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26.7.2018
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Equipe Afya Educação Médica
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O câncer colorretal (CCR) ocorre devido ao desenvolvimento de tumores que atingem os segmentos intestinais cólon e reto. Quando identificado precocemente, há grandes chances de sucesso do tratamento e cura, pois os pólipos podem ser retirados na própria colonoscopia.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos no Brasil em 2018 é de 36.360, sendo que 17.380 são homens e 18.980 mulheres. Ainda de acordo com o Instituto, hoje o câncer colorretal é o terceiro mais comum na população masculina e o segundo na população feminina. O último documento com informações e recomendações quanto ao câncer colorretal foi publicado em 2008.
No entanto, novas orientações relacionadas à prevenção foram incorporadas ao documento em 2017. Sabemos o quanto é fundamental que a classe médica se mantenha atualizada. Então, continue conosco e fique por dentro de tudo sobre as novas diretrizes, assim como os detalhes sobre os exames de triagem de acordo com os níveis de eficácia.
Diante de recentes pesquisas e evidências encontradas, novas diretrizes quanto à prevenção do câncer colorretal foram incorporadas ao documento da U.S. Multi-Society Task Force of Colorectal Cancer (MSTF) que, por sua vez, representa a American Gastroenterological Association, o American College of Gastroenterology e a American Society for Gastrointestinal Endoscopy.
Alguns procedimentos antigos foram retirados e outros adicionados, como a colonoscopia por cápsula. Além disso, os testes de rastreio foram divididos em três grupos de acordo com as características de eficácia, risco do paciente, custo-benefício, dificuldades em relação à implementação, métodos de uso atuais e frequência de aplicação.
É importante ressaltar que o documento estabelece diretrizes para pacientes com fatores de risco médio (pessoas que não têm histórico familiar de alto risco em relação ao câncer colorretal), a partir dos 50 anos e com características previamente identificadas em relação ao risco. Ademais, a MSTF também salienta que os testes de triagem são diferentes de exames utilizados para diagnóstico.
Estes são aplicados quando os pacientes necessitam ser investigados a partir da manifestação de sintomas ou testes positivos de triagem, sendo a colonoscopia o padrão-ouro para detecção do câncer colorretal. Como mencionado, determinados parâmetros foram utilizados como base para a diferenciação dos testes de triagem nos 3 grupos. Confira as novas diretrizes e particularidades de cada teste:
O nível 1 abrange a colonoscopia e o teste imunoquímico fecal (TIF). Esses procedimentos são recomendados como as principais escolhas dentre as diversas opções de testes para rastreio. O exame de colonoscopia apresenta a vantagem de ser bastante sensitivo e o intervalo do teste deve ser de 10 anos em indivíduos com resultados normais.
Segundo o documento, a colonoscopia é consideravelmente eficaz na prevenção da incidência de CRC e mortalidade relacionada à neoplasia. Ademais, é o teste padrão para a identificação das lesões colorretais pré-cancerígenas.
O teste imunoquímico fecal (TIF) também é vantajoso, pois é minimamente invasivo e apresenta ótima sensibilidade quanto à detecção de pré-malignidade. Ele é uma boa alternativa aos pacientes que recusam se submeter à colonoscopia e a recomendação é que seja realizado anualmente.
Ambos os testes são fortemente recomendados para o rastreio do câncer colorretal e implementados a partir de uma análise de risco estratificada. O TIF é ideal para a triagem em grupos de pacientes com baixa estimativa de prevalência de neoplasia avançada e a colonoscopia é ideal para grupos com alta prevalência.
O nível 2 é representado pelos testes de DNA imunoquímico fecal, colonografia por tomografia computadorizada e sigmoidoscopia flexível. Todos são pertinentes quanto à utilização para prevenção, mas apresentam desvantagens quanto aos exames do nível 1.
O teste de DNA imunoquímico fecal é recomendado a cada 5 anos e é uma combinação do TIF com marcadores para sequências de DNA que estejam com anormalidades. A especificidade é significativa, mas diminui à medida que a idade dos pacientes aumenta, sendo adequado para indivíduos entre 50 a 65 anos.
Além disso, o custo é relativamente alto. A colonografia por tomografia computadorizada (TC) substituiu o enema de bário com duplo contraste como escolha de exame de imagem colorretal para praticamente todas as indicações. Isso ocorre pois a colonografia por TC é mais eficaz e mais bem tolerada.
As diretrizes recomendam que ela seja realizada a cada 3 anos. Já a sigmoidoscopia flexível deve ser realizada a cada 5 ou 10 anos, mas não apresenta boa aceitação por parte dos pacientes. Além disso, somente uma porção do cólon é examinada pela pequena câmera introduzida na extremidade do sigmoidoscópio, o que limita a eficácia do exame.
O terceiro nível é representado apenas pela cápsula endoscópica e a recomendação é que ela seja realizada a cada 5 anos em pacientes com colonoscopias prévias incompletas ou que apresentam restrições e não podem se submeter ao exame de colonoscopia ou sedação. Por apresentar uma microcâmera filmadora, a cápsula endoscópica consegue captar imagens sem ser um procedimento invasivo, diminuindo os riscos da colonoscopia. Porém, o exame requer uma preparação mais complexa do trato gastrointestinal.
O câncer colorretal é uma das neoplasisas mais incidentes no Brasil e no mundo, e é imprescindível que a prevenção seja feita de maneira adequada. Quando algum indício de malignidade é detectado em estágios prévios, as chances de cura são consideráveis, e por isso é tão importante que os médicos estejam preparados quanto às características e métodos de prevenção.
Assim, tanto os gastroenterologistas quanto médicos de outras áreas necessitam analisar seus pacientes cuidadosamente, compreendendo o indivíduo como um todo sem restrição aos sistemas fisiológicos de sua especialidade. O objetivo da MSTF é a redução da incidência e da mortalidade relacionadas ao câncer colorretal.
Para tanto, é preciso que a classe médica permaneça atualizada quanto às recomendações sobre novas diretrizes, tratamentos e mudanças em protocolos. Enfim, considerar esses pontos é muito importante para prevenir uma doença com incidência tão significativa e que pode causar complicações consideráveis na qualidade de vida dos pacientes.
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