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5.10.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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A cada dia, inúmeras vidas são salvas e transformadas no Brasil graças a um ato de generosidade e solidariedade: a doação de órgãos. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no primeiro semestre de 2023 foram realizados 97 transplantes de coração no Brasil. O órgão foi o terceiro mais transplantado, atrás dos rins (1.360) e do fígado (524).
O debate sobre transplantes de coração (e de outros órgãos) ganhou destaque com o caso do apresentador Fausto Silva, o Faustão, que foi internado em São Paulo por causa de um quadro de insuficiência cardíaca. No entanto, a falta de informação e o preconceito ainda são responsáveis por limitar o procedimento, impedindo que inúmeras vidas sejam salvas.
Pensando nisso, elaboramos este artigo para abordar o panorama das doações de órgãos no país, com um foco em transplantes cardíacos. Acompanhe a leitura e saiba mais!
Conhecer o cenário da doação de órgãos no país é essencial para promover a conscientização da população e a recuperação da saúde dos pacientes que aguardam esse gesto de solidariedade. Para isso, a campanha "Setembro Verde" tem um papel determinante para trazer o tema para discussão e disponibilizar informações adequadas a todos.
Estima-se que, em 2022, o país realizou mais de 22 mil transplantes de órgãos, de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). No ano anterior, foram feitos mais de 23,5 mil procedimentos, desse total, cerca de 4,8 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão, entre outros.
Os dados apontam que o Brasil é referência mundial em doação e transplantes de órgãos, que é garantido de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por financiar e realizar mais de 88% de todos os transplantes do país.
Vale lembrar que o tempo de espera gira em torno de 6 meses para quem necessita de um coração, por exemplo, e pode ultrapassar 1 ano e meio para quem precisa de um rim. Porém, as projeções de doações de 2023 mostram que o ano pode registrar o maior número de transplantes na história, reduzindo o tempo de espera dos pacientes.
De modo geral, o processo de transplante de órgãos e de tecidos não é simples. Resumidamente, acontece dessa forma: uma pessoa que apresenta uma doença grave e necessita receber um órgão saudável, que pode vir de um doador ainda vivo (dependendo do órgão) ou já falecido.
Para que isso seja possível, o paciente deve ser cadastrado em uma lista de espera, unificada e informatizada, gerenciada pela Central Nacional de Transplantes, que é associada ao Ministério da Saúde.
Os órgãos doados vão para pacientes que precisam de um transplante e já estão aguardando na lista de espera. A posição na lista é determinada por critérios técnicos como urgência do procedimento, compatibilidade sanguínea, porte físico e distância geográfica.
A seguir, confira algumas dúvidas comuns sobre esse processo, em especial o transplante de coração!
O transplante é indicado para pacientes que enfrentam quadros graves que não podem mais ser tratados com terapias, medicamentos ou procedimentos menos invasivos.
No caso do cardíaco, por exemplo, é indicado quando o paciente apresenta problemas cardiovasculares, como:
Vale destacar que nem todos os pacientes que atendem a esses critérios podem ser submetidos ao transplante, uma vez que existem procedimentos rigorosos de listagem que devem ser avaliados minuciosamente por uma equipe multidisciplinar.
Qualquer pessoa com diagnóstico definitivo de morte cerebral pode ser doadora de órgãos, desde que não seja diagnosticado com doenças transmissíveis, infecções graves e câncer generalizado.
Portanto, a retirada de órgãos de pessoas falecidas só é realizada quando há a constatação de morte encefálica do paciente por dois médicos, além de autorização de um familiar mais próximo. As condições são definidas em lei e nenhum hospital pode realizar o procedimento sem seguir os critérios.
Diversos fatores podem determinar em que momento o paciente receberá um órgão doado, como o tempo de espera, a gravidade da doença, o tipo sanguíneo, a compatibilidade genética entre paciente e doador e outras informações médicas importantes que são levadas em conta, como peso e altura das pessoas e o tamanho do órgão, por causa do tamanho da caixa torácica do paciente.
É importante ressaltar que o processo para receber o órgão é feito por um programa de computador seguro que impede fraudes. Portanto, a questão financeira nunca é fator decisivo.
O paciente transplantado precisa manter uma rotina de acompanhamento médico periodicamente com sua equipe assistencial, além de realizar exames de sangue e outros testes laboratoriais e fazer uso constante de medicações imunossupressoras.
Além disso, o paciente deve adotar cuidados como qualquer outra pessoa: ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos com regularidade e realizar acompanhamento médico.
Recentemente, o apresentador Fausto Silva passou por uma cirurgia de transplante de coração, após ter sido priorizado na fila de espera em razão de seu estado grave de saúde. Com menos de um mês na lista de espera, Faustão recebeu prioridade na fila de transplante por estar em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração – fatores considerados emergenciais.
Além dos critérios de compatibilidade, a prioridade do procedimento é organizada da seguinte forma:
Olhando para o futuro, as projeções do transplante de coração são promissoras. Com avanços tecnológicos e aprimoramento das políticas de saúde, espera-se um aumento nos procedimentos e uma maior eficácia, permitindo que mais pessoas recebam órgãos. Além disso, a conscientização sobre a importância da doação de órgãos está crescendo, e a sociedade tem se tornado mais solidária a cada dia.
O transplante de coração oferece uma nova chance de vida
A técnica de transplante do coração vem avançando cada vez mais no Brasil, tornando o prognóstico dos pacientes receptores mais favorável e transformando o processo em uma realidade que salva inúmeras vidas. No entanto, há muito trabalho a ser feito para superar os desafios da doação de órgãos e melhorar o acesso a essa intervenção.
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