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6.1.2023
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O gerenciamento de qualquer empresa ou instituição sempre traz desafios logísticos e interpessoais muito grandes para a equipe de gestão. Quando falamos de instituições de saúde, os desafios ficam ainda maiores e mais delicados.
A dificuldade em integrar sistemas e proporcionar um atendimento humanizado e ágil para os pacientes nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente em hospitais e clínicas de grande porte. Uma das soluções para melhorar a organização destas instituições é a interoperabilidade. Você sabe o que é isso?
Neste post, você vai compreender quais são os principais desafios da gestão médica e como a interoperabilidade na saúde funciona e pode auxiliar nestes processos. Boa leitura!
Antes de compreendermos como novas formas de organização e integração de sistemas na saúde podem ajudar no cotidiano de instituições da área, é essencial entender como a gestão hospitalar e clínica costuma ser feita.
Por se tratar de um tema delicado e com inúmeras áreas trabalhando conjuntamente, a saúde costuma utilizar diferentes sistemas, estruturas e formas de pensar seus processos e também seus pacientes.
Por isso, é comum que clínicas e hospitais invistam em diferentes softwares e programas para gerir prontuários, consultas, estoque de materiais e marcação de exames, por exemplo.
Embora esta variedade possa parecer positiva, afinal, os softwares usados em laboratórios de exames abranjam funcionalidades diferentes das de um programa para marcar agendas, um grande número de sistemas diferentes também pode trazer complicações.
Quando a equipe multidisciplinar trabalha de maneira desconectada, obedecendo apenas seus próprios sistemas e desconhecendo o funcionamento geral da instituição, este cenário pode gerar um atendimento desumanizado e pouco efetivo, repleto de redundâncias e pacientes insatisfeitos.
É justamente aí que entra o conceito de interoperabilidade, que busca diminuir os principais desafios da gestão em saúde, integrando sistemas e facilitando os processos complexos realizados nestes ambientes. Siga a leitura e entenda um pouco mais sobre este conceito.
Quando falamos em interoperabilidade, isto é, a capacidade de operar de forma inter-relacionada e conjunta, estamos falando do conjunto de softwares, API's e sistemas que podem trocar informações entre si de maneira automatizada no contexto da clínica e do hospital.
Dessa forma, ao invés da instituição de saúde ser dividida em áreas que não se conversam, como o setor de exames e a equipe de Cardiologia, podemos ter um sistema mais ágil que conecta todos os setores de maneira inteligente.
Neste exemplo, ao invés do paciente esperar longas horas ou dias para mostrar os exames e agendar retornos, o laboratório pode concluir o procedimento mais rapidamente e o cardiologista pode verificar os resultados de maneira mais integrada e conclusiva, pois os sistemas trocam as informações de maneira eletrônica.
A interoperabilidade pode ser realizada com um único sistema que possa se adequar às necessidades da instituição, mas também por vários sistemas de um mesmo desenvolvedor especializado em fazer os programas se interconectarem, ou mesmo por sistemas e desenvolvedores diferentes, mas que se integrem em uma API, que é uma interface de programação de aplicação, responsável por conectar diferentes softwares.
Como você viu, o conceito de interoperabilidade envolve a capacidade dos sistemas de gestão de trabalharem de forma conjunta e otimizar o fluxo de pacientes da melhor forma possível.
Isto quer dizer que prontuários eletrônicos, softwares de leitura de exames e calendários de agendamento funcionam conversando e trocando informações entre si.
Embora os conceitos mais técnicos de tecnologia e softwares ajudem a especificar bem os processos, muitas pessoas podem achar a funcionalidade da interoperabilidade confusa. Nestes casos, nada melhor do que um exemplo, não é mesmo?
Uma boa ilustração para a interoperabilidade envolve demonstrar como é mais ágil relembrar informações de um paciente. Em sistemas tradicionais, quando se trata de um paciente mais antigo, muitas informações ficam em papéis e gavetas, dificultando a recuperação por parte de novos médicos e equipes.
Em um sistema com interoperabilidade, por exemplo, é possível que o sistema avise para uma nova equipe laboratorial que um determinado paciente tem reações alérgicas ao contraste utilizado em tomografias. Assim, a equipe pode repensar o procedimento, o que seria muito mais difícil em um sistema sem interoperabilidade.
Com a interoperabilidade em uma instituição de saúde, é fácil perceber que todos os processos da gestão e da equipe médica ficam muito mais agilizados, afinal, os sistemas trabalham conjuntamente para o melhor atendimento possível.
Entretanto, as vantagens da integração de sistemas e os benefícios da saúde 5.0 não param por aí, conheça os principais benefícios a seguir.
Um dos princípios mais essenciais do Sistema Único de Saúde, o SUS, é a integralidade. Ela indica que os pacientes devem ser tratados como pessoas completas, de maneira humanizada e com responsabilidade.
Mesmo que estejamos falando da esfera privada, este princípio também é muito importante, pois é este bom atendimento que garante as boas avaliações e possibilidade de retorno dos clientes.
Um atendimento integral e humanizado é muito mais fácil com a interoperabilidade, que assegura que todas as informações que o paciente cedeu ao longo do atendimento serão bem utilizadas, além de estarem seguras em um sistema completamente integrado e funcional.
Além de representar benefícios para os pacientes, a interoperabilidade também é ótima para a gestão de ativos hospitalares, já que com a integração de sistemas na saúde são necessárias menos contratações e menos perda de tempo com questões burocráticas.
Em sistemas tradicionais, muitas vezes clínicas e hospitais precisam lidar com dificuldades na hora de localizar prontuários ou informações internas no RH. Com a interoperabilidade, tudo fica mais fácil de encontrar e, principalmente, possível de ser realizado por equipes menores.
Outra grande vantagem deste tipo de integração é que a maioria dos tratamentos de informação são feitos automaticamente e sem interferências humanas. Assim, a possibilidade de erro médico ou confusões na gestão fica muito menor.
No caso de informações sigilosas e sensíveis, um sistema com interoperabilidade também é muito mais seguro, evitando a possibilidade de vazamentos e outros incidentes.
Embora esta novidade traga inúmeros benefícios para praticamente todas as áreas de uma instituição de saúde, ainda podem haver resistências em razão de questões financeiras e da cultura organizacional.
Ainda que a interoperabilidade reduza custos a médio e longo prazo, trocar os sistemas da instituição pode representar uma mudança significativa no caixa e desestimular gestores.
Além disso, é comum que haja resistência por parte de profissionais da saúde e demais funcionários, porque muitos se acostumam com a forma mais antiga de processar informações e fichas.
Embora a interoperabilidade envolva desafios iniciais, você deve ter percebido que os benefícios são diversos, não só para a equipe médica e multidisciplinar, mas também para pacientes que desejam um atendimento de qualidade.
Neste post, você compreendeu o que é e como funciona a interoperabilidade na saúde, suas principais vantagens e também quais são os desafios na sua implementação.
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