Dislipidemia: saiba mais sobre a doença

30/9/2025
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equipe afya educacao médica
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Dislipidemia: entenda causas, sintomas e tratamentos dessa condição associada ao aumento do colesterol.

A dislipidemia é uma condição caracterizada por alterações nos níveis de lipídios no sangue, como colesterol e triglicerídeos.

Esses desequilíbrios podem parecer silenciosos em um primeiro momento, mas estão diretamente associados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no Brasil e no mundo.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), estima-se que cerca de 40% da população brasileira apresenta algum grau de aumento do colesterol, sendo que boa parte desconhece o problema. Esse cenário reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico contínuo.

Continue a leitura para saber mais!

O que é dislipidemia?

A dislipidemia é definida como a presença de valores alterados de lipídios plasmáticos. Ela pode se manifestar de diferentes formas:

  • hipercolesterolemia: níveis elevados de colesterol total e LDL (“colesterol ruim”);
  • hipertrigliceridemia: aumento dos triglicerídeos;
  • baixos níveis de HDL: redução do “colesterol bom”;
  • formas mistas: quando há mais de uma alteração lipídica associada.

Por ser uma condição geralmente assintomática, muitos pacientes só descobrem a dislipidemia após exames de rotina ou quando já apresentam complicações cardiovasculares.

Por isso, alerta: os check-ups são muito importantes. E incentivar a realização periódica de exames é, portanto, algo que deve fazer parte da rotina do profissional da saúde.

Quais são as causas da dislipidemia?

A dislipidemia pode ser classificada como primária (de origem genética) ou secundária (relacionada a fatores adquiridos). Confira mais detalhes a seguir!

Primária

Geralmente ligada a mutações genéticas que comprometem o metabolismo dos lipídios, como na hipercolesterolemia familiar.

Secundária

Causada por fatores externos, como sedentarismo, dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos simples, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Doenças como diabetes, hipotireoidismo e síndrome metabólica também podem contribuir para o desenvolvimento da condição.

Quais são os sintomas e fatores de risco?

Na maioria dos casos, a dislipidemia não apresenta sintomas. Esse é um dos principais desafios para o diagnóstico precoce, já que muitos pacientes não percebem a gravidade da condição até a ocorrência de eventos cardiovasculares.

Entre os principais fatores de risco associados à dislipidemia estão:

  • idade avançada;
  • histórico familiar de doenças cardíacas;
  • obesidade abdominal;
  • hipertensão arterial;
  • diabetes mellitus;
  • estilo de vida sedentário.

O conjunto desses fatores aumenta significativamente a probabilidade de complicações graves, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

E quais são as complicações da dislipidemia?

A principal preocupação em relação à dislipidemia é o desenvolvimento da aterosclerose, que consiste no acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias. Esse processo reduz o fluxo sanguíneo e pode causar complicações sérias, como:

  • infarto agudo do miocárdio;
  • acidente vascular cerebral (AVC);
  • doença arterial periférica;
  • insuficiência coronariana.

Essas complicações reforçam a necessidade de atenção ao diagnóstico e tratamento adequado, já que o controle dos lipídios no sangue é determinante para a prevenção de doenças cardiovasculares.

Quais são os tratamentos para a dislipidemia?

O tratamento da dislipidemia tem como objetivo reduzir os níveis alterados de gordura no sangue — como colesterol e triglicerídeos — e evitar complicações cardiovasculares. Para isso, a abordagem combina mudanças no estilo de vida e, quando necessário, o uso de medicamentos específicos.

Veja mais detalhes a seguir!

Mudanças no estilo de vida

Antes de pensar em remédios, a primeira recomendação é sempre olhar para os hábitos do dia a dia. Ajustes simples, mas consistentes, fazem uma grande diferença. Dê uma olhada!

Alimentação equilibrada

Os cuidados com a alimentação são um grande pilar em tudo isso. Dar preferência a frutas, verduras, legumes, cereais integrais e alimentos ricos em fibras. Ao mesmo tempo, é importante reduzir o consumo de gorduras saturadas e trans, presentes em frituras, embutidos e produtos industrializados.

Atividade física regular

Exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida leve, bicicleta ou natação, ajudam a reduzir o colesterol LDL (“ruim”) e os triglicerídeos, além de aumentar o HDL (“bom”). Assim, é importante orientar os pacientes sobre a relevância dessas práticas.

Controle do peso corporal

Manter o índice de massa corporal (IMC) dentro da faixa saudável é essencial para o equilíbrio dos lipídios.

Abandono do cigarro e moderação no álcool

Parar de fumar e evitar o excesso de bebidas alcoólicas potencializa os resultados e protege o coração.

Essas medidas devem ser adotadas de forma contínua, pois, além de melhorar o perfil lipídico, contribuem para o bem-estar geral.

Tratamento medicamentoso

Em alguns casos, só as mudanças de estilo de vida não são suficientes. Quando os exames continuam mostrando níveis elevados de colesterol ou triglicerídeos, o médico pode indicar medicamentos. Os mais utilizados são:

  • estatinas: principais fármacos no tratamento, atuam reduzindo a produção de colesterol pelo fígado;
  • fibratos: ajudam principalmente na redução dos triglicerídeos;
  • ezetimiba: diminui a absorção do colesterol presente nos alimentos;
  • inibidores de PCSK9: indicados para situações mais graves ou resistentes, proporcionando uma queda significativa do LDL.

A escolha do remédio e da dose leva em conta o perfil lipídico de cada pessoa, a presença de outros fatores de risco, como hipertensão ou diabetes, e o histórico familiar de doenças cardiovasculares.

Qual é a importância do acompanhamento médico?

O controle da dislipidemia é um processo contínuo, que exige acompanhamento regular com exames laboratoriais e consultas médicas. Esse cuidado é fundamental não apenas para ajustar o tratamento, mas também para orientar o paciente sobre a importância da adesão às mudanças no estilo de vida.

Como vimos, os problemas cardiovasculares são potencialmente fatais. Alertar os pacientes sobre essa estatística de modo humanizado e fazê-los entender a relevância de um bom acompanhamento para controle das taxas é, portanto, essencial.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, confira também nosso conteúdo sobre colesterol alto, que explica em detalhes a relação entre esse marcador e o risco cardiovascular.

A dislipidemia é uma condição silenciosa, mas com grande impacto na saúde, já que está diretamente associada ao risco de doenças cardiovasculares. Conhecer suas causas, fatores de risco, complicações e opções de tratamento é fundamental para médicos que desejam oferecer um cuidado mais seguro e eficaz a seus pacientes!

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