Escrito por
Publicado em
1.3.2022
Escrito por
Equipe Afya Educação Médica
minutos
A necessidade de inovar e apresentar soluções tecnológicas é uma realidade imposta pelo modelo de sociedade no qual vivemos. Logo, na área da saúde não poderia ser diferente, como mostra a TIC Saúde 2021 – pesquisa destinada a investigar a adoção e uso das tecnologias de informação (TIC) nos estabelecimentos de saúde do país.
Entretanto, se por um lado quando falamos em tecnologia em saúde o pensamento nos leva a imaginar tecnologias vestíveis; monitoramento a distância; uso de inteligência artificial e de robôs em cirurgias, por outro lado, a pesquisa nos mostra que a realidade no Brasil ainda está bem distante disso.
Segundo dados da TIC Saúde 2021, 6% dos estabelecimentos públicos de saúde do país não contam com infraestrutura básica de tecnologia em informação, como acesso à computador e à internet. Ou seja, não são informatizados.
Leia também: Wearables: como o médico conhece seu paciente com a IoT?
Como se sabe, as UBSs são a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS) na maior parte das vezes. Mas a digitalização ainda não está 100% presente nesta estrutura importante da Atenção Básica em Saúde. De acordo com o TIC Saúde 2021, em 2021, 94% das UBSs tinham computador e 92% acessavam a internet.
Muitas delas, no entanto, de maneira precária, já que em 41% dos estabelecimentos a velocidade era de no máximo 10Mbps. Por outro lado, o uso de sistemas de saúde eletrônicos teve um crescimento significativo, passando de 78% em 2019 para 89% das UBSs em 2021.
Ainda de acordo com o relatório, o avanço de digitalização dos sistemas para registro de informações foi fundamental para o monitoramento epidemiológico durante a crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus. Veja outras funcionalidades dos sistemas eletrônicos presentes nas UBSs:
Leia também: Medicina moderna: 5 tecnologias que vão impactar a medicina em 2022
A pandemia também modificou o modo como os profissionais passaram a acessar a informação e seus pares. Entre a edição de 2019 e a do ano passado, o percentual de interação com equipes médicas via internet passou de 9% para 15%.
O uso da telessaúde também teve impacto em outras áreas. No caso do monitoramento remoto, viável depois da permissão do uso da telemedicina no país, o índice foi de 30%. Já o percentual de pacientes que se consultaram por meio de teleconsulta atingiu 14% nas UBSs.
Ainda considerando as UBSs e, desta vez, falando da oferta ao usuário, os percentuais de unidades que prestaram serviços a pacientes via internet foram:
A novidade desta edição da pesquisa foi a criação de um novo módulo que avaliou a adoção e uso de ferramentas que possam contribuir para o aprimoramento dos processos clínicos, governança e gestão em saúde.
Nesse contexto, o Big Data – dados coletados e tratados de modo a oferecer insights criados pelo cruzamento de informações – se torna um aliado importante. No entanto, do universo total de estabelecimentos pesquisados, 4% (4.264) fizeram análise do Big Data.
A maioria, no entanto, no setor privado (3.633 estabelecimentos). A tendência, a partir das próximas pesquisas, é de que esse campo se torne cada vez mais relevante já que existe uma grande expectativa para que instituições de saúde organizem o volume de informações a que têm acesso sobre seus pacientes e as utilize para fazer uma gestão eficiente dos recursos de saúde.
Outro ponto importante é o de informações que possam orientar a necessidade de estudos clínicos em populações, por exemplo.
Pode interessar: Gestão em saúde: desafios e oportunidades para médicos e demais profissionais da saúde.
Gostou desse conteúdo? Leia outros similares em nosso blog.