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22.10.2024
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Equipe Afya Educação Médica
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Nos últimos anos, a especialidade de Ortopedia e Traumatologia vem ganhando destaque e está em plena expansão no mercado. Esses campos são interligados e lidam com diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças no sistema musculoesquelético. O profissional da área também atua no âmbito de doenças degenerativas, que surgem com o envelhecimento.
Neste material, vamos abordar a carreira em Ortopedia e Traumatologia. Saiba de quais formas esse médico pode atuar e quais tipos de procedimentos podem ser realizados por ele. Ainda, entenda como funciona a Residência Médica na área e as projeções para o mercado de trabalho. Boa leitura!
No Brasil, os profissionais de Ortopedia e Traumatologia estão juntos em uma única especialidade. Mesmo que esses campos envolvam estudos de estruturas em comum, os especialistas podem ter atribuições distintas. Ou seja, isso depende da função ou do âmbito de trabalho em que estão alocados.
Apesar de ambos lidarem com lesões ósseas e musculares, o ortopedista é o médico que cuida de problemas crônicos e doenças congênitas. Já o traumatologista está mais ligado a emergências, tais como traumas causados por acidentes automobilísticos, quedas e acidentes de trabalho.
Em tese, a formação profissional do especialista abrange as duas áreas. Porém, o médico pode exercer atividades específicas, conforme a responsabilidade de suas funções.
Logo, a Ortopedia e a Traumatologia formam uma vasta área, que inclui o cuidado e a prevenção de enfermidades diversas envolvendo as estruturas osteomusculares.
Sem dúvida, contar com profissionais com capacidade de intervir em problemas que afetam a mobilidade e colocam em xeque o bem-estar impacta diretamente a qualidade de vida. Assim, essa é uma das áreas médicas que mais crescem no Brasil.
Além dos tratamentos de doenças crônicas, os especialistas proporcionam abordagens centradas em ações preventivas. A Ortopedia e Traumatologia se envolve em campanhas de educação sobre saúde dos ossos, ligamentos e articulações. Tais eventos são importantes para enfatizar a relevância de adotar um estilo de vida saudável.
Logo, atuar na carreira de Ortopedia e Traumatologia possibilita ir muito além do tratamento de doenças osteoarticulares. A profissão é mais abrangente, priorizando uma visão holística do paciente e focando na melhoria contínua da saúde e do bem-estar da coletividade.
Do ponto de vista histórico, a Ortopedia tem sua origem na correção de deformidades da infância. O termo vem do grego “orthos”, que significa reto, e “paidion”, que quer dizer criança.
Com o passar dos anos e a evolução das técnicas de tratamento, esse campo médico cresceu, abrangendo a correção de problemas ósseos e articulares de adultos. Assim, a partir do surgimento de procedimentos cirúrgicos modernos, combinados com ferramentas tecnológicas, a Ortopedia e a Traumatologia se uniram e expandiram as modalidades de intervenções.
Somado a isso, esse nicho também atua integrado a diversos campos de saúde e envolve técnicas complexas. De forma multidisciplinar, a profissão incorpora inovações que englobam a engenharia de biomateriais e as próteses robóticas.
Nesse campo, o uso de novas metodologias centradas em ferramentas tecnológicas avançadas faz toda a diferença. A meta é melhorar a qualidade dos diagnósticos por imagem, ao proporcionar mais rapidez e eficiência aos processos.
A eficácia e a especificidade de exames como raio-X, tomografia computadorizada (Pet-Scan) e ressonância magnética evoluíram bastante nos últimos anos. Tais avanços permitem visualizar as estruturas com maior precisão, o que é crucial para a identificação de anormalidades e posterior correção.
Como já falamos, a incorporação de novas tecnologias na prática clínica da Ortopedia e Traumatologia tem sido fundamental para o avanço dessa área. Além de transformar a rotina da especialidade, a utilização de materiais inovadores influencia significativamente nos resultados das intervenções.
A implantação de próteses, a inovação das órteses e a disponibilidade de softwares de planejamento cirúrgico elevaram o nível da assistência nesse campo médico. Hoje, a especialidade de Ortopedia e Traumatologia oferece maior precisão e resultados mais rápidos aos procedimentos ortopédicos.
Nos últimos anos, houve uma mudança significativa na pirâmide etária brasileira: as taxas de nascimento e de mortalidade da população diminuíram drasticamente. Nesse cenário, especialidades médicas como Ortopedia e Traumatologia são cada vez mais necessárias, já que as doenças degenerativas costumam surgir no envelhecimento.
Além disso, à medida que a população envelhece, o grau de dificuldade para a realização de atividades diárias também aumenta. Com isso, a tendência é que surjam limitações até mesmo para se locomover e sustentar o próprio corpo em pé.
Consequentemente, a demanda por tratamentos ortopédicos e traumatológicos vem aumentando significativamente. Isso se deve, entre outros fatores, à necessidade de controle de doenças, à reabilitação após quedas e acidentes domésticos e ao desgaste osteoarticular associado à idade avançada.
Nessas circunstâncias, o avanço das ciências médicas, aliado às possibilidades tecnológicas no diagnóstico e aos tratamentos desses quadros, tem sido fundamental. Isso impulsionou uma busca incessante por melhorias que contribuam para o desenvolvimento da Ortopedia e Traumatologia.
Houve, portanto, uma notável revolução nas pesquisas científicas e técnicas cirúrgicas nesse campo. Dessa forma, a especialidade está se destacando e possibilitando o uso de técnicas que permitem uma reabilitação física menos dolorosa e mais eficiente.
Abaixo, veja por que o uso da tecnologia tem sido essencial:
Quem atua nessa especialidade pode contar com um gama de procedimentos e técnicas para prevenção e tratamento das mais variadas condições de saúde.
A proposta é promover o alívio da dor, melhorar as funções dos aparelhos osteoarticulares e corrigir deformidades.
A seguir, listamos os principais procedimentos disponíveis nessa área. Acompanhe!
Objetiva estabilizar e alinhar os ossos fraturados. A intervenção também permite uma cicatrização adequada, com vistas à restauração da função do membro afetado.
Por ser mais invasiva e exigir períodos prolongados para a recuperação, a cirurgia é indicada somente quando a fratura é grave e causa instabilidade nas articulações.
É uma intervenção realizada para substituir articulações danificadas. Esse procedimento também é indicado quando as articulações são desgastadas por processos naturais do envelhecimento, excesso de atividade física ou uso de próteses artificiais.
A meta da artroplastia é restaurar a função e aliviar a dor, principalmente nos quadros de doenças degenerativas, como a artrose. Em geral, os casos que exigem reabilitação óssea são mais comuns em mulheres, devido à influência de hormônios sobre a fisiologia óssea no pós-menopausa.
Em suma, a artroplastia é considerada um tratamento padrão ouro para melhorar a mobilidade, amenizar o desconforto do paciente e reabilitar a função das articulações. O intuito é proporcionar mais qualidade de vida às pessoas.
No entanto, a opção por esse método depende de diferentes fatores e se torna prioridade somente após tentativas de terapias convencionais. Para proceder ao tratamento, o médico avalia a localização da lesão, o nível de comprometimento e o estado geral do paciente.
Esse procedimento é indicado para a reparação ou substituição de ligamentos que foram rompidos ou ficaram instáveis. Geralmente, os ligamentos que mais exigem essa intervenção são os que envolvem as articulações do ombro, joelho e tornozelo.
Muitas lesões esportivas requerem esse tipo de reconstrução, especialmente em casos de ruptura do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) no joelho. O procedimento geralmente é realizado com anestesia local ou geral, dependendo do grau da lesão e da região afetada.
Minimamente invasiva, a técnica da artroscopia utiliza pequenas incisões e uma câmera para o médico introduzir e guiar os instrumentos cirúrgicos. Por meio do artroscópio, o cirurgião ortopédico visualiza a articulação e avalia as características da lesão. A parte danificada é removida, e o local é preparado para inserção do enxerto com o novo tecido.
Essa cirurgia serve para tratar diversas condições que afetam o funcionamento da coluna vertebral. As mais comuns são as hérnias de disco, as fraturas, as deformidades e a estenose espinhal.
Ao fazer essa intervenção, o profissional busca reduzir as limitações, a fim de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do paciente. O procedimento é especialmente indicado em condições clínicas nas quais os tratamentos conservadores não oferecem a solução esperada.
Assim como acontece nas outras intervenções que envolvem Ortopedia e Traumatologia, a alternativa cirúrgica deve ser criteriosamente avaliada. Fatores como idade, condição clínica e presença de comorbidades precisam ser considerados na decisão pela realização dessa cirurgia.
Cirurgia que objetiva aliviar a pressão sobre os nervos ou a compressão dos feixes nervosos que envolvem a medula espinhal. Esse quadro é causado por estenose espinhal, traumas ou hérnias de disco.
Vários métodos são utilizados para o tratamento dos quadros de compressão nervosa, que provoca dor, dormência ou paresia nos membros. Entre eles, os que proporcionam melhores resultados são a laminectomia e a foraminotomia. O último se refere ao alargamento dos forames por onde saem os nervos da coluna vertebral.
O procedimento é indicado para a remoção de parte ou todo o disco intervertebral que apresenta herniação. O cirurgião intervém quando o disco herniado comprime raízes nervosas ou a medula espinhal, causando dor e fraqueza.
Por meio desse procedimento, é possível unir de forma permanente duas ou mais vértebras. A meta é eliminar o movimento entre elas nos quadros de escoliose, instabilidade vertebral ou degeneração acentuada dos discos.
Para isso, o médico utiliza enxertos ósseos, que podem ser do próprio paciente ou retirados de um banco de ossos. Nesse tratamento, também pode ser necessária a inserção de dispositivos metálicos, tais como parafusos e placas próprias para a união das vértebras instáveis.
Atualmente, essa é uma das áreas mais estudadas pelas ciências médicas, já que as pesquisas com células-tronco representam promessas para várias condições clínicas, inclusive em Ortopedia e Traumatologia.
Muitos pacientes estão se beneficiando das soluções para diferentes quadros que envolvem lesões de alta complexidade. Por meio dessas técnicas, é possível promover maior regeneração de tecidos musculares, cartilaginosos, de tendões e ligamentos de todo o sistema osteoarticular.
Diante da maior expectativa de vida da população, tornam-se cada vez mais necessários os procedimentos de implante ósseo, assim como a revisão e a correção do desgaste dos materiais implantados.
Nesse contexto, o transplante ósseo tem se transformado em um procedimento mais presente na prática médica, mesmo que seja considerado de alta complexidade.
A intervenção é vista como alternativa para os pacientes que têm desgaste ósseo gradativo, que ocorre após a inserção de próteses na articulação comprometida.
Seguindo as tendências mundiais, influenciadas pelo aumento da expectativa de vida, o crescimento das doenças crônicas degenerativas tem intensificado a demanda por médicos ortopedistas e traumatologistas. Condições como a osteoporose e a obesidade tornam essa especialidade essencial para o suporte clínico da população.
Consequentemente, quem investir na carreira de Ortopedia e Traumatologia não somente elevará as chances de atingir a estabilidade financeira, mas também terá maior variedade de locais para atuar. Tais fatores tornam essa especialidade cada vez mais atrativa entre os médicos recém-formados.
Logo, quem escolhe essa área para se especializar é bastante requisitado para o exercício em diferentes funções e atividades. As principais oportunidades estão em hospitais públicos, universidades, clínicas privadas, centros de reabilitação e instituições particulares ou conveniadas.
Em linhas gerais, a remuneração dos profissionais que atuam em Ortopedia e Traumatologia no Brasil se enquadra no ranking das mais bem pagas, principalmente no campo das cirurgias.
Por isso, muitos médicos em formação ou generalistas têm interesse em saber sobre o assunto. Afinal, as referências salariais podem ajudar bastante na tomada de decisões sobre a carreira. Outro ponto relevante é escolher uma especialidade que possibilita alcançar estabilidade financeira mais rápido.
De acordo com a plataforma Catho, a média salarial de um médico Ortopedista e Traumatologista no Brasil é de R$ 7.216,00. Essa média pode sofrer variações, pois depende de fatores como o grau de especialização, a região do país e a experiência do profissional.
Por fim, vale ressaltar que a remuneração média dos ortopedistas e traumatologistas está condicionada ao nível de subespecialização. Ou seja, os profissionais que realizam anos adicionais de Residência Médica e atuam em cirurgia da mão, ortopedia oncológica, entre outras, conseguem mais empregos e tendem a ser mais valorizados no mercado.
Para atuar nessa área, o primeiro passo é cursar a graduação em Medicina. O curso tem duração média de seis anos, incluindo três fases de dois anos cada:
Após a conclusão da graduação, é necessário passar pela Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia. Durante essa formação, o médico adquire conhecimentos teóricos e práticos sobre as diferentes áreas dessa especialidade.
Por fim, a última etapa é a submissão à prova de título de Ortopedia e Traumatologia. Após a aprovação, ela dá direito ao credenciamento na Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e ao exercício da profissão.
Na maioria das instituições, o processo seletivo envolve uma primeira fase, que é constituída pela prova teórica. Nesse exame, o foco são conteúdos que abordam conhecimentos gerais da Medicina. As questões são subdivididas em cinco grandes áreas:
Após essa etapa, os médicos classificados serão submetidos à segunda fase do exame. No entanto, o ideal é ficar atento ao edital da faculdade de interesse, pois as etapas da seleção podem variar.
Em alguns locais, a classificação dos candidatos é feita com base apenas no resultado do exame da primeira fase. Depois da classificação, as vagas são preenchidas de acordo com uma avaliação curricular.
Cursar uma Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia é o caminho necessário para a formação do profissional que almeja atuar nesse nicho. O curso é voltado para a aquisição de conhecimentos e para o treinamento de habilidades práticas, bem como de técnicas de comunicação. Esses aspectos são pré-requisitos para uma atuação médica de qualidade.
Saiba mais a seguir!
Como já explicado, o acesso à Residência Médica em todas as especialidades exige a formação em Medicina, além do posterior registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Os critérios de ingresso variam conforme as exigências de cada instituição. Além da bolsa, em algumas universidades brasileiras, o médico residente pode receber outros benefícios.
Nessa área, a Residência Médica tem acesso direto e uma duração média de três anos. Durante esse período, o médico em formação terá a oportunidade de vivenciar diferentes aspectos que envolvem a rotina em Ortopedia e Traumatologia.
Dessa forma, ao longo do curso, o residente poderá aprofundar seus conhecimentos teóricos e conciliá-los com a prática. Sob a supervisão de professores e médicos preceptores, ele aprenderá a realizar procedimentos cirúrgicos de diferentes complexidades.
Aqui, destacamos as principais áreas de especialização em Ortopedia e Traumatologia. Continue a leitura.
Essa é uma especialidade com muitas oportunidades no mercado de trabalho, visto que está em ascensão na área de Ortopedia e Traumatologia. O foco são os procedimentos cirúrgicos para a reabilitação funcional de doenças e lesões no quadril. Entre as complicações de maior demanda, podemos destacar as fraturas, as luxações e a artrose.
Uma das mais relevantes em Ortopedia, a cirurgia de joelho envolve diferentes procedimentos. Existem vários quadros que acometem os joelhos e que podem requerer intervenções cirúrgicas para a sua restauração. Os mais prevalentes são as lesões e as doenças do joelho, a artrose e a tendinite.
Especializada no tratamento e reabilitação de lesões traumáticas nos ossos e nas articulações, essa área também está em crescimento. Além dos problemas típicos de degeneração que surgem na terceira idade, essa especialidade também é centrada no suporte de atletas de alto rendimento.
Assim, quem faz esse tipo de Residência Médica torna-se apto ao atendimento emergencial nos casos de luxações, entorses e outros tipos de lesões. O tratamento objetiva a restauração da lesão e o alívio da dor e do desconforto, bem como a recuperação funcional.
Nessa especialidade, o médico atua com diferentes quadros que envolvem as práticas desportivas. Com o surgimento de novos esportes, essa área está se tornando cada vez mais interessante dentro do nicho de Ortopedia e Traumatologia.
A assistência envolve tanto atletas profissionais quanto pessoas que praticam atividades físicas regularmente. Na rotina, o profissional atua na prevenção e no tratamento de lesões decorrentes de atividades esportivas. Em algumas circunstâncias, atletas de alto rendimento contratam médicos dessa área para compor as suas equipes de suporte em torneios e competições.
Voltada para o tratamento de doenças musculoesqueléticas da infância, o foco dessa especialidade é a prevenção e o controle de deformidades ósseas. Esses profissionais também atuam em condições relacionadas à alteração da curva de crescimento e em quadros mais complexos, como a paralisia cerebral, cuja assistência exige atenção à ética médica.
Essa área é responsável pelo tratamento do câncer nos ossos e atua com pacientes de todas as faixas etárias. Ortopedistas especializados em oncologia ortopédica acompanham os pacientes tanto em consultas ambulatoriais quanto em cirurgias para remoção de tumores ósseos.
Como você pôde notar, áreas como a Ortopedia e Traumatologia são excelentes oportunidades para impulsionar a carreira médica e atingir metas profissionais. Destaque na Medicina, cada vez mais essa especialidade ganha notoriedade, haja vista a sua relevância no contexto da reabilitação dos quadros mais prevalentes do sistema osteoarticular.
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