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26.5.2021
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Equipe Afya Educação Médica
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O autismo é um transtorno neurológico caracterizado pelo déficit na comunicação social e/ou de interação social, por exemplo, nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional dos indivíduos com outras pessoas e o meio.
O transtorno foi descrito pela primeira vez pelo médico suíço Eugen Bleuler em 1908 para se referir a pacientes esquizofrênicos severamente retraídos. Desde então, o transtorno do espectro autista tem sido estudado em profundidade pela comunidade médica e psicoterapêutica mundial, com enormes avanços e descobertas.
Indivíduos autistas podem apresentar padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos, hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Esses pacientes compartilham das mesmas dificuldades com intensidades diferentes, resultando em um estilo de vida e comportamentos bem particulares de cada pessoa austista.
Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e bebês, os transtornos autistas são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.
Oficialmente conhecido como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, o termo busca descrever uma série de desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento da pessoa ou a partir dos primeiros anos da infância.Fazem parte do espectro autista:
A pandemia da Covid-19 alterou significativamente a vida e a rotina de todas as pessoas no mundo. As mudanças bruscas desencadeadas pelas medidas de contenção da doença, como o isolamento social, o uso de máscaras, a limpeza frequente das mãos com álcool em gel, a clausura domiciliar e as aulas remotas influenciam no estado de saúde do indivíduo autista.
Há relatos de perda de sono pelos pacientes, aumento de ansiedade, crises de irritabilidade, além do prejuízo na terapia como parte do tratamento. Fatores externos, como a perda de emprego ou insegurança financeira dos pais e cuidadores, por exemplo, também influenciam na qualidade de vida dessas pessoas.
Contudo, nem todas as pessoas autistas encaram a pandemia de forma tão negativa. Ao longo do último ano, alguns pacientes indicaram melhora na qualidade de vida, apontado principalmente por conta do isolamento, que gera menos desconfortos sociais entre alguns autistas.
O autismo não tem cura. O tratamento para autismo consiste em um acompanhamento com diversas abordagens terapêuticas, bem como a via medicamentosa, que visam melhorar aspectos da vida social e dar autonomia aos indivíduos. O paciente deve ser acompanhado ao longo de toda a vida por uma equipe multidisciplinar, com médicos psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, pedagogos e professores.
As abordagens terapêuticas são importantes para melhorar a qualidade de vida do paciente, principalmente em setores como a comunicação, a concentração, para conter ou substituir as estereotipias problemáticas, comuns em alguns pacientes, por outras mais saudáveis, além de ajudar a lidar com outras possíveis condições associadas. Durante a pandemia da Covid-19, o acompanhamento terapêutico deve observar as mudanças de rotina impostas pelas medidas de enfrentamento.
Medicamentos só são prescritos na presença de agressividade e de outras doenças paralelas, como depressão e ansiedade.
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