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23.1.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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Nos últimos anos, a tecnologia avançou na Medicina de forma exponencial ao adotar recursos que inovam e agilizam o atendimento aos pacientes. Entre as principais novidades está o Metaverso na saúde.
Assim, quem já se acostumou (ou está se acostumando) a termos como inteligência artificial (IA), IoT, entre outras formas de tecnologia na área médica, terá agora a oportunidade de saber o significado e como aplicar o Metaverso na saúde.
Fique conosco porque nas próximas linhas você vai melhorar no que, atualmente, é considerado o ápice das tecnologias médicas. Confira o que você lerá:
Boa leitura!
Metaverso pode ser definido como uma espécie de universo paralelo, no qual os usuários da tecnologia de realidade virtual aumentada ficam imersos. Ou seja, trata-se de uma imersão num mundo irreal, o qual foi originado do mundo digital.
O termo foi escrito pela primeira vez no romance de ficção científica, Snow Crash, no início da década de 1990. Na época, sua aplicação no mundo real parecia inatingível a quem leu a obra. Contudo, o tempo passou e hoje ele é aplicado em várias áreas, inclusive o Metaverso na saúde!
O modo de funcionamento do Metaverso é embasado, principalmente, na união das realidades virtual e aumentada. Com isso, tem-se um mundo novo, virtualizado, e sendo gerenciado por pessoas e recursos reais. Ou seja, o acesso será muito similar ao que as pessoas já fazem hoje, com óculos e outras ferramentas.
Vale mencionar que o Metaverso é uma tecnologia surgida no que as empresas do ramo chamam de pós-internet. Também convém ressaltar que esse novo universo pode ou não depender dos equipamentos de Realidade Virtual.
Aliás, a nova tecnologia é mais avançada do que a de Realidade Virtual (Virtual Reality – VR). Dessa forma, para propiciar a melhor imersão e uma experiência única no mundo digital, a tecnologia do Metaverso utiliza a Realidade Estendida (Extended Reality – XR), onde o "X" representa a Tecnologia da Computação Espacial (Spatial Computing Technologies).
Esta tecnologia veio para integrar os ambientes físicos e virtuais, permitindo uma interação nunca vista entre homens e máquinas, geradas por tecnologias de computador e dispositivos vestíveis, em que o “X” representa uma variável para tecnologias de computação espacial. Assim, a XR é uma expressão que reúne:
A seguir, mostramos cada uma delas!
Confira a seguir as especificidades de cada uma das realidades que compõem o Metaverso!
Objetiva a criação de um mundo programado, onde as pessoas interagem com cenários e ambientes diversos e sem sair do lugar. De acordo com a programação, diferentes ações e interações são possíveis.
Neste caso, são inseridos elementos virtuais como se fossem parte da vida real do usuário. Para isso, a pessoa usa acessórios como óculos, smartphone e outros dispositivos, sendo possível ouvir e ver objetos em 3D (terceira dimensão).
Com os óculos ou outros dispositivos, as pessoas têm a chance de se sentir parte integrante do cenário virtual, com uma experiência que ultrapassa a sentida pelos sentidos do tato, visão ou audição. Na Medicina, por exemplo, tal realidade é usada pelos estudantes, que interagem com órgãos do corpo humano, mas virtuais.
Especificamente na área da saúde, o Metaverso possibilitará, em breve, aos médicos atenderem e avaliarem seus pacientes sem a necessidade de um consultório, mas por meio da digitalização, com a ajuda dos avatares do médico e do paciente.
Assim, uma cópia digital de ambos será produzida a partir de dados coletados pela utilização dos wearables (dispositivos vestíveis) ou por prontuários eletrônicos e outros.
A cópia digital do paciente refletirá sua temperatura, frequência cardíaca, seus comportamentos e hábitos de vida — como a realização ou não de atividades físicas, os hábitos alimentares, o uso de filtro solar adequado e frequente, as horas de sono, entre outros —, podendo ser combinados, já que influenciam diretamente na sua saúde.
O Metaverso também veio para mudar a forma de ensino de Medicina, ao trazer mais possibilidades para os estudantes da área. Isso será possível pois uma das capacidades será permitir que procedimentos, como as cirurgias, por exemplo, possam ser acompanhadas bem de perto.
Além disso, as simulações nos cursos de graduação em Medicina possibilitam os treinamentos em diversas aplicações como:
Durante treinos exaustivos, os atletas dão o máximo de si para alcançar seus objetivos, quaisquer que sejam as modalidades esportivas escolhidas. O resultado é muito estresse, inclusive pela pressão sofrida por parte dos treinadores, além de lesões, de leves a graves.
Em todos esses momentos, o Metaverso na saúde pode ser muitíssimo eficaz. Será possível tratar dores (como mostramos a seguir), mas, além disso, propiciar ao esportista treinar no local onde a competição se dará.
Por exemplo, um centro esportivo situado em países tropicais, como o Brasil, pode simular um cenário de neve para um atleta de esqui no gelo e, ao mesmo tempo, tornar o ambiente tão frio quanto o que será encontrado durante a disputa real. Ou seja, as chances de um preparo mais efetivo são imensuráveis.
O Metaverso será crucial no tratamento de dores em geral. Vale ressaltar que, atualmente, para tratar os mais variados tipos de dores são utilizadas várias classes de medicamentos — incluindo os opióides (como a morfina), capazes de gerar resultados muito diversos entre os pacientes.
Nesse sentido, a realidade virtual é vista como uma forma de tratamento não farmacológico eficiente para dores agudas e crônicas, sendo muito útil para aplicação pelos profissionais:
Uma pesquisa recente publicada no periódico científico Plos One, apontou que a realidade virtual diminuiu as dores dos participantes de forma expressiva ao comparar com com os pacientes que não vivenciaram a VR durante a pesquisa.
A teoria para tal efeito indica que a estimulação do córtex visual envolve outros sentidos, atuando como uma distração que limita o processamento de cada paciente aos estímulos nociceptivos (aqueles que causam dor).
Dessa forma, o sentido visão vai "distrair" o tato, sentido que faz as pessoas sentirem as dores. Em um artigo publicado pela University of British Columbia, foram apresentados 29 jogos de saúde com VR, a maioria relacionada aos exercícios físicos, à reabilitação motora e à dor.
Com relação especificamente às dores lombares, em 2021, a FDA autorizou a venda nos EUA do EaseVRx, que utiliza a Realidade Virtual imersiva (por prescrição), usando terapia cognitivo-comportamental e demais métodos de comportamento, visando ajuda a reduzir dores em pacientes acima de 18 anos com lombalgia crônica.
A obesidade é uma grande ameaça à saúde por vários fatores, incluindo doenças como diabetes e hipertensão. A perda de peso eficiente, por exemplo, é o resultado de uma abordagem integrada, que combina dados pessoais, terapias e atividades físicas.
O Metaverso pode ser um recurso para médicos, nutricionistas e profissionais de Educação Física tornarem os resultados mais nítidos para os seus pacientes, que ficarão muito mais motivados a emagrecer de forma saudável. É possível, por exemplo, estar correndo em uma esteira elétrica em casa ou na academia, sentir-se como se estivesse em uma realidade completamente diferente, como uma trilha ou nas areias da praia.
Para os fisioterapeutas, há um campo vasto a ser explorado no Metaverso. Juntas, a Medicina de reabilitação e a fisioterapia proporcionam qualidade e longevidade, bem como a diminuição de hospitalizações frequentes e da utilização de muitos medicamentos: como anti-inflamatórios e analgésicos, entre outros.
A humanização da forma de tratar os pacientes também se destaca entre as possibilidades do Metaverso na saúde. E não é para menos, pois os ambientes virtuais permitirão aos pacientes passarem por tratamentos, como a quimioterapia, por exemplo, no ambiente hospitalar, porém se sentindo imergidos em um ambiente virtual mais agradável para eles.
Aliás, isso é algo extremamente importante para todos — especialmente crianças e idosos — por proporcionar muito bem-estar e pela possibilidade de ambientes lúdicos.
Os aplicativos desenvolvidos para a saúde mental conquistam cada vez mais pessoas (Médicos Psiquiatras, Psicólogos, Psicanalistas e seus pacientes). Agora, o desafio é descobrir como fazer a combinação da presença "ao vivo" e das conexões sociais com os dados e a inteligência artificial, de uma maneira a tornar o Metaverso um local com mais empatia.
Fazer planejamentos de cirurgias apoiados pela realidade virtual tornou-se uma prática rotineira em diversas especialidades cirúrgicas da Medicina. O intuito é a realização de intervenções cada vez menos invasivas e com rápida recuperação, visando diminuir os riscos de complicações.
Assim, ao utilizar o Metaverso na saúde, agregando-se a realidade estendida, a possibilidade de aprimorar a organização de uma cirurgia aumentará a precisão cirúrgica. Como exemplo, citamos uma neurocirurgia ocorrida no Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, para uma biópsia de um tumor cerebral via endoscopia.
No procedimento, utilizou-se uma simulação que foi realizada em um boneco super realista de um bebê impresso em terceira dimensão (3D). O modelo, desenvolvido com base em exames reais de um paciente, contendo todas as suas características físicas, permitindo que a equipe cirúrgica fosse guiada e orientada para um ótimo desempenho na realização do procedimento real.
Os jogos continuarão a se destacar no Metaverso. Assim, recursos como as competições envolvendo duas ou mais pessoas e a busca por recompensas ajudam a divertir, motivar e mudar comportamentos, propiciando uma vida mais saudável. A gameficação do futuro bem próximo, proporcionará experiências imersivas para a saúde, além de ser capaz de monitorar os dados da performance dos usuários.
Com o Metaverso, surgem novos computadores que estão além do que os modelos atuais fazem — ou seja, a era da computação quântica chegou! Com ela, os problemas tidos como de impossível resolução, pelo grande processamento de dados complexos, poderão ser resolvidos.
Nesse sentido, a computação quântica permitirá aos executivos de saúde testarem vários cenários para encontrar respostas complexas em um tempo menor. Como exemplo, podemos citar os dados que ajudam no diagnóstico e no tratamento de doenças, bem como a prever surtos de vírus e bactérias.
As vantagens da tecnologia do Metaverso na saúde estão intimamente ligadas às suas aplicações, muitas delas mencionadas no tópico acima. Assim, segue uma lista com os principais benefícios:
Enfim, tudo o que a realidade virtual unida ao Metaverso puder proporcionar aos usuários de positivo, será considerado um benefício alcançado.
Um dos principais desafios que o Metaverso pode enfrentar na área da saúde é com relação à segurança dos dados pessoais dos pacientes. Para alcançar esse objetivo, é de extrema importância que as instituições de saúde estejam preparadas para seguir — e à risca — a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Além disso, em um primeiro momento, a acessibilidade a essa tecnologia na saúde pode ficar muito restrita a grandes centros, já que é necessária uma grande preparação para utilizá-la. Porém, assim como os computadores já foram impensáveis de serem utilizados em todos os lugares, também será com os dispositivos do Metaverso. A tendência é a de que cada vez mais clínicas, consultórios e hospitais consigam implementar a tecnologia.
Um outro desafio é relativo aos profissionais de saúde que precisaram se adaptar à tecnologia para conseguir oferecê-la aos seus pacientes de forma tão, ou mais, eficiente quanto um atendimento presencial. Assim, os que já usam a telemedicina e demais ferramentas tecnológicas no dia a dia vão estar na frente.
Você está pronto para o futuro?
Neste texto você pôde conferir que, mesmo sem nos darmos conta, o futuro já chegou e trouxe com ele o Metaverso na saúde, conferiu como ele funciona, seus objetivos principais, os benefícios e as diversas aplicações para profissionais e pacientes. Acreditamos que você anseia por aplicar todo esse novo mundo à sua prática médica, então acompanhe as novidades nos seguindo nas redes sociais. Estamos no Facebook, Instagram, YouTube e LinkedIn.