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Qual o salário dos médicos especialistas em 2023?

Qual o salário dos médicos especialistas em 2023?

Como é comum em praticamente todas as carreiras profissionais, quem define o piso de remuneração dos médicos é uma entidade sindical, a Federação Nacional dos Médicos - FENAM. Com isso, a média do salário dos médicos especialistas pode não variar muito. Contudo, esse piso sofre influência de fatores como área de atuação, localidade e perfil profissional.

O valor mínimo de remuneração estabelecido pelo sindicato para os médicos brasileiros em 2023 foi de R$ 18.709,99 para uma jornada de 20h semanais. Já o valor mínimo da consulta está fixado em R$ 229,77. Esses valores foram definidos em janeiro de 2023 e é base do piso salarial para médicos de todas as áreas.

Salário dos médicos especialistas no Brasil

Tanto em consultas presenciais como em telemedicina, algumas áreas concentram o maior número de profissionais no Brasil: são as especialidades médicas mais procuradas. Selecionamos essas áreas de acordo com a média salarial de cada uma delas no ano de 2023. As informações foram retiradas do Guia de Salários Catho,

‍Confira:

  • Pediatria: R$ 7.338,34
  • Ginecologia e Obstetrícia: R$ 8.614,54
  • Cirurgia Geral: R$ 7.114,87
  • Clínica Médica: R$ 6.617,38
  • Medicina do Trabalho: R$ 7.242,24
  • Cardiologia: R$ 6.489,12
  • Ortopedia e Traumatologia: R$ 7.216,57
  • Oftalmologia: R$ 9.458,98
  • Radiologia e Diagnóstico por Imagem: R$ 9.043,00
  • Psiquiatria: R$ 7.442,00
  • Dermatologia: R$ 5.485,40
  • Otorrinolaringologia: R$ 5.703
  • Cirurgia Plástica: R$ 22.083,08
  • Medicina Intensiva: R$ 10.324,00

Os valores acima são calculados de acordo com o contrato de trabalho dos médicos especialistas em apenas um emprego. É muito comum que profissionais acumulem duas ou mais funções em diferentes clínicas, hospitais e demais unidades de saúde ou busquem oportunidades em novas áreas.

A realização de plantões e consultas particulares também alteram, de forma significativa, os rendimentos médios mensais de um médico. Em 2023, os plantões de 24h podem facilmente passar dos R$1, 6 mil por plantão, de acordo com a área ou demanda do local.

‍‍Sistema Único de Saúde versus convênios particulares

Se você analisar os rendimentos pagos a médicos que trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS) e aqueles que trabalham nos convênios particulares, verá que os profissionais da rede pública ganham menos do que os que atendem na rede particular. Vários são os motivos que alimentam essas diferenças de salário.

Em geral, isso acontece porque os valores pagos no SUS são fixos, com variação conforme a tabela de valores estabelecida pelo próprio sistema. Além disso, a estabilidade do cargo também contribui para os menores salários. Na rede pública, há a possibilidade de fazer uma carreira médica mais sólida, principalmente se fizer concurso.

É bastante comum que médicos em início de carreira busquem oportunidades em unidades de saúde municipais, estaduais e federais. Todos os anos abrem vários processos seletivos. Às vezes, o médico é contratado diretamente, apenas apresentando seu currículo.

Embora a remuneração não seja das mais altas, a experiência profissional adquirida no SUS costuma ser muito importante para o médico. Principalmente para aqueles formados em universidades públicas, essa experiência é uma forma de retornar à sociedade os anos de formação pagos pelo Estado por meio de impostos dos contribuintes.

Além disso, o conhecimento e a prática adquiridos com uma remuneração em geral inferior será de grande valia para toda a carreira, inclusive na saúde privada.

‍Salário dos médicos especialistas por região do Brasil

Elencamos algumas diferenças salariais de especialidades médicas em cada região do país. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Confira!

Região Norte

Um médico clínico geral no Amazonas, em regime de 30h semanais, recebe em torno de R$5.797,50. Já no Pará, os rendimentos chegam a R$4.356 por 25 horas semanais trabalhadas.

Região Nordeste

Um profissional da cardiologista, por exemplo, recebe R$5.215 na Bahia por um contrato de 20h semanais. Já o mesmo especialista em Pernambuco fecha o mês com R$3.032 no mesmo regime de trabalho. As regiões e a condição econômica do município influenciam nos cargos e salários da área médica.

Região Centro-Oeste

No Distrito Federal, um ginecologista pode receber R$6.629,34 por 20h de trabalho semanais. Em Goiás, a mesma carga horária chega ao valor de R$7.630.

Região Sudeste

Um médico pediatra que trabalha 20h semanais em São Paulo, por exemplo, tem rendimentos mensais na faixa dos R$8.055. Já no Rio de Janeiro esse valor cai para R$4.951. Na Pediatria, há várias subdivisões. Quem escolhe essa especialidade pode atuar em Neonatologia, Cirurgia pediátrica, Neuropediatria e outras.

Região Sul

Atrás apenas da região sudeste, o Sul do país é uma região que paga os melhores salários para os médicos. Na Psiquiatria, por exemplo, os vencimentos mínimos por 25 horas semanais é, em média, R$5.280 no Rio Grande do Sul. Já no Paraná. o mesmo profissional pode fazer R$7.935 por apenas 18h de trabalho semanal.

Salário médico na Atenção Primária

No Brasil, há um incentivo do Conselho Federal de Medicina para a maior concentração da força de trabalho médica na Atenção Básica. Por questões óbvias, quando se investe na base, há menos problemas nas próximas esferas de tratamento na saúde coletiva.

Na prática clínica preventiva, se um paciente passa pelo atendimento básico e a equipe percebe a necessidade de encaminhá-lo para algum especialista, isso deve ser feito urgentemente. Tal conduta favorece o diagnóstico precoce e o início do tratamento, o que eleva a chance de cura da maioria das doenças.

Na maioria dos estados brasileiros, quem atua na Atenção Básica recebe um incentivo em forma de gratificação ou bônus salarial. De acordo com uma matéria publicada no G1, o piso salarial para os médicos que atuam nessa área são:


Belo Horizonte: o valor médio do benefício é de R$ 12.348 para 40 horas semanais;
Rio de Janeiro: o salário base é de R$ 15.157 para 40 horas semanais, podendo ser acrescido de algumas gratificações que chegam até R$ 3.500;
Cuiabá: o piso salarial é de R$ 10.575 para 40 horas semanais. São acrescidos alguns benefícios, como adicional de insalubridade e prêmio-saúde, que variam entre R$ 800 e R$ 3.800;
Fortaleza: o valor do salário ofertado varia de R$ 11.553 a R$ 25.938 para 40 horas semanais;
Maceió: o valor do salário é de R$ 9.726 para 40 horas semanais. Os profissionais que atuam na Estratégia em Saúde da Família contam ainda com gratificação estipulada em 42% do salário base;
Recife: médicos que atuam em Unidades de Saúde da Família recebem R$ 16.812 para 40 horas semanais. A remuneração varia de acordo com carga horária e lotação, acrescidos alguns benefícios.

Projeção da oferta de médicos no Brasil até 2035

O Relatório da Demografia Médica de 2023 apresenta o resultado de uma pesquisa entre Universidade de São Paulo (USP), Ministério da Saúde (MS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A pesquisa envolveu todos os estados brasileiros, profissionais já formados e estudantes de Medicina, o modelo de projeção estimou a oferta de médicos no Brasil. A previsão engloba os próximos 12 anos, chegando a 2035.

O estudo foi realizado com base em um conjunto de equações matemáticas, operadas numericamente e avaliadas estatisticamente por meio de computação digital. O parâmetro foi a projeção da força de trabalho médico no Brasil, quando comparada com outros países.

Além disso, a análise considerou diferentes fatores, mas partiu do pressuposto de que a demanda é pautada por questões dinâmicas e interdependentes, que vão além do atendimento médico. A projeção da oferta futura e da disponibilidade desses profissionais considerou os seguintes aspectos:

  • o quantitativo de médicos disponível;
  • o fluxo de entrada e saída dos profissionais do mercado de trabalho;
  • a composição demográfica (idade e sexo) desse grupo;
  • entrada de novos profissionais, quando concluem a graduação de Medicina;
  • a saída temporária ou definitiva desses profissionais para outros países;
  • os fluxos de saída dos médicos, por aposentadoria, óbito ou afastamento do exercício da Medicina.

Vale destacar, por fim, que, assim como mostrou a base do Caged, o salário dos médicos especialistas também muda de região para região. A explicação está na oferta e demanda destes profissionais espalhados pelo país. Há, ainda, as dinâmicas próprias do mercado de trabalho na Medicina de cada localidade. Contudo, essa ainda é uma das profissões mais valorizadas e bem remuneradas.

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