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15.7.2020
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Equipe Afya Educação Médica
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A tuberculose é uma doença uma doença contagiosa provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Atinge com força os pulmões e, quando não é devidamente tratada, pode provocar sérios problemas respiratórios, emagrecimento e fraqueza. Nos casos mais severos pode levar o paciente à óbito. Somente em 2018 foram registrados mais de 78 mil casos da doença no país, segundo o Ministério da Saúde.
A vacina mais eficaz contra a tuberculose é a BCG - Bacilo de Calmette e Guérin - indicada para crianças com menos de cinco anos, especialmente menores de um ano. Ela é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e serve para prevenção das formas mais graves de tuberculose: a tuberculose miliar e meníngea.
A primeira versão da BCG foi desenvolvida em 1921 por Léon Calmette e Alphonse Guérin, que deram nome ao composto. A vacina é produzida a partir de bacilos vivos obtidos por atenuação da microbactéria bovina mycobacterium bovis. Apesar de combater as formas mais graves da doença, como já mencionado, a BCG não evita a tuberculose pulmonar. Todavia se trata de uma importante medida sanitária para evitar focos da doença.
A vacina BCG deve ser aplicada via intradérmica no músculo inferior deltóide em dose única de 0,1ml, o mais precocemente possível a partir do nascimento do indivíduo, ainda na maternidade ou no primeiro comparecimento dos pais à uma unidade de saúde após o parto. A aplicação deve ser feita com cuidado e por pessoa capacitada para a tarefa.
Alguns dias após a administração da vacina no bebê é normal a formação de um nódulo no local da aplicação, condição que evolui para uma pústula, crosta e úlcera. Esta lesão, em geral, regride entre cinco e 12 semanas, podendo se prolongar por até 24 semanas, dando origem a uma pequena cicatriz.
A principal contraindicação da vacina BCG é a ocorrência de imunodeficiência congênita ou adquirida no indivíduo. A vacina deve ter sua aplicação adiada nas grávidas, nos recém-nascidos com menos de 2.000g - devido à dificuldade técnica de aplicação - e, ainda, quando há presença de afecções dermatológicas extensas no paciente que possibilitem a disseminação cutânea do bacilo.
Desde 2019 não é mais recomendado vacinar indivíduos que não tenham a cicatriz vacinal originada com a aplicação da vacina BCG. Isso se deve a uma decisão do Ministério da Saúde acerca de um mito de que a vacina contra tuberculose só surtiria efeito quando gerasse uma cicatriz braço. Portanto, mesmo sem cicatriz, o paciente deve ser considerado imunizado.
A recomendação para pacientes como bebês HIV positivos ou filhos de mães HIV positivos é a de que devem receber a vacina o mais rápido possível, sendo contraindicada para pacientes imunodeprimidos e sintomáticos. Já comunicantes de hanseníase devem ser vacinados com duas doses da vacina, aplicadas com intervalo de seis meses (considera-se a presença de cicatriz vacinal como primeira dose, sem considerar o tempo passado desde a aplicação da vacina).
A tuberculose é uma doença altamente contagiosa transmitida de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de tosse, espirro ou fala. Os principais sintomas são febre ao final do dia, tosse, fraqueza, cansaço e perda de peso. A vacina é o único tipo de imunização contra a doença.
A prevenção da tuberculose começa com a medida sanitária da vacinação. Além disso, por se tratar de uma doença altamente contagiosa transmitida por gotículas, valem todas as medidas de higiene já conhecidas dos pacientes: higienização regular das mãos, superfícies, evitar contato das mãos com áreas do corpo com mucosa, contato com pessoas contaminadas e o isolamento do indivíduo contaminado.
No caso de contaminação, é necessário rastrear todas as pessoas que tiveram contato com o indivíduo com a doença para que sejam avaliadas, de modo a identificar a infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis, o que permite estabelecer medidas de precaução para o desenvolvimento de tuberculose ativa para prevenir o adoecimento.
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