Saiba tudo sobre o câncer de ovário

May 21, 2025 . 6 minutos de leitura
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Você sabe como diagnosticar e tratar o câncer de ovário? Veja, neste post, como essa doença se manifesta.

Silencioso, o câncer de ovário é uma doença de grande impacto na saúde feminina, exigindo atenção aos sinais sutis e exames regulares para que não passe despercebido. Devido à sua complexidade, o diagnóstico pode ocorrer apenas em estágios avançados, dificultando o tratamento da condição.

Nesse contexto, a atuação médica é decisiva tanto na investigação clínica quanto na orientação adequada das mulheres, ajudando-as a identificar alterações comuns causadas por esse tipo de câncer.

Quer saber mais sobre essa doença? Neste post, vamos abordar a sua prevalência, causas e tipos de terapias. Confira!

O câncer de ovário no Brasil

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de ovário é a terceira neoplasia mais recorrente na área de Ginecologia, ficando atrás apenas do câncer de útero e do endométrio.

Em 2020, o INCA fez uma estimativa de 6.650 novos casos da doença. O risco é de 6,18 para cada 100 mil mulheres. Diante disso, a doença ocupa o quinto lugar entre as causas da morte por câncer entre o público feminino.

As chances de desenvolvê-la ao longo da vida são de 1 em 78, enquanto a probabilidade de morte devido à condição é de 1 em 108. O diagnóstico precoce é crucial para aumentar as chances de cura das pacientes.

O que é o câncer de ovário?

Esse tipo de câncer se origina nos ovários, que são responsáveis pela produção dos óvulos e pela secreção de hormônios essenciais, como o estrogênio e a progesterona.

Ele pode começar em diferentes células nos ovários, como as células germinativas, as de superfície ou as do estroma ovariano, o que resulta em uma variedade de formas clínicas e comportamentos biológicos.

O mecanismo de ação da doença envolve a multiplicação descontrolada dessas células, que, em vez de se desenvolver de maneira ordenada e programada, começam a dividir de maneira irreversível, formando tumores.

As células malignas podem invadir os tecidos próximos, como as trompas de falópio e o útero, e se espalhar para outras áreas do corpo, como o peritônio, os gânglios linfáticos e até órgãos distantes, por meio da circulação sanguínea e linfática.

O papel da genética também é importante nesse processo, com alterações nos genes supressores de tumor, como os BRCA1 e BRCA2, aumentando a predisposição à condição.

Estágios do câncer de ovário

O câncer no ovário é classificado em quatro estágios, que indicam a extensão do avanço da doença no organismo. No estágio I, o tumor está restrito a um ou ambos os ovários. Enquanto no estágio II, ele já se espalhou para estruturas pélvicas próximas.

No estágio III, o câncer atinge o abdômen, podendo comprometer linfonodos e a superfície do peritônio. Por sua vez, no estágio IV, o mais avançado, há metástase para órgãos distantes, como fígado ou pulmões. Essa classificação é fundamental para definir o tratamento e estimar o prognóstico do paciente.

Quais são os seus sintomas?

Os sintomas da doença costumam ser vagos e podem ser facilmente confundidos com distúrbios gastrointestinais ou hormonais, o que contribui para diagnósticos tardios. Entre os sinais mais recorrentes estão o inchaço abdominal persistente, sensação de estômago cheio mesmo após pequenas refeições, dores pélvicas ou abdominais e alterações no ritmo intestinal, como constipação.

Algumas mulheres também relatam aumento da frequência urinária ou dor durante as relações sexuais. Essas manifestações, apesar de não serem exclusivas do câncer de ovário, tornam-se preocupantes quando são novos, persistem por várias semanas e não melhoram com medidas habituais.

Quais são os tipos de câncer no ovário?

Há três tipos de câncer de ovário, que são diferenciados de acordo com as células em que se originam. Saiba, abaixo, quais são eles e suas respectivas características.

Carcinoma epitelial

Considerado o tipo mais comum, o carcinoma epitelial ocorre em 90% dos casos. Ele tem origem nas células que revestem a superfície externa do ovário e costuma afetar mulheres acima dos 50 anos.

Ademais, é o tipo mais agressivo e, muitas vezes, diagnosticado em estágios avançados, já que é difícil detectar sintomas específicos durante o seu início.

Tumores de células germinativas

Mais raros, esses tumores se desenvolvem nas células que formam os óvulos e tendem a surgir em mulheres jovens, incluindo adolescentes. Mesmo tendo potencial de crescimento rápido, eles geralmente têm bom prognóstico e respondem bem ao tratamento, com altas taxas de cura.

Tumores de estroma

Originados nas células que produzem hormônios femininos, esses tumores representam uma pequena fração dos casos. Costumam crescer lentamente e podem provocar alterações hormonais perceptíveis, como sangramento uterino anormal ou sinais de virilização, dependendo do tipo celular envolvido.

Como é feito o seu diagnóstico?

Para os médicos, é essencial manter um olhar atento diante das queixas persistentes das suas pacientes, como dor abdominal, distensão ou alterações no hábito intestinal, principalmente em mulheres com fatores de risco.

O diagnóstico do câncer de ovário se dá a partir de uma combinação de anamnese detalhada, exame físico, com ênfase no toque pélvico, e exames complementares. A ultrassonografia transvaginal é geralmente o primeiro método de imagem utilizado, podendo ser seguida por tomografia ou ressonância magnética, quando necessário.

A dosagem do marcador tumoral CA-125 também é um recurso útil, embora sua especificidade seja limitada, sobretudo em estágios iniciais ou em mulheres pré-menopáusicas.

A confirmação do diagnóstico depende da avaliação histopatológica, após cirurgia exploratória ou laparoscopia, que permite o estadiamento e o planejamento terapêutico individualizado.

Quais são os tratamentos disponíveis atualmente?

O tratamento do câncer de ovário exige uma abordagem multidisciplinar, que varia conforme o tipo histológico, o estágio da doença e o estado geral da paciente. A cirurgia é, em geral, o primeiro passo e tem como objetivo remover o máximo possível do tumor. Em alguns casos, ela pode incluir a retirada dos ovários, trompas, útero e tecidos acometidos.

A quimioterapia complementar, comumente baseada em platina, é indicada na maioria dos diagnósticos, principalmente quando a doença se encontra em estágios mais avançados.

Em situações específicas, como em tumores avançados ou quando a cirurgia inicial não é possível, pode-se optar por quimioterapia neoadjuvante. Nos últimos anos, terapias-alvo, como os inibidores de PARP, vêm ganhando destaque entre pacientes com mutações genéticas como BRCA 1 e BRCA 2, oferecendo maior controle sobre o problema e melhora na sobrevida.

Como prevenir a doença?

A prevenção do câncer de ovário passa pela atenção aos fatores de risco e pelo acompanhamento médico regular. O uso contínuo de contraceptivos orais, a gestação e a amamentação são fatores que demonstram reduzir o risco ao longo da vida.

Para mulheres com histórico familiar da condição ou alterações genéticas, podem ser recomendadas estratégias mais específicas, como o aconselhamento genético e a cirurgia redutora de risco.

Manter um estilo de vida saudável, realizar consultas ginecológicas periódicas e estar atenta às mudanças no corpo são atitudes importantes para a detecção precoce e para a redução das chances de desenvolvimento da doença.

Uma das condições ginecológicas mais prevalentes, o câncer de ovário é silencioso, podendo afetar e causar sérias complicações à saúde da mulher se não for tratado corretamente.

O acompanhamento médico e a realização de exames são imprescindíveis para o diagnóstico e início da terapia em tempo oportuno, aumentando as possibilidades de controle do tumor e preservação da qualidade de vida.

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