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Prevenção do câncer colorretal: novas diretrizes da U.S. Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer

Prevenção do câncer colorretal: novas diretrizes da U.S. Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer

O câncer colorretal (CCR) ocorre devido ao desenvolvimento de tumores que atingem os segmentos intestinais cólon e reto. Quando identificado precocemente, há grandes chances de sucesso do tratamento e cura, pois os pólipos podem ser retirados na própria colonoscopia.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos no Brasil em 2018 é de 36.360, sendo que 17.380 são homens e 18.980 mulheres. Ainda de acordo com o Instituto, hoje o câncer colorretal é o terceiro mais comum na população masculina e o segundo na população feminina. O último documento com informações e recomendações quanto ao câncer colorretal foi publicado em 2008.

No entanto, novas orientações relacionadas à prevenção foram incorporadas ao documento em 2017. Sabemos o quanto é fundamental que a classe médica se mantenha atualizada. Então, continue conosco e fique por dentro de tudo sobre as novas diretrizes, assim como os detalhes sobre os exames de triagem de acordo com os níveis de eficácia.

Novas diretrizes

Diante de recentes pesquisas e evidências encontradas, novas diretrizes quanto à prevenção do câncer colorretal foram incorporadas ao documento da U.S. Multi-Society Task Force of Colorectal Cancer (MSTF) que, por sua vez, representa a American Gastroenterological Association, o American College of Gastroenterology e a American Society for Gastrointestinal Endoscopy.

Alguns procedimentos antigos foram retirados e outros adicionados, como a colonoscopia por cápsula. Além disso, os testes de rastreio foram divididos em três grupos de acordo com as características de eficácia, risco do paciente, custo-benefício, dificuldades em relação à implementação, métodos de uso atuais e frequência de aplicação.

Níveis dos exames de triagem

É importante ressaltar que o documento estabelece diretrizes para pacientes com fatores de risco médio (pessoas que não têm histórico familiar de alto risco em relação ao câncer colorretal), a partir dos 50 anos e com características previamente identificadas em relação ao risco. Ademais, a MSTF também salienta que os testes de triagem são diferentes de exames utilizados para diagnóstico.

Estes são aplicados quando os pacientes necessitam ser investigados a partir da manifestação de sintomas ou testes positivos de triagem, sendo a colonoscopia o padrão-ouro para detecção do câncer colorretal. Como mencionado, determinados parâmetros foram utilizados como base para a diferenciação dos testes de triagem nos 3 grupos. Confira as novas diretrizes e particularidades de cada teste:

Nível 1

O nível 1 abrange a colonoscopia e o teste imunoquímico fecal (TIF). Esses procedimentos são recomendados como as principais escolhas dentre as diversas opções de testes para rastreio. O exame de colonoscopia apresenta a vantagem de ser bastante sensitivo e o intervalo do teste deve ser de 10 anos em indivíduos com resultados normais.

Segundo o documento, a colonoscopia é consideravelmente eficaz na prevenção da incidência de CRC e mortalidade relacionada à neoplasia. Ademais, é o teste padrão para a identificação das lesões colorretais pré-cancerígenas.

O teste imunoquímico fecal (TIF) também é vantajoso, pois é minimamente invasivo e apresenta ótima sensibilidade quanto à detecção de pré-malignidade. Ele é uma boa alternativa aos pacientes que recusam se submeter à colonoscopia e a recomendação é que seja realizado anualmente.

Ambos os testes são fortemente recomendados para o rastreio do câncer colorretal e implementados a partir de uma análise de risco estratificada. O TIF é ideal para a triagem em grupos de pacientes com baixa estimativa de prevalência de neoplasia avançada e a colonoscopia é ideal para grupos com alta prevalência.

Nível 2

O nível 2 é representado pelos testes de DNA imunoquímico fecal, colonografia por tomografia computadorizada e sigmoidoscopia flexível. Todos são pertinentes quanto à utilização para prevenção, mas apresentam desvantagens quanto aos exames do nível 1.

O teste de DNA imunoquímico fecal é recomendado a cada 5 anos e é uma combinação do TIF com marcadores para sequências de DNA que estejam com anormalidades. A especificidade é significativa, mas diminui à medida que a idade dos pacientes aumenta, sendo adequado para indivíduos entre 50 a 65 anos.

Além disso, o custo é relativamente alto. A colonografia por tomografia computadorizada (TC) substituiu o enema de bário com duplo contraste como escolha de exame de imagem colorretal para praticamente todas as indicações. Isso ocorre pois a colonografia por TC é mais eficaz e mais bem tolerada.

As diretrizes recomendam que ela seja realizada a cada 3 anos. Já a sigmoidoscopia flexível deve ser realizada a cada 5 ou 10 anos, mas não apresenta boa aceitação por parte dos pacientes. Além disso, somente uma porção do cólon é examinada pela pequena câmera introduzida na extremidade do sigmoidoscópio, o que limita a eficácia do exame.

Nível 3

O terceiro nível é representado apenas pela cápsula endoscópica e a recomendação é que ela seja realizada a cada 5 anos em pacientes com colonoscopias prévias incompletas ou que apresentam restrições e não podem se submeter ao exame de colonoscopia ou sedação. Por apresentar uma microcâmera filmadora, a cápsula endoscópica consegue captar imagens sem ser um procedimento invasivo, diminuindo os riscos da colonoscopia. Porém, o exame requer uma preparação mais complexa do trato gastrointestinal.

Câncer colorretal e a necessidade de atualização

O câncer colorretal é uma das neoplasisas mais incidentes no Brasil e no mundo, e é imprescindível que a prevenção seja feita de maneira adequada. Quando algum indício de malignidade é detectado em estágios prévios, as chances de cura são consideráveis, e por isso é tão importante que os médicos estejam preparados quanto às características e métodos de prevenção.

Assim, tanto os gastroenterologistas quanto médicos de outras áreas necessitam analisar seus pacientes cuidadosamente, compreendendo o indivíduo como um todo sem restrição aos sistemas fisiológicos de sua especialidade. O objetivo da MSTF é a redução da incidência e da mortalidade relacionadas ao câncer colorretal.

Para tanto, é preciso que a classe médica permaneça atualizada quanto às recomendações sobre novas diretrizes, tratamentos e mudanças em protocolos. Enfim, considerar esses pontos é muito importante para prevenir uma doença com incidência tão significativa e que pode causar complicações consideráveis na qualidade de vida dos pacientes.

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