Escala médica: como montar na prática

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A escala médica é um documento fundamental para a organização e funcionamento de qualquer clínica/hospital, seja público ou privado. É por meio dela que é possível estabelecer a distribuição dos profissionais de saúde durante os turnos de trabalho, garantindo a continuidade do atendimento aos pacientes e a eficiência nos processos.

Um bom planejamento dessa escala também ajuda a minimizar a sobrecarga dos profissionais e, consequentemente, os riscos de erros médicos. Pensando nisso, ao longo deste artigo, vamos dar algumas dicas importantes sobre esse assunto. Continue a leitura!

Como funciona a escala médica?

Com o objetivo de garantir a continuidade do atendimento aos pacientes, a escala médica é elaborada pelo médico gestor da unidade de saúde, considerando as necessidades de atendimento, a quantidade de profissionais disponíveis e as normas regulatórias.

Esse documento é essencial para garantir o controle da jornada de trabalho dos profissionais de saúde, evitando a sobrecarga e o desgaste excessivo dos mesmos. Da mesma forma que garante o equilíbrio financeiro da unidade de saúde, uma vez que permite a redução de custos com horas extras.

Quais os diferentes tipos de jornadas médicas?

A elaboração da escala médica é uma tarefa complexa que demanda atenção e cuidado. É importante conhecer os diferentes tipos de jornadas médicas para escolher a mais adequada para cada situação, levando em consideração as particularidades da unidade de saúde e dos profissionais envolvidos. Neste tópico, vamos explicar melhor sobre isso. Confira!

Jornada de trabalho de 12 horas

A jornada de trabalho de 12 horas é uma das mais comuns em unidades de urgência e emergência, onde é necessário garantir a presença de profissionais 24 horas por dia. Nessa escala de plantão médico, o profissional trabalha por 12 horas seguidas e, na sequência, tem 36 horas de folga.

Essa jornada permite que o médico tenha mais tempo livre e flexibilidade na sua rotina. Contudo, exige grande resistência física e mental, já que é preciso manter sua atenção e concentração por um longo período.

Isso pode ser benéfico em alguns casos, como em unidades que possuem poucos profissionais e que precisam garantir a continuidade do atendimento. Essa escala de trabalho também funciona em situações de emergência, no qual é necessário manter a presença de profissionais qualificados durante um período prolongado.

Jornada de trabalho de 24 horas

Essa escala é bastante exigente e pode prejudicar a qualidade de vida do profissional, sendo indicada apenas em casos de extrema necessidade. Nesse caso, o médico trabalha por 24 horas seguidas, seguidas de 48 horas de folga.

A situação é mais comum em em hospitais que atendem casos de alta complexidade, como UTIs e unidades de transplante.

Assim, como a jornada de trabalho de 12 horas, a escala de plantão médico de 24 horas é recomendada quando a clínica ou hospital necessita da presença de médicos qualificados e experientes em situações de emergência ou quando não há profissionais suficientes para atender a demanda. No entanto, é importante ter em mente que essa escala é muito exigente e pode prejudicar a saúde física e mental do profissional.

Jornada de trabalho de 8 horas

Essa jornada permite que o profissional mantenha um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Dessa forma, o médico exerce suas atividades por 8 horas seguidas, com intervalo de uma hora para refeição. Isso possibilita que o médico tenha tempo suficiente para se dedicar a outras atividades, como estudos, lazer e convívio social.

Ao investir nessa escala médica, as unidades de saúde passam a contar com uma equipe de profissionais bem dimensionada. O que permite a distribuição adequada de tarefas e a garantia da continuidade do atendimento.

Jornada de trabalho mista

Na jornada de trabalho mista, os médicos precisam conciliar atividades em diferentes unidades de saúde. Na prática, esse profissional atua em dois períodos de 4 horas cada, com intervalo de uma hora para refeição.

Essa escala permite que o especialista trabalhe em mais de uma clínica ou hospital. Assim, caso falte algum profissional nas unidades de saúde, fica mais fácil para o médico dar um apoio no atendimento.

Jornada flexível

Por meio da jornada flexível, o médico consegue escolher melhor os seus horários de trabalho, dentro de um intervalo pré-estabelecido. Essa opção pode ser vantajosa para os profissionais que precisam conciliar atividades em diferentes unidades de saúde ou que desejam ter mais flexibilidade para cuidar de questões pessoais.

Jornada de trabalho em tempo parcial

Aqui, o médico trabalha menos horas por semana do que em uma jornada regular. Essa é uma opção interessante para os especialistas que desejam reduzir sua carga horária, seja para cuidar de questões pessoais ou para evitar o esgotamento profissional.

Jornada de trabalho remota

Esse modelo é ideal para o médico que quer realizar suas atividades de forma remota, por meio de teleconsulta ou outras tecnologias. A opção pode ser mais indicada para aqueles que desejam trabalhar de casa ou que precisam se deslocar com frequência.

É importante que a escolha da jornada médica seja feita com cuidado, levando em consideração as particularidades da unidade de saúde em que se trabalha, as necessidades do paciente e as condições de trabalho do médico. Além disso, é fundamental que a escala médica escolhida esteja de acordo com a legislação trabalhista e com as normas do Conselho Regional de Medicina (CRM) de cada estado.

Como montar a escala médica na prática?

A elaboração da escala médica requer planejamento e organização, para que ela seja funcional e eficiente. Assim, será mais fácil atender as demandas de pacientes em diferentes horários e dias da semana, garantindo a qualidade no atendimento e a eficiência nos processos. Veja, a seguir, algumas dicas que podem ajudar você!

Conheça as necessidades da unidade de saúde

Antes de começar a montar a escala médica, conheça quais são as necessidades da instituição em que você atua. Isso inclui saber quais são os horários de maior demanda de pacientes, quais são as especialidades médicas necessárias e quantos médicos são necessários para cada turno.

Por exemplo, em uma unidade de saúde que atende principalmente casos de emergência, é importante que essa escala contemple um número maior de médicos em horários de maior demanda, como à noite e aos fins de semana.

Já em uma clínica que atende principalmente pacientes agendados, é possível ter uma escala médica com um número menor de profissionais durante o dia, quando a demanda é menor.

Considere as preferências dos médicos

Na hora de elaborar esse documento, é fundamental levar em consideração as preferências dos médicos que trabalham na unidade de saúde. Isso inclui as suas preferências de horários, folgas e jornadas de trabalho.

Não esqueça que os profissionais satisfeitos tendem a ser mais produtivos e a oferecer um atendimento de maior qualidade aos pacientes.

Faça uma distribuição equilibrada das jornadas

Fazer distribuição equilibrada das jornadas também deve fazer parte do planejamento. Isso garante que todos os médicos tenham a oportunidade de trabalhar em diferentes horários e dias da semana.

Da mesma forma que evita sobrecarga de trabalho em alguns profissionais e ociosidade em outros.

Utilize uma ferramenta de gestão de escala médica

Para facilitar o processo de montagem da escala médica, é indicado utilizar uma ferramenta de gestão de escala médica, como um software específico para esse fim.

Com a ajuda de uma boa plataforma, é possível automatizar o processo de montagem da escala, reduzindo o tempo gasto e as chances de erros.

Realize ajustes frequentes

A escala médica não deve ser vista como algo imutável. É necessário estar aberto a fazer ajustes frequentes, de acordo com as necessidades da clínica/hospital e dos próprios profissionais.

Isso porque é possível que surjam imprevistos, como afastamentos por doença ou licença, que precisam ser considerados durante o planejamento.

Não esqueça de estar atento ao feedback dos profissionais e dos pacientes e estabelecer um NPS médico. Ao fazer isso, conseguirá realizar ajustes que melhorem a eficiência da escala e a qualidade do atendimento.

Priorize a qualidade do atendimento

Além de dar atenção aos feedbacks, para priorizar a qualidade do atendimento aos pacientes, é necessário verificar se há médicos em número suficiente e em horários estratégicos.

Assim, consegue-se atender a demanda da unidade sem comprometer a saúde e o bem-estar desses profissionais. Também é importante que a equipe esteja bem treinada e capacitada para evitar falhas na prestação do serviço.

Não deixe para a última hora

Montar a escala médica requer planejamento e antecedência. Deixar para a última hora pode gerar estresse e erros que comprometem o atendimento aos pacientes.

Por isso, é preciso que o documento seja elaborado com antecedência suficiente, de modo a permitir ajustes e correções necessárias.

Integre a escala médica com outras áreas da unidade de saúde

Por fim, é importante que a escala médica seja integrada com outras áreas da unidade de saúde, como a área administrativa e de enfermagem. Isso possibilita uma gestão mais eficiente e integrada, garantindo que toda a equipe esteja trabalhando de forma coordenada e que as necessidades dos pacientes sejam atendidas de forma eficiente.

A comunicação e a colaboração entre as diferentes áreas da unidade de saúde são pontos-chave para garantir a qualidade dos serviços.

Como fazer uma boa gestão da escala médica?

Uma vez montada a escala médica, é fundamental que ela seja gerenciada de forma eficiente, para que as necessidades dos clientes sejam atendidas e que os profissionais de saúde estejam trabalhando em condições adequadas. A seguir, elaboramos algumas dicas para que isso seja possível. Veja!

Fique atento às folgas

Para que os profissionais de saúde possam atuar de forma eficiente, é fundamental que eles tenham um tempo adequado de descanso. Por isso, lembre-se que é preciso prever as folgas regulares para os médicos durante a elaboração da escala, de forma que eles possam se recuperar e retomar as atividades com mais energia e disposição.

Considere a demanda dos pacientes

Levar em consideração a demanda dos pacientes em cada período do dia e em cada dia da semana também é importante.

Dessa forma, é possível garantir que haja especialistas disponíveis para atender as necessidades dos pacientes em todos os momentos, evitando longas esperas e garantindo um atendimento de qualidade.

Fique atento às habilidades e especialidades dos médicos

Cada médico possui habilidades e especialidades diferentes, e é importante levar isso em consideração ao montar a escala médica. Isso significa que é necessário ter profissionais trabalhando nas áreas em que são mais qualificados, de forma a garantir um atendimento de qualidade e evitar erros médicos.

Esteja preparado para imprevistos

Por mais que a escala médica seja cuidadosamente planejada, imprevistos podem acontecer e é preciso estar preparado para lidar com eles.

Nesse caso, vale a pena ter um plano de contingência para situações de ausência de médicos, de forma a garantir que o atendimento aos pacientes não seja prejudicado.

Utilize tecnologia para facilitar a gestão

Hoje em dia, existem diversas ferramentas tecnológicas que podem ser utilizadas para facilitar a gestão da escala médica.

Softwares de gestão de escalas, por exemplo, permitem que esse planejamento seja facilmente criado e modificado, além de possibilitar o acompanhamento em tempo real da presença dos profissionais na unidade de saúde.


Montar uma escala médica é fundamental para uma gestão adequada

Definir a escala médica é indispensável para garantir a eficiência no atendimento aos pacientes e a qualidade de vida dos profissionais de saúde.

Uma escala bem elaborada e gerenciada permite a distribuição adequada dos profissionais, evitando sobrecarga em alguns e ociosidade em outros, além de garantir a continuidade do atendimento e a satisfação dos profissionais.

Ao montar essa escala, não esqueça de levar em consideração o tipo de jornada, a disponibilidade dos profissionais, suas particularidades e as necessidades da unidade de saúde.

Além disso, é fundamental fazer uma gestão médica adequada, monitorando seu cumprimento, fazendo ajustes quando necessário, comunicando os profissionais e avaliando periodicamente sua eficiência. A utilização de ferramentas de gestão também pode ser de grande ajuda na elaboração e gestão do documento.

Portanto, não esqueça que a escala médica deve ser considerada um aspecto crucial na rotina das unidades de saúde, e seu gerenciamento precisa ser tratado com a devida importância e cuidado. Assim, consegue-se garantir a eficiência no atendimento aos pacientes e a qualidade de vida dos profissionais de saúde.

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