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Vitiligo: causas e tratamentos

Vitiligo: causas e tratamentos

Por definição, o vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões surgem como manchas, que se formam devido à diminuição ou ausência de melanócitos.

Essa é uma temática interessante para os médicos generalistas que pretendem se especializar em Dermatologia. Em vista disso, a Educação Médica Afya desenvolveu este artigo com uma abordagem conceitual, apresentando informações valiosas sobre a doença. Aproveite a leitura!

O que é Vitiligo?

O vitiligo é uma doença cutânea de causa desconhecida, caracterizada pela perda dos melanócitos da epiderme e que ainda desafia os dermatologistas. Ela resulta em manchas brancas ou sem coloração que, frequentemente, crescem e se tornam confluentes.

A doença afeta pessoas de todas as raças, tendo um predomínio para a população de pele escura. A maioria dos casos têm história familiar da doença, sendo esse um caráter multifatorial e poligênico entre as causas do vitiligo.

Infere-se, ainda, que o vitiligo é uma doença de pele que pode estar associada a várias condições autoimunes. Destaca-se a associação mais comum com doenças da tireoide e, em certos grupos, ainda pode ter relação com problemas reumáticos.

A progressão dessa doença de pele é geralmente lenta e simétrica, iniciando nas áreas expostas à luz solar. As causas do vitiligo ainda não estão bem esclarecidas. No entanto, há hipóteses que defendem uma multiplicidade de fatores combinados. Os mais importantes são a herança genética, a raça e o histórico familiar.

Exemplos do Vitiligo em pacientes diversos

Vitiligo localizado nas mucosas e pelos.

Criança com vitiligo generalizado. Apesar da extensão do quadro, há uma boa resposta ao tratamento.

Vitiligo generalizado autoimune.

Vitiligo generalizado resistente ao tratamento, onde há indicação do uso de despigmentantes.

Diagnóstico diferencial

Várias doenças hipo ou despigmentantes podem ser muito semelhantes ao vitiligo, como micoses superficiais (tinea corporis) ou Hanseníase Indeterminada, geralmente representa um quadro inicial ainda indeterminado dessa doença.

Criança com dermatofitose hipocrômica simulando Vitiligo.

Criança portadora de Hanseníase Indeterminada. Forma inicial da doença com distúrbio de sensibilidade local da pele, alteração que não ocorre no vitiligo.

Criança com boa resposta ao tratamento do vitiligo, apresentando ilhotas de re-pigmentação. Paciente em uso de mini-pulsoterapia com corticosteroides sistêmicos e fototerapia com Bergapteno e exposição solar.

Sintomas predominantes

Segundo os dermatologistas, a maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam ter queixas de sensibilidade e de dor na área afetada.

A maior preocupação dos dermatologistas, no entanto, são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicoterapêutico, que pode ter efeitos bastante positivos na qualidade de vida dos pacientes com todos os tipos de vitiligo.

O estresse emocional é um fator desencadeante bem estabelecido. Podem ter formas de apresentação clínicas variadas. Inclusive, pode influenciar o surgimento da doença em outras partes do corpo, tais como mucosas oral e genital.

‍Patogênese do vitiligo

A patogênese da doença é decorrente de inúmeros fatores. A teoria mais aceita como causa da doença é a de um fenômeno autoimune no qual as células imunológicas, principalmente os linfócitos, destroem os melanócitos.

Os melanócitos são as células responsáveis pela produção de melanina e também por um mecanismo ainda pouco conhecido de estresse oxidativo. Nele, os próprios melanócitos são destruídos por uma alteração na melanina que eles mesmos produzem.

Essa doença da pele afeta tanto a estética como a saúde das pessoas. Logo, causa um grande impacto emocional na qualidade de vida dos pacientes. Muitos deles desenvolvem quadros de ansiedade e depressão associados à evolução do vitiligo. Muitas vezes, há necessidade de tratamento complementar e coadjuvante com psicólogos ou psiquiatras.

Como o vitiligo era tratado antigamente?

O tratamento do vitiligo tem evoluído ao longo do tempo, mas, antigamente, as opções eram bastante limitadas e nem sempre funcionavam. Alguns estudiosos até relacionavam a doença com a falta de vitamina D, mas essa teoria permanece inconclusiva.

Destacamos os métodos que foram utilizados no passado. Confira!

Psoraleno + luz ultravioleta (PUVA)

O psoraleno é uma substância que aumenta a sensibilidade da pele à luz, quando ela é exposta à luz ultravioleta. Mesmo que essa técnica tenha eficácia para alguns pacientes, ela também pode resultar efeitos adversos, como queimaduras e aumento do risco de câncer de pele. Atualmente, ela ainda é empregada.

Corticosteroides tópicos

Esses medicamentos foram usados para reduzir a inflamação e a despigmentação da pele afetada. No entanto, os resultados eram variáveis e o tratamento não era eficaz para todos os pacientes.

Implantes de melanócitos

Os melanócitos são células produtoras de pigmento, que são reduzidos no vititligo. Antes, eles eram transplantados para áreas afetadas. No entanto, a eficácia desse procedimento era incerta.

Cremes despigmentantes

Em alguns casos, esses cremes eram prescritos para uniformizar o tom de pele. Ao despigmentar as áreas normais, elas se assemelhavam às áreas afetadas pelo vitiligo. No entanto, isso não era uma alternativa muito utilizada pelos pacientes.

Cobertura cosmética

Algumas pessoas simplesmente optavam por usar maquiagem para cobrir as áreas afetadas pelo vitiligo. Essa alternativa não era curativa, mas apenas para amenizar os sinais estéticos da doença.

Quais foram as evoluções nos tratamentos do vitiligo?

Esses avanços têm proporcionado aos pacientes com vitiligo uma gama mais ampla de opções de tratamento, com mais eficácia e menor probabilidade de efeitos colaterais adversos em comparação com as abordagens anteriores.

No entanto, é importante lembrar que o tratamento do vitiligo continua sendo um desafio e que nem todas as terapias funcionam para todos os pacientes. Nos últimos anos, houve avanços significativos no tratamento do vitiligo. Listamos alguns dos desenvolvimentos mais importantes. Veja quais são!

Terapias imunomoduladoras

Medicamentos que modulam o sistema imunológico foram introduzidos para o tratamento do vitiligo. Isso inclui corticosteroides orais, tacrolimo tópico e pimecrolimo, que ajudam a suprimir a resposta autoimune que desencadeia o vitiligo.

Fototerapia com laser de excimer

Esse tipo de fototerapia utiliza um laser de excimer para administrar luz ultravioleta de banda estreita diretamente nas áreas afetadas. É mais focado e eficaz do que a fototerapia convencional, e pode ajudar a estimular a repigmentação da pele.

Transplante de melanócitos

As técnicas de transplante de melanócitos foram refinadas e aprimoradas. Isso inclui o transplante de melanócitos autólogos, no qual células produtoras de pigmento são retiradas de uma área não afetada do paciente e transplantadas para as áreas afetadas.

Há também o transplante de melanócitos culturados, em que os melanócitos são cultivados em laboratório antes do transplante.

Terapia de combinação

Algumas abordagens terapêuticas combinam diferentes métodos, como o uso de medicamentos imunomoduladores em conjunto com fototerapia, para aumentar a eficácia do tratamento.

Pesquisa genética e molecular

Avanços na compreensão dos mecanismos genéticos e moleculares por trás do vitiligo estão ajudando a orientar o desenvolvimento de novas terapias direcionadas, que visam corrigir os problemas subjacentes que levam à despigmentação.

Tratamentos cosméticos avançados

Além das opções médicas, houve avanços significativos em produtos cosméticos especializados para camuflar as áreas afetadas pelo vitiligo de forma natural e duradoura.

Formas de tratamento do vitiligo na atualidade

O tratamento é bastante eficaz na infância e principalmente nas formas localizadas, mas desanimador nas formas generalizadas e de longa evolução nos adultos. A terapêutica deve incluir vários aspectos, baseando-se na fisiopatologia da doença.

Ou seja, é um tratamento combinado no qual se tenta bloquear o aspecto autoimune de destruição dos melanócitos e que estimula os melanócitos remanescentes, para que produzam melanina.

Existem vários recursos de medicamentos e outros procedimentos que objetivam melhorar o quadro. Observe!

‍Terapia Sistêmica

O uso de terapia sistêmica para o vitiligo geralmente requer supervisão médica cuidadosa devido aos possíveis efeitos colaterais e à necessidade de monitoramento regular. A escolha do tratamento deve ser individualizada, com base na gravidade do quadro, na extensão das áreas afetadas e nos fatores de risco do paciente.

Esse método envolve o uso de medicamentos administrados oralmente ou por via intravenosa. Essa abordagem é uma boa opção quando outros tratamentos são impraticáveis.

Destacamos a seguir os medicamentos sistêmicos mais comumente usados para o controle do vitiligo.

Corticosteroides orais

Os corticosteroides são anti-inflamatórios potentes que podem ajudar a suprimir a resposta autoimune associada ao vitiligo. Eles podem ser utilizados para tratar vitiligo extenso ou progressivo.

Imunomoduladores

Medicamentos com substâncias como o tacrolimo e o pimecrolimo são usados na modulação da resposta imune. Esses fármacos ajudam a controlar a inflamação e a progressão do vitiligo.

Miticidas

Tratamentos que, originalmente, foram desenvolvidas para tratamento de outras condições, como a sarna, também se mostraram eficazes no tratamento do vitiligo. Um exemplo clássico é a ivermectina, que tem sido empregada devido aos seus potenciais efeitos repigmentantes.

Terapia biológica

Alguns medicamentos biológicos que visam componentes específicos do sistema imunológico foram investigados para o tratamento do vitiligo. Embora ainda estejam em fase de pesquisa, esses medicamentos se mostraram promissores em alguns estudos clínicos.

Terapia Cirúrgica por microenxertos cutâneos

Essa técnica envolve a transferência de pequenas áreas de pele saudável, geralmente retiradas de áreas do corpo, para os locais onde a pele é afetadas pelo vitiligo.

A técnica de microenxerto pode ser realizada de diferentes maneiras. Veja!

Enxerto de pele total

Pequenas porções de pele são removidas de uma área doadora e transplantadas para as áreas afetadas pelo vitiligo. Essa técnica é particularmente útil para pacientes com vitiligo estável, onde não há mais atividade da doença.

Enxerto de mini-enxertos ou punch

Pequenos fragmentos de pele saudável são removidos usando uma ferramenta chamada punch. Em seguida, são transplantados para as áreas afetadas. O resultado é satisfatório porque há uma distribuição mais uniforme da pigmentação na área afetada.

Enxerto de unidade folicular

Essa é uma técnica eficaz e também mais refinada: os enxertos contêm unidades foliculares completas, incluindo cabelo, glândulas sebáceas e músculos eretores do pêlo. Também são utilizados unidades de melanócitos. Esse tipo de enxerto tem sido mais comumente utilizado em vitiligo estável que afeta o couro cabeludo.

Gostou de conhecer um pouco mais sobre as causas e os tratamentos disponíveis para o controle do vitiligo?

Vale destacar, por fim, que não é possível prevenir ou reverter, por completo, o vitiligo. Contudo, há possibilidade de fazer o diagnóstico precoce e controlar a evolução da doença. Por meio das técnicas de enxerto, o paciente pode amenizar os efeitos da despigmentação e suavizar os efeitos da doença.

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