Dia Mundial da Alergia destaca a importância do profissional alergologista

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Nesta sexta-feira (08) comemora-se o Dia Mundial da Alergia. A data nos lembra a importância da atuação de um alergologista logo nos primeiros instantes que se detectam as reações no paciente.  

O médico alergologista possui um profundo conhecimento no funcionamento do sistema imune, além de ter as qualificações necessárias para o diagnóstico e o tratamento de todas as suas alterações. Vale destacar também que o acompanhamento médico contínuo apresenta menores chances do paciente procurar o atendimento em pronto socorro, além disso, terá mais qualidade de vida pois aprenderá a conviver melhor com a doença alérgica.

A data foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de alertar a população sobre a importância de buscar tratamento adequado com especialista logo nos primeiros sinais da doença, já que em muitos casos a alergia acaba sendo negligenciada, podendo levar o paciente a óbito. 

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imune a um determinado antígeno, nesse caso, denominado de alérgeno. Essa hipersensibilidade, que pode ser mediada por anticorpos ou por células, atinge pessoas de qualquer faixa etária e apresenta base genética.

O mecanismo que dispara a alergia é o mesmo que o sistema imunológico usa para defender o corpo de substâncias possivelmente nocivas, como as bactérias, por exemplo. Porém, em algumas pessoas, o organismo apresenta uma sensibilidade anormal desencadeada por alguma substância que costuma ser inofensiva, como um alimento ou mesmo a poeira da casa.

A importância da atuação do médico alergologista 

Cerca de 300 milhões de pessoas sofrem de asma no mundo atualmente. Esse número deve passar para 400 milhões até 2025, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os tipos mais comuns de reações alérgicas são rinite alérgica, asma, sinusite e otite média, dermatite atópica, anafilaxia, dentre outras.

Caso o indivíduo seja acometido por uma crise alérgica de surpresa com sintomas graves, a orientação é que ele procure um atendimento médico de urgência em hospitais e/ou postos de saúde. No entanto, se o caso de alergia já for estabelecido anteriormente, a consulta com o alergista é a melhor opção para o tratamento adequado e alívio dos sintomas. Evitando-se, assim, problemas sérios no futuro com a enfermidade já instalada na vida do paciente.

O alergologista trata diferentes tipos de alergia 

As alergias podem atacar os diferentes sistemas do nosso corpo e serem desencadeadas por diferentes agentes. Alguns tipos comuns de alergias são:

  • Alergias respiratórias: os exemplos mais comuns de alergias respiratórias são a asma e a rinite alérgica. A rinite alérgica pode ser causada por alérgenos ambientais como ácaros, fungos, pelos de animais e baratas. Exposição à poeira, ao mofo e ao epitélio de animais são alguns dos fatores desencadeantes da asma. 
  • Alergias dermatológicas: essas alergias afetam a pele e manifestam-se como a dermatite atópica e a urticária, que se caracterizam principalmente pelo prurido (coceira).
  • Alergias alimentares: causadas após a ingestão de alguns alimentos em indivíduos já sensibilizados. Os alimentos mais relacionados com o surgimento de alergias são ovo, leite de vaca, trigo, soja e frutos do mar. As alergias alimentares costumam manifestar-se de diferentes formas, como urticária e dermatite atópica. Elas podem ainda desencadear problemas mais graves como o choque anafilático.
  • Choque anafilático: acontece quando uma resposta alérgica aguda ocorre de maneira extremamente exagerada e generalizada. As substâncias químicas liberadas nesse processo provocam contração dos bronquíolos e dilatação dos vasos periféricos, que acabam culminando em uma queda de pressão. Sem respirar adequadamente e com fluxo sanguíneo debilitado, a pessoa pode morrer em poucos minutos. Assim sendo, é uma reação que necessita de acompanhamento médico imediato.

O alergologista identifica o que pode estar causando as reações alérgicas

Inúmeros agentes podem causar reações alérgicas, seja por inalação, ingestão, injeção ou contato direto com a pele ou com os olhos. Somente o especialista pode identificar o que está causando a alergia no paciente. As mais comuns são:

  • alimentos (como amendoim, soja, castanhas em geral, peixes, frutos do mar, ovos, derivados do leite, grãos com glúten, entre outros);
  • medicamentos (principalmente, antibióticos derivados de penicilina, bem como alguns anti-inflamatórios e anti-hipertensivos)
  • poeira;
  • mofos;
  • pelos de animais;
  • picadas de insetos (abelhas, vespas, formigas, pernilongos etc);
  • iodo (usado em contrastes para exames radiológicos);
  • látex (presente em luvas, preservativos etc);
  • pólen; entre outros.

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Alergia não é brincadeira: somente o alergologista pode detectar rapidamente a causa da alergia 

Ninguém nasce alérgico. Para que a alergia se desenvolva, o indivíduo deve entrar em contato, pela primeira vez, com a substância causadora.

Na pessoa alérgica, as células de defesa produzem uma grande quantidade de histamina. Uma reação alérgica é caracterizada por sintomas como:

  • lesões avermelhadas na pele, que provoquem coceira e/ou ardor;
  • inchaço nos lábios e/ou nas pálpebras;
  • irritação na garganta;
  • coriza nasal;
  • dificuldade para respirar;
  • conjuntivite;
  • tosse persistente;
  • sensação de sufocamento;
  • náuseas e vômitos;
  • queda da pressão arterial, tonturas e síncopes (desmaios).

Como o alergologista conduz os tratamentos de alergias?

Como mostrado, as alergias podem aparecer em qualquer momento da vida e provocar diferentes reações. Para prevenir complicações, é muito importante que, diante de qualquer manifestação, um especialista seja procurado.

O tratamento para alergia pode ser feito por intervenção clínica e medidas de controle ambiental. Conforme o quadro, o médico alergologista pode indicar loções de calamina, pomadas com corticoides, vasoconstritores nasais, anti-histamínicos (antialérgicos) orais, corticóides, entre outros medicamentos.

Além disso, adotar algumas mudanças no estilo de vida contribuem para afastar as doenças alérgicas. As mais importantes são: evitar o sobrepeso e a exposição à fumaça de cigarro, bem como manter uma dieta rica em frutas e verduras e praticar exercícios físicos.

Outra possibilidade é a indicação da imunoterapia, ou seja, o uso de vacinas. Alguns pacientes, com reações graves a insetos ou com manifestações como rinite e asma, podem recorrer a esse procedimento. O objetivo é sempre a dessensibilização ao agente causador da alergia. Em outros casos, o tratamento da alergia pode ser feito com a insistência no contato. O objetivo é que, depois de algum tempo, o corpo acabe por aceitar a substância e pare de reagir de modo negativo.

Quando o paciente tem mais de um tipo de alergia, o que é bastante frequente, o tratamento requer uma abordagem multidisciplinar e integrada. E em caso de reação anafilática, o tratamento costuma ser feito com a rápida administração de adrenalina. Para concluir, por mais que os tratamentos para alergias sejam bastante efetivos, evitar os fatores desencadeantes é fundamental.

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Alergologistas informam sobre novos procedimentos para a segurança dos alérgicos

Para ajudar os alérgicos, principalmente quem tem problemas com alimentos específicos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma resolução que trata da rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias. 

Os rótulos, devem informar a existência de 17 alimentos considerados alergênicos: trigo (centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas); crustáceos; ovos; peixes; amendoim; soja; leite de todos os mamíferos; amêndoa; avelã; castanha de caju; castanha do Pará; macadâmia; nozes; pecã; pistaches; pinoli; castanhas; e látex natural.

A nova regra prevê que as informações nos rótulos contenham em suas embalagens alertas de composição e derivados. Segundo a Anvisa, nos casos em que não for possível garantir a ausência de contaminação cruzada de alimentos (presença de qualquer alérgeno alimentar não adicionado intencionalmente), o rótulo também deverá apresentar alertas.

As advertências estarão junto com a lista de ingredientes e deverão aparecer com caracteres legíveis, em caixa alta, negrito e cor contrastante com o fundo do rótulo. Os fabricantes terão 12 meses para adequar as embalagens. Os produtos fabricados até o final do prazo de adequação poderão ser comercializados até o fim de seu prazo de validade.

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