Combate ao HIV: saiba quais são as últimas evoluções

May 14, 2025 . 6 minutos de leitura
por:
Share This
Copy to Clipboard.
Share via URL

A comunidade científica tem avançado significativamente no combate ao HIV. Veja quais são as opções de tratamento mais recentes para esta condição!

Há algumas décadas, receber o diagnóstico de HIV era encarado quase como uma sentença de morte, cercado por medo, desinformação e forte estigma social. Com o passar do tempo, o combate ao HIV evoluiu de forma significativa, permitindo que as pessoas vivendo com o vírus vivam mais e com mais qualidade.

Esse avanço só foi possível graças a um contínuo processo de descobertas e aprimoramentos, frutos de esforços conjuntos em diferentes frentes na comunidade científica. Acompanhar as novidades nessa área é imprescindível para que os profissionais de saúde estejam preparados para oferecer um cuidado atualizado aos pacientes.

Quer saber mais sobre o assunto? Neste post, vamos abordar as últimas evoluções no tratamento para o HIV. Confira!

Dados sobre o HIV no mundo

O HIV, sigla para Vírus da Imunodeficiência Humana, é um retrovírus que ataca o sistema imunológico, comprometendo a capacidade do organismo de se defender contra infecções e doenças.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, o mundo registrou 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, um número que evidencia tanto o impacto contínuo da epidemia quanto os avanços na detecção e tratamento que permitem a essas pessoas uma vida mais longa e saudável.

Apesar dos esforços globais, 1,3 milhão de novas infecções foram identificadas no mesmo ano, indicando que, embora o acesso à informação e aos métodos de prevenção tenha aumentado, ainda há lacunas relevantes na contenção da transmissão do vírus em muitas regiões.

O número de mortes relacionadas à condição também permanece expressivo: aproximadamente 630 mil pessoas perderam a vida por causas associadas ao HIV em 2023. Paralelamente, 103 países relataram ter testado cerca de 230 milhões de pessoas, o que demonstra um esforço massivo em estratégias de diagnóstico e rastreamento.

Esses dados reforçam a necessidade de ampliar o alcance de políticas públicas, fortalecer ações de prevenção e garantir o acesso universal ao tratamento como fundamentos no enfrentamento contínuo dessa epidemia.

Como o HIV atua no organismo humano?

Ao entrar no organismo humano, o HIV ataca principalmente os linfócitos T CD4+, células fundamentais na coordenação da resposta imunológica. De forma silenciosa e progressiva, o vírus se integra ao material genético dessas células, comprometendo sua função e levando à sua destruição.

Conforme esse processo ocorre, o sistema imune enfraquece, tornando o corpo mais vulnerável a infecções oportunistas e outras doenças que, em um indivíduo saudável, seriam facilmente controladas.

Como se dá a infecção por HIV?

A infecção por HIV acontece por meio do contato com fluidos corporais contaminados, como sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno, sendo as principais vias de transmissão a relação sexual desprotegida, o compartilhamento de agulhas ou seringas e a transmissão vertical, que podem acontecer durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Quais são as suas consequências?

Uma vez no organismo, a infecção não se manifesta de forma imediata; muitos pacientes permanecem assintomáticos por anos, enquanto o HIV continua a se multiplicar e a comprometer progressivamente o sistema imunológico.

Essa característica silenciosa torna o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico fundamentais para o controle da infecção e a prevenção de complicações. Se não for tratado adequadamente, o HIV pode evoluir para a AIDS — estágio avançado da infecção —, aumentando o risco de infecções e doenças graves, que podem levar à morte.

Quais são os fatores de risco para a condição?

Após a infecção pelo HIV, alguns fatores podem influenciar diretamente na gravidade clínica da doença, especialmente quando não há diagnóstico precoce ou adesão ao tratamento.

Além disso, a presença de coinfecções, como tuberculose ou hepatites virais, pode acelerar o agravamento do quadro clínico. Barreiras sociais, questões de saúde mental e econômicas também exercem um papel importante, dificultando o acesso contínuo e cuidados de saúde e medicamentos.

Tipos de tratamentos existentes atualmente?

O tratamento do HIV é baseado, sobretudo, no uso contínuo da terapia antirretroviral (TARV), que revolucionou o enfrentamento da infecção ao transformar uma condição antes considerada fatal em uma doença crônica controlável.

A TARV consiste na combinação de diferentes classes de medicamentos que atuam em pontos distintos do ciclo de replicação do vírus, impedindo sua multiplicação no organismo e possibilitando a recuperação e manutenção da função imunológica.

Atualmente, a terapia é iniciada o mais precocemente possível após o diagnóstico, independentemente da contagem de linfócitos CD4+, para reduzir a carga viral a níveis indetectáveis. Assim, além de preservar a saúde da pessoa vivendo com HIV, ela elimina o risco de transmissão sexual, estratégia conhecida como ‘’indetectável = intransmissível’’ ou I = I.

Além dos medicamentos, o sucesso do tratamento depende também do acompanhamento regular, da adesão adequada ao regime terapêutico e de um vínculo de confiança entre paciente e equipe de saúde, capaz de sustentar o cuidado no decorrer do tempo.

Quais são os últimos avanços no combate ao HIV?

O desenvolvimento acelerado da tecnologia no setor científico tem colaborado para avanços significativos no enfrentamento do HIV, tanto na prevenção quanto no tratamento da infecção. Descubra, a seguir, quais são as novas estratégias terapêuticas testadas e com resultados promissores.

Terapias de longa duração

Um dos avanços mais promissores diz respeito às terapias de longa duração, como o lenacapavir, um antirretroviral injetável que pode ser administrado apenas duas vezes ao ano.

Essa inovação representa uma mudança na forma como se lida com a prevenção e o tratamento do vírus, especialmente para pessoas que enfrentam dificuldades com a adesão diária à medicação oral.

A abordagem oferece alta eficácia e permite o uso de um esquema com maior espaçamento, fator que ajuda a reduzir o estigma associado à terapêutica contínua.

Novas opções para casos resistentes

O tratamento do HIV em pessoas com resistência a múltiplos esquemas terapêuticos é um dos maiores desafios na prática clínica. Nesse cenário, o surgimento de medicamentos como o fostensavir oferece uma alternativa importante e necessária.

Diferentemente dos antirretrovirais tradicionais, esse fármaco atua impedindo a entrada do vírus na célula hospedeira, sendo indicado para indivíduos com HIV multirresistente que não respondem mais às combinações convencionais.

Avanços em vacinas e busca pela cura

Apesar de ainda estar em estágios iniciais, os esforços em torno da criação de vacinas contra o HIV têm renovado as esperanças da comunidade científica. O objetivo das vacinas é prevenir ou eliminar a presença do vírus no organismo.

Também existem iniciativas voltadas à cura funcional, onde o HIV é controlado sem necessidade de tratamento contínuo. Essa possibilidade pode ser observada em estudos com terapias celulares e técnicas de edição genética ou que buscam reprogramar o sistema imunológico para controlar o vírus de maneira duradoura.

O combate ao HIV continua sendo um desafio, mas os avanços no tratamento e na prevenção contribuem para um manejo mais eficaz da infecção. O futuro aponta para um cenário de maior controle e qualidade de vida para os pacientes e, potencialmente, a aproximação de uma cura.

Quer se manter atualizado sobre as inovações em Medicina?

Assine a newsletter da Afya para receber dicas e novidades indispensáveis para a prática médica!

Artigo por:
Quer saber mais?
Selecionamos alguns posts que você pode gostar!
Especialidades Médicas
14/5/25
Combate ao HIV: saiba quais são as últimas evoluções
Casos Clínicos
12/5/25
Como incentivar seu paciente a parar de fumar?
Especialidades Médicas
7/5/25
Entenda a relação entre anticoncepcionais e câncer de mama
Dicas de Gestão Médica
6/5/25
Normas sanitárias para clínicas médicas: quais são e como funcionam?