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24.4.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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O desperdício é um problema muito sério em nossa sociedade. Em nosso cotidiano, lidamos com essa situação em diversos setores: alimentos, recursos naturais, combustíveis, energia em geral, medicamentos, dinheiro… no entanto, há também o desperdício na saúde, que é o tema do nosso bate-papo.
Entender quais são as causas do desperdício é o primeiro passo para combatê-lo. Sendo assim, gestores e profissionais da saúde, assim como os pacientes, devem ter atenção redobrada com os pontos que serão abordados ao longo do conteúdo.
E então, pronto para entender mais sobre esse assunto e descobrir como evitar o desperdício na área da saúde? Continue a leitura para saber algumas informações sobre o tema!
Antes de mais nada, vamos trazer a definição exata de desperdício. De acordo com a definição do dicionário, a palavra está associada ao uso excessivo e desnecessário de algo. É, de certa forma, o famoso “jogar algo fora”.
A gestão em saúde, assim como vários outros setores da sociedade, pode sofrer com esse tipo de problema. A boa notícia é que, na maioria dos casos, o desperdício pode ser reduzido ou até mesmo praticamente extinto com o ajuste de alguns pontos fundamentais.
Ao longo do conteúdo vamos descobrir mais sobre os tipos de desperdício existentes no setor da saúde, assim como dicas para evitá-los. Então, continue a leitura e saiba mais sobre isso!
Veja, agora, os pontos que mais geram a perda de recursos variados no âmbito da saúde.
Desperdícios por falha são aqueles que têm relação com a necessidade de “refação” de algum processo graças à ocorrência de problemas nas tentativas anteriores. Tais erros podem ser menos ou mais graves, a depender se envolvem ou não a presença dos pacientes no processo.
Caso os pacientes estejam envolvidos, tais falhas representam muito mais do que um desperdício, mas também um risco para o bem-estar e segurança deste indivíduo. Sendo assim, é fundamental que todos os processos sejam feitos a partir de boas práticas, protocolos, diretrizes e muita atenção e planejamento.
Outro possível desperdício na saúde é a superprodução. Ela não é muito comum, mas pode acontecer, estando caracterizada pela produção ou execução de processos em excesso, sem que exista a demanda para eles.
Um bom exemplo é a produção extra de leitos, que podem ficar “sobrando” e ocuparem espaços que poderiam ser melhor utilizados para outras demandas dentro do hospital. Além disso, a realização desnecessária de exames, prescrição de medicamentos sem necessidade e outros também entram nessa conta. Por fim, o manejo inadequado da agenda também pode se encaixar como superprodução.
Em seguida, temos as perdas por transporte. Como o nome já indica, elas consideram tudo que é transportado de uma unidade para a outra. Tais desperdícios podem ser por conta de uma transportação inadequada — como é o caso das perdas de medicamentos termolábeis por falta de refrigeração — ou por movimentação desnecessária de insumos.
Por exemplo: quando é preciso ficar movendo recursos — medicamentos, produtos e até mesmo máquinas — por conta da falta de infraestrutura no local de trabalho. Tudo isso demanda dinheiro, planejamento e ocasiona custos operacionais e maiores esperas, desperdiçando também o tempo de todos os envolvidos.
Ninguém gosta de esperar, não é mesmo? Então, otimizar os processos internos dos hospitais e clínicas é importante para evitar um dos mais graves desperdícios da saúde: o de tempo.
Esperar para a liberação do leito, para o resultado de um exame, para uma consulta em uma agenda caótica e outras tantas esperas é algo que atrapalha o fluxo desses estabelecimentos, prejudicando a experiência do paciente e dificultando o seu retorno para os seus serviços.
Gerenciar um estoque não é uma tarefa simples, porém é muito necessária. Organizar essa tarefa é essencial para evitar, por exemplo, o desperdício de medicamentos e materiais que podem expirar por não serem utilizados. Em outros casos, há a duplicação de insumos por conta de uma má gestão do que já está presente no estoque do hospital.
Dessa forma, pode haver, ao mesmo tempo, uma perda por superprodução e por mal gerenciamento dos insumos. Sendo assim, uma boa gestão de ativos é fundamental para evitar problemas com isso e, claro, diminuir o desperdício e os gastos desnecessários.
Além do transporte, outro tipo de movimentação também pode gerar desperdício. Ela consiste no ato de movimentos desnecessários dentro do espaço da clínica ou do hospital, gerados por conta de uma distribuição inadequada ou ineficiente dos insumos e ferramentas.
Por isso, é indicado investir não só em infraestrutura, mas também em uma logística interna que seja inteligente. Isso evita a perda de tempo da equipe buscando materiais em pontos distantes do estabelecimento, além de prevenir a espera exagerada dos pacientes e causar gargalos no atendimento.
Outro ponto de desperdício de tempo (e, muitas vezes, de dinheiro) está na ocorrência de processos desnecessários. Estas são aquelas atitudes redundantes, que podem facilmente ser removidas sem que isso altere o fluxo ou prejudique qualquer tipo de protocolo.
Um exemplo clássico está na repetição de perguntas durante a anamnese médica, o que pode prejudicar (novamente) a experiência do paciente e fazer com que as consultas fiquem longas sem necessidade. Este tempo, afinal, seria melhor utilizado com a busca por outras informações ou a realização de um bom exame físico.
Por fim, temos o desperdício de talentos. Este consiste na ineficiência da retenção de bons profissionais, o que pode gerar não só gastos extras (com o pagamento de rescisões e/ou a abertura de processos seletivos), como também com a dificuldade de encontrar pessoas que estejam alinhadas à cultura organizacional da sua empresa.
Isso também é muito prejudicial para o hospital ou clínica. Afinal, os pacientes se conectam com determinados profissionais e a sua partida pode ocasionar não só uma dificuldade de confiar no estabelecimento, como uma busca ativa do paciente pelo médico em outros serviços de saúde.
Chegou o momento de você entender quais são as medidas que podem ser implementadas, ao longo da “produção” na saúde, para evitar a perda de recursos, tempo e outros fatores. Vamos lá?
O primeiro ponto de destaque para otimizar os processos e evitar desperdícios de modo geral é investir em manutenções preventivas. Nada de deixar para amanhã o que você pode fazer hoje ou, pelo menos, em uma data agendada antes que algo dê problemas.
Por exemplo: imagine que a sua clínica conta com uma máquina de raio x. Você pode deixá-la rodando por meses sem qualquer ajuste, mas isso certamente vai trazer problemas mais à frente.
Os desperdícios em hospitais podem ser evitados com a parada programada da máquina para que técnicos façam uma revisão e identifiquem possíveis problemas. Muito melhor abrir um tempo na agenda para isso do que parar por vários dias quando a máquina parar de funcionar.
Planejar também é sempre bom! Essa é uma medida fundamental para que os processos funcionem dentro do seu estabelecimento. Então, além de um bom plano de negócios, é importante que você planeje o dia a dia de funcionamento da clínica ou hospital.
A gestão começa no treinamento da equipe, que deve estar alinhada, falar a mesma língua e ser devidamente capacitada para realizar os processos de maneira rápida, fluida e eficiente.
Depois, é hora de fazer o planejamento de horários, funções e, claro, manutenções, pausas e outros processos. É um trabalho bem complexo, mas que se torna mais simples à medida que o tempo passa.
Os indicadores hospitalares e de clínicas também devem ser levados em consideração ao longo do seu planejamento. Afinal, eles trazem insights muito importantes do que está funcionando em sua gestão e, claro, do que precisa ser ajustado para atender melhor à demanda.
Tais métricas podem ser obtidas de várias formas. As mais comuns são: duração da estadia do paciente, satisfação, taxa de readmissão, fila de espera, agenda, entre outros.
Muitos destes dados são obtidos a partir de recursos tecnológicos. Então, pode ser interessante trabalhar com uma equipe de tecnologia, que possa não só obtê-los, mas “traduzi-los” e fazer com que a sua gestão seja ainda mais facilitada.
Outra forma de obter algumas métricas é a partir dos feedbacks diretos dos pacientes. Buscar a opinião de quem faz uso dos seus serviços no dia a dia é, sem dúvidas, uma das melhores maneiras de entender em quais pontos você está acertando e quais precisam passar por adaptações.
Os feedbacks podem ser obtidos de vários jeitos. O primeiro deles é com a implementação de uma caixinha de opiniões em sua sala de espera, assim como em outros pontos do estabelecimento. O segundo, por meio de formulários enviados para o e-mail ou publicados nas redes sociais.
Além disso, é importante ficar sempre atento aos comentários divulgados nas redes e outros canais, como portais de reclamações. Esses são ótimos espaços para descobrir mais sobre suas falhas e evitar o desperdício na saúde.
A logística é um ponto crucial para o funcionamento da sua clínica ou hospital. Como gestor, investir em um bom setor do gênero é algo que não pode ficar de fora do plano de negócios e do planejamento geral.
A logística será responsável por conduzir movimentações externas, como o transporte de material, maquinário e até mesmo de pessoas, em caso do uso de ambulâncias e outros meios de transporte.
Assim, você evita desperdícios de insumos, de tempo e a tão temida espera, tanto por parte da sua equipe quanto dos pacientes. Não se esqueça de que a satisfação desses grupos é essencial para todo o processo de trabalho!
Como vimos, uma boa gestão de estoque pode fazer maravilhas para a prevenção de desperdícios na saúde. Então, invista em recursos que realmente possam fazer a diferença e evite apenas caixas e caixas em uma estante nos fundos da clínica.
O estoque deve ser gerenciado por, pelo menos, uma pessoa, a depender do seu tamanho. Para espaços maiores, é fundamental que uma equipe esteja encarregada de fazer o levantamento e catalogamento do material disponível.
Para torná-lo ainda mais inteligente, é interessante optar por ferramentas tecnológicas, que fazem boa parte do trabalho por si só. Assim, você fica mais ciente de prazos de validade, quantidades baixas disponíveis e pode economizar dinheiro evitando compras desnecessárias em momentos inoportunos.
Outra forma de otimização da gestão de recursos na saúde está na realização de boas contratações. Faça processos seletivos que realmente demonstrem a sua busca por uma equipe alinhada às expectativas da empresa.
Isso deve começar já na descrição do cargo, que precisa ser clara, objetiva e trazer informações específicas sobre o perfil do profissional que aquela clínica ou hospital precisa.
Depois, finalize com entrevistas completas, que sirvam não apenas para que você possa analisar as competências técnicas de cada um dos candidatos, mas também como e porque eles contribuiriam para o crescimento da sua clínica.
Por fim, não deixe de investir na elaboração de uma boa política de cultura organizacional no ambiente de trabalho pelo qual você é responsável.
Isso pode ser feito a partir de diversas estratégias, dentre elas a implementação de benefícios que valorizem o profissional atuando em seu negócio.
Com isso, você otimiza não só a retenção de talentos na empresa, mas também colabora para uma maior identificação do paciente com os seus serviços. Como consequência, há uma maior fidelização da clientela e, claro, uma otimização do marketing de indicação.
Gostou das nossas dicas de como evitar o desperdício na saúde?
Como podemos ver, o desperdício na saúde é um problema complexo, que exige mudanças em vários setores para ser realmente reduzido. No entanto, a implementação de estratégias é interessante para reduzir gastos, otimizar processos e fazer com que os pacientes tenham um atendimento mais eficiente ao longo de toda a sua jornada.
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