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11.7.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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Houve um aumento da procura por psicólogos e psiquiatras, principalmente após a pandemia. Mesmo quem atua como médico generalista precisa saber quais são os antidepressivos mais vendidos, pois a falta de dados concretos sobre isso dificulta esse controle, o que torna essa situação bem desafiadora para a Medicina.
Em vista disso, vamos abordar o crescimento do consumo de remédios antidepressivos no país, explicar quais são os antidepressivos mais vendidos, como eles funcionam, quais são os prós e contras e para quais tipos de pacientes são indicados. Aproveite a leitura!
Dados de um estudo recente comprovam o crescimento da venda de antidepressivos nos últimos anos. Por isso, especialistas advertem quanto aos riscos que essa realidade representa: o aumento dos casos de transtornos mentais na população é uma grande preocupação de saúde pública.
Nas últimas décadas, as mudanças no estilo de vida remodelaram hábitos e costumes. Com isso, as pessoas estão cada vez mais aceleradas e cheias de preocupações com horários e compromissos. Tais alterações no estilo de vida contribuem para elevar os níveis de estresse e ansiedade.
Por conseguinte, cresce a procura de medicamentos antidepressivos para controlar os distúrbios emocionais resultantes desse processo. Uma das consequências dessas modificações é o aumento da comercialização de fármacos conhecidos como estabilizadores de humor: eles são os antidepressivos mais vendidos.
Com base nas referências acima e nas informações do Conselho Federal de Farmácia (CFF), destacamos as algumas estatísticas. Confira!
Com base nas projeções nacionais, a pesquisa revelou que:
Em termos globais, os dados alertam para as seguintes condições:
Com os impactos resultantes da pandemia, a venda de antidepressivos teve um aumento expressivo em todo o planeta. Com isso, houve um crescimento significativo no atendimento médico voltado para a atenção emocional, mesmo entre pessoas que não apresentavam diagnósticos prévios relacionados à saúde mental.
Segundo um relatório divulgado pelo Conselho Federal de Farmácia, cerca de 100 milhões de caixas de remédios controlados foram vendidos em 2020. Com os efeitos da pandemia sobre a saúde mental, percebeu-se um crescimento de 17% nas vendas quando comparado ao ano anterior.
Logo, há uma intrínseca relação entre os desafios impostos pelo coronavírus, os determinantes sociais de saúde e o aumento dos transtornos mentais. Nesse período, também aumentou o consumo de medicamentos que integram o grupo dos antidepressivos mais vendidos.
Dada à complexidade que envolve essa temática, o médico que atua como generalista precisa usar de critérios mais seletivos ao prescrever tais remédios. Em tese, a dependência de fármacos para controlar a instabilidade emocional e psíquica pode revelar questões bem mais profundas e que devem ser avaliadas num contexto mais amplo.
Para maior segurança do paciente e mais eficácia terapêutica, convém relembrar a ação dos antidepressivos e estabilizadores de humor. Mesmo que esses conteúdos sejam abordados durante a formação médica, nem sempre o generalista adquire experiência com tratamentos psiquiátricos na graduação.
Revisar alguns tópicos relativos a esses medicamentos, de forma geral, é importante para saber quando indicá-los e quais pacientes podem utilizá-los. De forma sucinta, os antidepressivos alteram a função dos mediadores químicos cerebrais.
Tais substâncias são produzidas pelo próprio organismo: a serotonina, por exemplo, é produzida nas plaquetas, no cérebro e nas células parietais do sistema digestivo. Esses neurotransmissores são responsáveis pela regulação do sono e também pelos estágios de humor.
Um dos neurotransmissores mais importantes é o Gaba — o ácido gama aminobutírico — que é produzido pelo sistema nervoso central. Os antidepressivos podem potencializar o papel do Gaba e, com isso, promover o relaxamento e o bem-estar do paciente.
Como essas substâncias podem ser moduladas pelos remédios antidepressivos, a maioria dos transtornos mentais pode ser tratados com a utilização desses fármacos. Assim, pessoas que apresentam sintomas relacionados à instabilidade mental podem alcançar significativa melhora e estabilizar sua condição emocional com esses tratamentos.
Apesar do avanço nas pesquisas médicas e científicas, ainda não há uma conclusão definitiva sobre a verdadeira causa dos transtornos mentais. Contudo, já existem alguns avanços que associam esses problemas com fatores genéticos, ambiente e motivação de ordem psicológica.
Assim sendo, é preciso ter cautela ao prescrever tais fármacos, haja vista a incerteza que ainda paira sobre a natureza dos desequilíbrios mentais. Outro ponto que merece atenção da classe médica é quanto ao risco de efeitos adversos, de produzir dependência e tolerância, mesmo quando falamos dos melhores antidepressivos do mercado.
Destacamos os casos em que esses remédios podem ser úteis, desde que sejam monitorados por um profissional capacitado. Observe:
Existem várias classes de antidepressivos. Entre os mais vendidos destacam-se os Antidepressivos Tricíclicos, os Benzodiazepínicos e os Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina (ISRS).
Na ordem decrescente de vendas, temos:
Às vezes, um medicamento pode ser mais prejudicial do que benéfico, razão pela qual é importante desconstruir a cultura da medicalização forçada e a qualquer custo. Tal prática também contribui para elevar o número de antidepressivos mais vendidos, muitas vezes, até de maneira descontrolada.
Portanto, conhecer a lista dos antidepressivos mais vendidos e usar cautela na hora de prescrevê-los é essencial. Nesse contexto, uma anamnese bem elaborada e a coleta de uma história clínica detalhada são fatores determinantes para a escolha da prescrição mais adequada. Ademais, priorizar o bem-estar do paciente e reduzir o risco de iatrogenias é essencial no trabalho médico.
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