra com a antibioticoterapia de amplo espectro por via endovenosa, aguardando o resultado das culturas. Uma vez que esses dados estejam disponíveis, pode ser feito um ajuste mais fino da medicação.
Também é fundamental que seja feita a reposição volêmica, pois isso ajuda a minimizar os problemas que seriam causados pela hipovolemia e pela perfusão tissular insuficiente. Se isso não surtir o efeito esperado, os médicos podem optar por substâncias vasopressoras, como a dopamina e a epinefrina.
Em caso de insuficiência respiratória, o que acaba sendo bem comum em pacientes com septicemia, a ventilação mecânica entra em ação para garantir um suprimento adequado de oxigênio para os pulmões. O mesmo princípio vale na hemodiálise para o quadro de função renal insuficiente.
Também é feito um suporte nutricional, em geral por sonda nasogástrica, bem como um rígido controle glicêmico, para evitar a hipoglicemia.
Um quadro tão comum e grave como a sepse apenas reforça a importância da constante atualização, a fim de evitar erros e de ter uma carreira médica de sucesso. Um profissional completo deve continuar os seus estudos após o término do seu curso, tendo na pós-graduação uma alternativa eficaz, dinâmica e inteligente de aperfeiçoar os seus conhecimentos.
E então, gostou desse conteúdo? Aprendeu um pouco mais sobre a sepse, o seu diagnóstico, manejo e os possíveis tratamentos? Se você está interessado em receber mais artigos como este em primeira mão, não deixe de assinar a nossa newsletter!