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26.4.2018
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Equipe Afya Educação Médica
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A relação com os pacientes dentro da medicina é bastante complexa, pois essa é uma área multifatorial e que conta com um componente ético que não pode ser desprezado sob nenhuma hipótese. Dentro desse contexto, analisar e descobrir se existe uma duração ideal para o tempo de consulta médica é algo extremamente importante.
O fato é que esse é um tema muito controverso, que envolve um debate que inclui não apenas a disponibilidade do profissional, como também a saúde dos pacientes, o nosso sistema de saúde e o estilo de vida moderno.
Você também vivencia esse dilema? Então, não deixe de conferir o post de hoje!
O primeiro passo para analisar a duração ideal do tempo de consulta médica é saber o que o Conselho Federal de Medicina (CFM), que é o órgão que normatiza e regula a atuação do profissional médico no Brasil, tem a dizer sobre o assunto. O mais interessante desse ponto é que as normas sobre o tema mudaram e existem disposições bastante recentes sobre o assunto.
Isso não poderia ser diferente, pois a medicina está em constante evolução, assim como a sociedade e a própria relação entre médico e paciente. Além disso, os processos diagnósticos já não são mais os mesmos. Existe a necessidade de considerar ainda a responsabilidade dos gestores da saúde sobre os problemas existentes, como a falta de estrutura do sistema.
Sobre o tempo de consulta, a regra diz que o médico deve usar o período necessário para a perfeita execução de todas as modalidades do atendimento, como anamnese e exame físico, diagnóstico, prescrição e conduta. Sendo assim, o CFM determina que não é da competência de nenhum órgão a determinação da duração.
É evidente que a impossibilidade de realizar uma consulta mais demorada ocorre, sobretudo, pela imensa demanda e pelo grande número de pacientes e problemas que um médico tem que lidar nos dias de hoje, seja ele um clínico no ambulatório, um cardiologista em seu consultório ou um pediatra no hospital, por exemplo.
No entanto, todos esses profissionais, por mais excelência que tenham em sua formação e em sua atuação, ficam mais sujeitos ao erro nesse tipo de realidade. A pressa pode, entre outros problemas, induzir um médico a somente atenuar os sintomas sem tratar adequadamente as possíveis doenças ou o quadro geral do indivíduo.
É fundamental, entre outras atitudes, fazer de tudo para não cair na tentação de se tornar um mero "repetidor de receitas". O caminho mais indicado é, diante desse cenário desafiador, buscar ser um médico com visão holística, que possa seguir todas as etapas necessárias para cumprir com maestria a sua função e oferecer o melhor para seus pacientes.
Outro risco evidente é o paciente sair do consultório sem compreender bem o diagnóstico ou, pior ainda, sem entender o uso adequado da medicação prescrita pelo profissional. Infelizmente, segundo a Organização Mundial da Saúde, muitos remédios são usados de maneira inadequada, minimizando ou até mesmo invalidando a sua eficácia.
Vale lembrar, também, que um profissional que faça um diagnóstico apressado e errôneo terá que responder por esse ato e, muitas vezes, a justiça ou a opinião pública não levarão em conta todo o trabalho, a estafa, o número de atendimentos, o caos na área da saúde e outras características inerentes ao nosso sistema.
Como o próprio CFM não estipula um período mínimo a ser seguido e refere que é o próprio profissional quem deve fazer essa definição, de acordo com o quadro clínico, o bom senso do médico é imprescindível para atender às necessidades daquele paciente. É preciso examiná-lo, estabelecer o diagnóstico, a prescrição e a conduta adequada.
O Manual de Auditoria de Atenção Básica do Ministério da Saúde, por sua vez, faz uma sugestão que costuma ser tomada como uma espécie de referência sobre esse tema na rede pública, orientando que o tempo médio de 15 minutos é aceitável. No entanto, vale lembrar que o CFM não corrobora com essa decisão, como já foi mencionado ao longo deste post.
Embora, em linhas gerais, seja considerado como tempo de consulta apenas o momento em que o paciente está no interior do consultório com o médico, o fato é que a equipe multidisciplinar pode ajudar bastante nas mais diversas situações e especialidades, desde a pediatria até a geriatria.
No atendimento primário da rede pública, por exemplo, o papel dos agentes comunitários de saúde é primordial e eles são a porta de entrada para instituições, como as clínicas de família.
Até mesmo na rede particular isso é importante, tendo a secretária como uma mediadora. Por meio dela, é possível que o público tire dúvidas gerais, seja em relação ao agendamento ou até sobre aspectos práticos da receita passada pelo profissional, por exemplo.
Tenha em mente que a construção de uma boa relação entre médico e paciente pode ser de grande valia para um resultado satisfatório para todas as partes. Você, ao pavimentar essa parceria, pode solicitar que ele lembre-se adequadamente do início dos sintomas e que mencione tudo o que está sentindo.
Listar corretamente as medicações utilizadas anteriormente e ter consigo os exames já realizados, por sua vez, contribui bastante para um diagnóstico correto. A pontualidade também é imprescindível, pois um atraso no começo do dia, por exemplo, pode prejudicar todos os atendimentos subsequentes.
Diante de tudo o que foi exposto, podemos concluir que a duração ideal da consulta médica vai depender de diversos fatores e não apenas do médico. Muitas vezes, ele pode estar completamente disposto a fazer o melhor exame físico e uma anamnese brilhante, mas não terá essa possibilidade por conta de exigências do sistema.
O bom senso, portanto, surge como o fator essencial para ter sucesso nessa empreitada. É preciso conhecer os seus limites, estipular parâmetros e, quando necessário, aumentar o intervalo entre o agendamento de um atendimento e o seguinte. Assim, o profissional será capaz de atender a todos os seus pacientes com a devida atenção e qualidade que eles esperam.
E agora, ficou mais seguro para estipular a duração ideal do tempo de consulta médica? Gostou deste conteúdo? Então, confira nosso artigo sobre como otimizar a sua rotina!