Saiba mais sobre o uso de nootrópicos em pacientes com TDAH

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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade -TDAH é conhecido como uma condição neuropsiquiátrica que costuma afetar cerca de 5% da população mundial. Caracteriza-se pela dificuldade em manter a atenção em atividades rotineiras, impulsividade e hiperatividade. O tratamento do TDAH envolve o uso de medicamentos e terapias comportamentais, sendo que um dos tratamentos farmacológicos mais utilizados são os nootrópicos.

Ao longo deste artigo, abordaremos o panorama do uso desses medicamentos no Brasil e no mundo, o que são nootrópicos, para que servem, entre outras informações pertinentes. Boa leitura!

Qual o panorama do uso de nootrópicos no Brasil e no mundo?

Os nootrópicos, também conhecidos como “drogas inteligentes” ou "enhancers cognitivos", são substâncias que melhoram a cognição, memória, criatividade, motivação e atenção. Eles são usados ​​por estudantes, executivos, atletas de alta performance e indivíduos que buscam melhorar o desempenho cognitivo e físico.

O uso de nootrópicos está em crescimento em todo o mundo e no Brasil não é diferente. A demanda por essas drogas tem aumentado, principalmente em ambientes universitários e de trabalho, onde há uma grande pressão para obter altos desempenhos. No entanto, muitos desses nootrópicos são ilegais e podem ter consequências graves para a saúde.

O que são nootrópicos?

Os nootrópicos são uma classe de medicamentos ou substâncias naturais que atuam no sistema nervoso central e melhoram as funções cognitivas. Eles são divididos em duas categorias: sintéticas e naturais.

Os nootrópicos sintéticos são drogas desenvolvidas em laboratórios farmacêuticos e foram aprovadas para uso médico. Os nootrópicos naturais são substâncias extraídas de plantas ou animais, como ervas e aminoácidos, que são usados ​​por suas propriedades medicinais e terapêuticas.

Para que servem os nootrópicos e como atuam no organismo?

Os nootrópicos ajudam a melhorar a memória, atenção, aprendizado, criatividade e motivação. Isso porque eles atuam no sistema nervoso central, afetando a transmissão de neurotransmissores, como a dopamina, a noradrenalina e a serotonina. A dopamina, por exemplo, é responsável por regular a atenção e o aprendizado, enquanto a noradrenalina está envolvida no controle da ansiedade e da depressão.

Os nootrópicos sintéticos, como a Ritalina e o Adderall, atuam aumentando a disponibilidade de dopamina e noradrenalina no cérebro. Isso ajuda a melhorar a atenção e o aprendizado, sendo essenciais para pacientes com TDAH. Já os nootrópicos naturais, como a cafeína, atuam aumentando a atividade dos neurotransmissores no cérebro, melhorando a memória e a atenção.

Para quais finalidades e tipos de pacientes os nootrópicos são indicados?

Os diferentes tipos de nootrópicos são indicados para uma variedade de condições neuropsiquiátricas. Eles também são utilizados por quem busca melhorar o desempenho cognitivo e físico. Entenda melhor nos tópicos a seguir!

Indicações dos nootrópicos em condições neuropsiquiátricas

Existem diversas condições neuropsiquiátricas que os nootrópicos são indicados. Para conferir algumas delas, continue a leitura!

  • Alzheimer: essa é uma doença neurodegenerativa que afeta a memória e outras funções cognitivas. Os nootrópicos são frequentemente usados para ajudar a melhorar a memória em pacientes com Alzheimer. Entre os mais comuns para esse tratamento estão a galantamina, a donepezila e a rivastigmina.
  • Parkinson: esse é um distúrbio neurológico que afeta o movimento. Os nootrópicos são usados para ajudar a melhorar a cognição e a função motora em pacientes com Parkinson. Alguns dos tipos de nootrópicos mais comuns para o tratamento do Parkinson incluem a levodopa, a carbidopa e a entacapona.
  • Esclerose múltipla: é caracterizada como uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central. Nesse caso, nootrópicos são usados para ajudar a melhorar a cognição em pacientes com esclerose múltipla. Entre eles, podemos destacar a modafinila e a amantadina.

Indicações dos nootrópicos para melhora do desempenho cognitivo e físico

Agora que você já sabe quais as indicações dos nootrópicos condições neuropsiquiátricas, chegou a hora de descobrir as indicações para quem busca melhorar o desempenho cognitivo e físico. Veja a seguir!

  • Estudantes: esses medicamentos são frequentemente usados por estudantes que buscam ter um desempenho acadêmico. Isso porque eles conseguem melhorar a memória, a concentração e a capacidade de aprendizagem. Alguns dos nootrópicos mais conhecidos para o uso por estudantes incluem a modafinila, o piracetam e a cafeína.
  • Executivos: muitos executivos usam esse medicamento para aumentar o desempenho no trabalho. Alguns dos nootrópicos mais comuns para esse fim incluem a modafinila, o piracetam e a cafeína. Assim, consegue-se melhorar desde a memória até a capacidade de tomar decisões.
  • Atletas: os atletas que buscam melhorar o desempenho físico e mental também costumam usar os nootrópicos. Entre os mais utilizados, podemos citar: cafeína, creatina e a beta-alanina. Esses suplementos ajudam a alcançar mais resistência, força e capacidade de concentração.

Como os nootrópicos podem ajudar no tratamento do TDAH?

Como falamos no início do artigo, o TDAH é um distúrbio neuropsiquiátrico comum em crianças e adultos. Os pacientes costumam apresentar desatenção, impulsividade e hiperatividade. O tratamento do TDAH geralmente envolve uma combinação de medicamentos, terapia comportamental e apoio educacional.

Indicação de nootrópicos no tratamento do TDAH

Os nootrópicos são comuns no tratamento do TDAH, principalmente como uma alternativa ou complemento aos medicamentos tradicionais, como o metilfenidato e a anfetamina. Os suplementos para TDAH têm sido estudados em relação à sua capacidade de melhorar a atenção, a memória e a cognição em pacientes com essa condição.

Um dos nootrópicos mais estudados para o tratamento do TDAH é a l-teanina, um composto encontrado no chá verde. A l-teanina tem a capacidade de aumentar a atividade das ondas alfa no cérebro, o que pode melhorar a atenção e a concentração. Estudos em animais e humanos demonstraram que a l-teanina pode melhorar o desempenho em tarefas que exigem atenção e memória no trabalho.

Entre os suplementos para TDAH está a taurina, um aminoácido encontrado naturalmente em alimentos como carne e peixe. Estudos preliminares sugerem que a taurina pode melhorar a atenção, a memória e a cognição em pacientes com esse distúrbio.

Riscos do uso de nootrópicos no tratamento do TDAH

Embora os nootrópicos possam ser uma opção de tratamento promissora para o TDAH, é importante lembrar que nem todos os tipos são seguros ou eficazes. Muitos deles ainda não foram suficientemente estudados em relação ao seu uso em pacientes com TDAH, e os efeitos a longo prazo desses compostos ainda não são conhecidos.

Além disso, o uso de nootrópicos pode levar a efeitos colaterais indesejados, como ansiedade, insônia, dores de cabeça e problemas gastrointestinais. Esses medicamentos ainda podem interagir com outros remédios que o paciente esteja tomando, o que aumenta as chances de surgirem efeitos colaterais perigosos.

Portanto, é fundamental orientar os pacientes sobre o uso dos nootrópicos para TDAH antes de iniciar o tratamento. Discuta o risco-benefício desse medicamento e prescreva o tratamento mais adequado.

Alternativas aos nootrópicos no tratamento do TDAH

Existem alternativas aos nootrópicos estimulantes para o tratamento do TDAH. Uma das mais comuns é a terapia comportamental, que pode ajudar os pacientes a desenvolver habilidades de gerenciamento de tempo e organização. Essa estratégia também contribui para reduzir os comportamentos impulsivos e hiperativos.

Outra alternativa são os suplementos para suplementos naturais para TDAH, que são substâncias encontradas em alimentos e plantas que podem melhorar o desempenho cognitivo. Confira alguns exemplos a seguir:

  • Bacopa Monnieri: essa erva comumente usada na Medicina Ayurvédica para melhorar a memória e o aprendizado. Estudos em animais e humanos mostraram que a bacopa pode melhorar a função cognitiva, reduzir a ansiedade e melhorar o humor;
  • Ginkgo Biloba: é uma árvore originária da China e uma das mais antigas espécies de árvores do mundo. Acredita-se que o extrato de Ginkgo Biloba melhore a circulação sanguínea no cérebro, o que pode aumentar a memória e a função cognitiva. Além disso, o Ginkgo Biloba possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem beneficiar a saúde em geral;
  • Rhodiola Rosea: essa é uma planta que cresce em climas frios e montanhosos na Europa e Ásia. O extrato de Rhodiola Rosea tem sido associado a melhorias na memória, aprendizado, foco e desempenho cognitivo em geral. Ela também é conhecida por seus efeitos antidepressivos e ansiolíticos;
  • Cafeína: conhecido como um estimulante natural, é encontrado em muitos alimentos e bebidas, incluindo café, chá, chocolate e refrigerantes. A cafeína é um nootrópico bem conhecido e pode melhorar a vigilância, a concentração e o humor. No entanto, não esqueça que o seu consumo excessivo pode levar a efeitos colaterais negativos, como insônia, ansiedade e palpitações cardíacas;
  • Ômega-3: esse é um ácido graxo essencial encontrado em peixes, sementes de linhaça e nozes. O ômega-3 é importante para a saúde do cérebro. Assim, ele auxilia a função cognitiva, redução da inflamação e proteção contra doenças neurodegenerativas.

Atenção: embora esses nootrópicos naturais sejam considerados seguros para a maioria das pessoas, eles ainda podem ter efeitos colaterais e interações com medicamentos.

Quais são os riscos do uso de nootrópicos?

Eles podem ter alguns riscos, dependendo da substância em questão. Os nootrópicos estimulantes, como o metilfenidato e a anfetamina, costumam ser altamente viciantes e causar dependência. Além disso, também é possível haver efeitos colaterais graves, como a hipertensão arterial, a taquicardia, a insônia e a perda de apetite.

As “drogas inteligentes” ainda têm chances de interagir com outros medicamentos, o que pode aumentar o risco de efeitos colaterais. Por exemplo, os nootrópicos estimulantes podem interagir com os antidepressivos e os medicamentos para o coração. O que tende a aumentar o risco de hipertensão arterial e outros efeitos colaterais.

Como o médico pode conscientizar seus pacientes sobre o uso de nootrópicos?

O médico desempenha um papel importante na conscientização dos pacientes sobre o uso de nootrópicos. É importante que esse profissional discuta com o paciente e a família os riscos e benefícios do uso de nootrópicos no tratamento do TDAH e oriente sobre o uso adequado dos medicamentos prescritos.

É preciso explicar ao paciente que os nootrópicos sintéticos, como a Ritalina e o Adderall, são medicamentos controlados que devem ser usados apenas com prescrição médica e sob supervisão. O médico também deve alertar sobre os riscos de abuso e dependência desses medicamentos e instruir sobre o armazenamento e descarte adequados.

Não esqueça de discutir com o paciente e a família opções alternativas de tratamento, como terapia comportamental e mudanças no estilo de vida, que contribuem para reduzir os sintomas do TDAH sem o uso de medicamentos. Você também deve orientar sobre o uso de nootrópicos naturais, como a cafeína e a L-teanina, como complemento ao tratamento tradicional, mas deve alertar sobre os possíveis efeitos colaterais e riscos.

Além disso, é importante que o médico esteja aberto ao diálogo e se disponha a responder a todas as dúvidas e preocupações. Lembre-se que você é aliado do paciente no tratamento do TDAH e deve incentivar a sua participação ativa junto com os familiares no processo de tratamento.


O tratamento com nootrópicos para TDAH deve ser individualizado

Como você pode perceber ao longo do artigo, o TDAH é considerado um transtorno neurológico comum que afeta a atenção, a concentração e o comportamento. O seu tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos estimulantes, como a Ritalina e o Adderall, que podem ajudar a melhorar a atenção e o comportamento em pacientes com o distúrbio. No entanto, esses medicamentos apresentam riscos e efeitos colaterais e devem ser usados com cautela e sob prescrição médica.

Os nootrópicos são uma classe de medicamentos que podem ajudar a melhorar a cognição, o estado de alerta e o aprendizado em pacientes com TDAH. Os sintéticos, como a Ritalina e o Adderall, são os mais comuns no tratamento do TDAH, mas apresentam riscos e efeitos colaterais graves. Os nootrópicos naturais, como a cafeína e a L-teanina, podem ser úteis como complemento ao tratamento tradicional, mas não são uma opção de tratamento comprovada para o TDAH.

Nesse sentido, o médico desempenha um papel importante na conscientização dos pacientes sobre o uso de nootrópicos no tratamento do TDAH. O tratamento deve ser individualizado e baseado nas necessidades e características de cada paciente. O uso de nootrópicos pode ser uma opção de tratamento eficaz em alguns casos, mas deve ser avaliado cuidadosamente pelo médico e usado com cautela e sob supervisão.

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