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8.7.2020
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Os últimos anos têm sido marcados por transformações importantes na área da saúde, em especialno uso da tecnologia na medicina. Tecnologias como a inteligência artificial, aparelhos eletrônicos vestíveis com sensores conectados à internet (IoT), big data, computação em nuvem e engenharia genética estão avançando em nível acelerado e são cada vez mais utilizadas por instituições de saúde e médicos especialista. O uso destas tecnologias pode viabilizar o escalonamento do acesso à saúde, reduzir custos e o desenvolvimento de novos tratamentos.
Em artigo recente, os autores Bertalan Mésko e EricTopol, do site Medical Futurist, especializado em artigos sobre inovação na área médica, avaliam que o progresso de tecnologias vão impactar de forma irreversível a medicina em muitas especialidades. Descubra agora quais são as grandes inovações tecnológicas que estão mudando a prática da medicina e suas especialidades:
Equipamentos eletrônicos chamados de “vestíveis”, do inglês wearable, como os smartwatches, braceletes eletrônicos e outros aparelhos digitais são equipados com sensores que podem fazer medições diversas, como batimentos cardíacos, pressão arterial, glicemia, oximetria. Os pequenos aparelhos são conectados à internet e podem transmitir os dados, uma tendência chamada de internet of things (IoF). As medições do usuário são enviadas via internet e armazenadas em servidores ao redor do mundo, também chamados de nuvem.
Com os dados armazenados na internet, especialistas da área médica podem acompanhar remotamente as medições, verificar alterações nos pacientes que sugerem problemas de saúde e pedir uma investigação mais aprofundada.
A tecnologia dos aparelhos vestíveis beneficia o trabalho de profissionais como médicos da família, obstetras, ginecologistas, cardiologistas. As informações armazenadas na nuvem podem ainda ser agregadas a outros dados de milhões de pessoas ao redor do mundo, gerando o que é chamado de big data, um imenso banco de dados online. Médicos e pesquisadores podem solicitar acesso a esses dados para fazer pesquisas, traçar perfis de saúde populacional, desenvolver tratamentos, entre outras utilizações.
A evolução da tecnologia de inteligência artificial (AI) tem permitido a automatização de diversos processos na medicina. Hoje a AI é possível devido aumento da capacidade de processamento de supercomputadores como o Watson, da empresa americana IBM. A máquina permite a execução de algoritmos computacionais baseados em técnicas chamadas de deep learning, em que o computador vasculha e analisa big data produzidos em estudos médicos, aparelhos vestíveis, bases genéticas, casos clínicos.
A AI identifica e compara dados, traça padrões e tendências, informações estas que podem servir a pesquisadores e demais profissionais da área médica. É o que acontece em áreas como a medicina diagnóstica e a Radiologia. Os médicos podem utilizar a inteligência artificial para fazer a análise de dados e imagens diagnósticas, voltando sua atenção para a solução de problemas e novos tratamentos.
Os médicos também podem reduzir sua presença na ponta, analisando imagens, para ajudar programadores a aperfeiçoar os algoritmos computacionais ao longo do tempo. A automatização permitida pela AI tende a reduzir erros e aumentar a velocidade de diagnósticos.
Embora ainda exista um longo debate ético pela frente sobre o tema, a engenharia genética já é uma realidade. Um exemplo de destaque é a técnica conhecida como CRISPR. Ela permite o mapeamento, sequenciamento, seleção e edição genoma, com usos muito diversos e até controversos. O CRISPR já permite, por exemplo, que pais e mães escolham características físicas dos filhos como a cor do cabelo, dos olhos e sexo. Possibilita, também, características genéticas que favorecem o aparecimento de problemas de saúde graves como cânceres e doenças degenerativas sejam alteradas de modo que não se desenvolvam ao longo da vida do indivíduo. Todas essas questões passam, fundamentalmente, pela atuação presente de médicos como geneticistas, obstetras e ginecologistas.
Além do CRISPR, o desenvolvimento de novas técnicas de sequenciamento genético na medicina possibilitam a identificação de genes ligados a doenças graves, o que permite tratamentos precoces e personalizados de acordo com o perfil genético do paciente.
Somada à tecnologia da computação em nuvem e big data, a pesquisa genética viabiliza a análise de milhões de estudos científicos, dados e casos clínicos para o desenvolvimento de novos tratamentos e, potencialmente, a cura de muitas doenças. Oportunidade para a atuação de oncologistas, geneticistas e demais profissionais da área de pesquisa médica e atendimento clínico.
A popularização da internet doméstica e móvel, bem como o aumento na velocidade de transmissão de dados, torna possível a prática da telemedicina. Por meio de consultas online por videochamadas, médicos conseguem atender pacientes em regiões remotas, fazer mais atendimentos por dia e reduzir o custo das consultas. Em meio à pandemia do Coronavírus, a prática foi autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Enquanto esse modelo engatinha no Brasil, nos EUA e na Europa ela é largamente utilizada na rede pública e privada.
A telemedicina viabiliza um modelo de negócio conhecido como uberização, que tem origem na empresa de serviços de transporte Uber. Médicos de diversas especialidades podem oferecer seus serviços a empresas privadas de saúde que, por meio de aplicativos de celular, repassam aos pacientes os profissionais de saúde disponíveis para consultas online em tempo real. Que outras tecnologias você conhece que podem impactar a medicina?