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Sepse neonatal: o que é, sintomas e tratamentos

Sepse neonatal: o que é, sintomas e tratamentos

A sepse neonatal é uma grave intercorrência do período após o nascimento do bebê. Trata-se de uma causa importante de morbidade e mortalidade entre recém-nascidos, especialmente aqueles com algum fator de risco. Conheça melhor o quadro, os sintomas e possíveis tratamentos disponíveis hoje.

O que é sepse neonatal?

A sepse neonatal é um conjunto de sinais e sintomas resultado de um quadro de infecção e/ou isolamento de um patógeno no sangue de um recém-nascido, com pelo menos até 28 dias de vida. A sepse neonatal é dividida em precoce e tardia. Embora existam definições diferentes quanto ao tempo exato desta divisão, geralmente a sepse neonatal precoce é definida como aquela que ocorre nas primeiras 48 a 72 horas de vida e está relacionada a fatores pré-natais maternos e do periparto.

A exceção para sepse neonatal precoce é a sepse neonatal causada pelo Streptococcus agalactiae, que, embora seja de etiologia perinatal, pode surgir nos primeiros 7 dias de vida.A sepse neonatal tardia geralmente ocorre após as primeiras 48 a 72 horas de vida e está relacionada a fatores pós-natais como, por exemplo, procedimentos invasivos em UTI neonatal e transmissão horizontal por meio das mãos dos profissionais de saúde que entraram em contato com o bebê.

Os microorganismos mais comuns que causam a sepse são esses:

Microorganismos que causam sepse neonatal
Microorganismos que causam sepse neonatal

Sintomas da sepse neonatal

Os sintomas da sepse neonatal podem ser muito diferentes para cada agente etiológico causador do quadro. Eles podem e incluir:

  • Estase gástrica
  • Instabilidade da temperatura,
  • Hipotermia
  • Taquipnéia
  • Apnéia
  • Abaulamento de fontanela
  • Convulsões
  • Hipoatividade
  • Vômitos
  • Queda da saturação de oxigênio
  • Hipotensão arterial
  • Má perfusão e hipotonia, entre outros.

Diagnóstico para a sepse neonatal

O diagnóstico é clínico e deve ser realizado a partir  do isolamento da bactéria patogênica por hemocultura, um exame muitas vezes demorado, mas considerado ideal. Neste meio tempo é possível que o médico solicite outros exames que corroborem ou afastem a suspeita diagnóstica, por exemplo com hemograma completo, análise de plaquetas, urocultura, líquor, PCR, glicose, eletrólitos, entre outros.

Tratamento para a sepse neonatal

O tratamento consiste em medidas de suporte ao recém-nascido e na introdução do antibiótico assim que seja reconhecida a suspeita diagnóstica e a coleta dos exames.Para a sepse neonatal precoce, o tratamento específico é a associação de ampicilina e um aminoglicosídeo (geralmente gentamicina), que cobrem os patógenos envolvidos neste período.

Já na sepse neonatal tardia a cobertura da antibioticoterapia deve ser direcionada aos organismos relacionados às infecções hospitalares adquiridas, incluindo S. aureus, S. epidermidis e espécies de Pseudomonas, ou especificamente os patógenos encontrados naquele serviço em questão. Usualmente, dentre os antibióticos utilizados, estão vancomicina, cefalosporinas (exceto ceftriaxona, pois aumenta o risco de kernicterus) e/ou aminoglicosídeos.

Sepse neonatal e profilaxia para Estreptococo do grupo B (EGB)

Um fator de risco muito importante para a possibilidade de o recém-nascido evoluir com sepse precoce é a prematuridade e peso muito baixo do recém-nascido. Outro fator de risco é a presença de mãe portadora de estreptococo do grupo B (triagem na gestação), sem profilaxia intraparto ou com profilaxia incompleta.

Dessa forma, é importante citar aqui as indicações e também as situações em que a profilaxia para este patógeno não estão indicadas, conforme quadro a seguir:

FONTE: Adaptado do Tratado da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017.

FONTE: Adaptado do Tratado da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017. Se o recém-nascido tem sinais de sepse neonatal, a antibioticoterapia empírica deve ser iniciada. Já nos casos em que não há sinais de sepse e a mãe apresenta sinais de corioamnionite, também deve ser iniciada a terapia antibiótica. Nos casos em que não há sinais de sepse neonatal e a mãe não apresenta sinais de corioamnionite, a conduta vai depender da profilaxia indicada para a mãe:

  • Se a mãe não tem sinais de corioamnionite e havia indicação de profilaxia, o recém-nascido deve ser observado por pelo menos 48 horas;
  • Se a mãe não tem sinais de corioamnionite e também não havia indicação de profilaxia, a orientação é que somente sejam realizados os cuidados de rotina, sem obrigatoriedade de observação por 48 horas caso o neonato não tenha outros impedimentos para a alta médica.

Você já teve que lidar com uma sepse neonatal na sua rotina como médico?

Artigo escrito originalmente pela Professora Sabrina Gois. Sabrina é formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, fez Residência Médica em pediatria no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, possui título de especialista em pediatria, pós-graduação em homeopatia pela Associação Paulista de Homeopatia, título de especialista em homeopatia e é preceptora dos residentes de pediatria do Hospital Infantil Cândido Fontoura em atendimento em Unidade Básica de Saúde.