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15.3.2021
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Equipe Afya Educação Médica
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A sepse neonatal é uma grave intercorrência do período após o nascimento do bebê. Trata-se de uma causa importante de morbidade e mortalidade entre recém-nascidos, especialmente aqueles com algum fator de risco. Conheça melhor o quadro, os sintomas e possíveis tratamentos disponíveis hoje.
A sepse neonatal é um conjunto de sinais e sintomas resultado de um quadro de infecção e/ou isolamento de um patógeno no sangue de um recém-nascido, com pelo menos até 28 dias de vida. A sepse neonatal é dividida em precoce e tardia. Embora existam definições diferentes quanto ao tempo exato desta divisão, geralmente a sepse neonatal precoce é definida como aquela que ocorre nas primeiras 48 a 72 horas de vida e está relacionada a fatores pré-natais maternos e do periparto.
A exceção para sepse neonatal precoce é a sepse neonatal causada pelo Streptococcus agalactiae, que, embora seja de etiologia perinatal, pode surgir nos primeiros 7 dias de vida.A sepse neonatal tardia geralmente ocorre após as primeiras 48 a 72 horas de vida e está relacionada a fatores pós-natais como, por exemplo, procedimentos invasivos em UTI neonatal e transmissão horizontal por meio das mãos dos profissionais de saúde que entraram em contato com o bebê.
Os microorganismos mais comuns que causam a sepse são esses:
Os sintomas da sepse neonatal podem ser muito diferentes para cada agente etiológico causador do quadro. Eles podem e incluir:
O diagnóstico é clínico e deve ser realizado a partir do isolamento da bactéria patogênica por hemocultura, um exame muitas vezes demorado, mas considerado ideal. Neste meio tempo é possível que o médico solicite outros exames que corroborem ou afastem a suspeita diagnóstica, por exemplo com hemograma completo, análise de plaquetas, urocultura, líquor, PCR, glicose, eletrólitos, entre outros.
O tratamento consiste em medidas de suporte ao recém-nascido e na introdução do antibiótico assim que seja reconhecida a suspeita diagnóstica e a coleta dos exames.Para a sepse neonatal precoce, o tratamento específico é a associação de ampicilina e um aminoglicosídeo (geralmente gentamicina), que cobrem os patógenos envolvidos neste período.
Já na sepse neonatal tardia a cobertura da antibioticoterapia deve ser direcionada aos organismos relacionados às infecções hospitalares adquiridas, incluindo S. aureus, S. epidermidis e espécies de Pseudomonas, ou especificamente os patógenos encontrados naquele serviço em questão. Usualmente, dentre os antibióticos utilizados, estão vancomicina, cefalosporinas (exceto ceftriaxona, pois aumenta o risco de kernicterus) e/ou aminoglicosídeos.
Um fator de risco muito importante para a possibilidade de o recém-nascido evoluir com sepse precoce é a prematuridade e peso muito baixo do recém-nascido. Outro fator de risco é a presença de mãe portadora de estreptococo do grupo B (triagem na gestação), sem profilaxia intraparto ou com profilaxia incompleta.
Dessa forma, é importante citar aqui as indicações e também as situações em que a profilaxia para este patógeno não estão indicadas, conforme quadro a seguir:
FONTE: Adaptado do Tratado da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017. Se o recém-nascido tem sinais de sepse neonatal, a antibioticoterapia empírica deve ser iniciada. Já nos casos em que não há sinais de sepse e a mãe apresenta sinais de corioamnionite, também deve ser iniciada a terapia antibiótica. Nos casos em que não há sinais de sepse neonatal e a mãe não apresenta sinais de corioamnionite, a conduta vai depender da profilaxia indicada para a mãe:
Você já teve que lidar com uma sepse neonatal na sua rotina como médico?
Artigo escrito originalmente pela Professora Sabrina Gois. Sabrina é formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, fez Residência Médica em pediatria no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, possui título de especialista em pediatria, pós-graduação em homeopatia pela Associação Paulista de Homeopatia, título de especialista em homeopatia e é preceptora dos residentes de pediatria do Hospital Infantil Cândido Fontoura em atendimento em Unidade Básica de Saúde.