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21.4.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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Seja pelos maus hábitos alimentares ou menor necessidade de exercícios físicos ao longo do dia, é grande o número de pessoas que têm sofrido com a obesidade. Segundo o Ministério da Saúde, mais da metade dos adultos apresentam excesso de peso no Brasil.
Este cenário tem levado muitas dessas pessoas a recorrerem aos medicamentos para emagrecer. Muitos deles envolvem a substância semaglutida, que também é usada para tratamento de diabetes tipo 2.
Nessa leitura, você vai entender como organizações como a OMS classificam a obesidade e porque ela tem aumentado, além de descobrir tudo sobre a semaglutida, seus efeitos no organismo e que cuidados os profissionais da área médica precisam ter para receitar essa substância. Confira!
De forma simples, podemos definir obesidade como um quadro clínico que envolve o acúmulo de gordura no corpo, refletindo uma ingestão calórica maior do que a necessidade do organismo e de sua capacidade de utilizar essa energia.
A obesidade costuma ser diagnosticada por meio de uma conta simples de índice de massa corporal, também chamado de IMC. Para calcular seu IMC, basta dividir o peso pela altura ao quadrado. Ou seja, uma pessoa que pesa 110 quilos e mede 1 metro e oitenta tem um IMC de 33.9, já que 1,80 vezes 1,80 é 3,24, e 110 dividido por 3,24 é 33,9. A classificação de IMC é a seguinte:
Em nosso exemplo, uma pessoa com o IMC 33,9 já seria considerada obesa. Embora a avaliação de um profissional seja sempre o melhor caminho, o resultado de IMC é considerado uma classificação oficial e muito útil.
A maioria dos especialistas concorda que a epidemia de obesidade no Brasil está ligada principalmente a dois fatores: por um lado, um aumento na ingestão de alimentos calóricos gordurosos e ultraprocessados e a diminuição de atividades físicas saudáveis.
Graças a um estilo de vida mais agitado e que não gera tempo para cozinhar e se alimentar corretamente, é visível o fenômeno da alimentação baseada em fast-foods e lanches rápidos. Embora sejam campeões em praticidade, muitos desses alimentos estão associados à obesidade e problemas crônicos de saúde.
Os problemas na alimentação se somam a falta de atividades físicas, já que, além dos transtornos alimentares serem um dos efeitos da pandemia, ela impulsionou o home office, fazendo com que mais pessoas diminuíssem consideravelmente a rotina de deslocamento e de atividades físicas ao longo da semana.
Esse aumento na obesidade tem gerado, entre outras atitudes, a procura por substâncias de emagrecimento como a semaglutida. Se você não conhece essa substância que vem ganhando cada vez mais popularidade desde que seu uso foi aprovado pela ANVISA, siga a leitura e entenda mais sobre o medicamento.
A semaglutida é uma substância encontrada em remédios antidiabéticos. De forma geral, ela funciona diminuindo o nível de glicose no organismo humano. Esse papel é o da insulina, um hormônio secretado pelo pâncreas naturalmente, mas que não é secretado corretamente por pessoas com diabetes.
Além de incentivar a produção de insulina no corpo e diminuir a concentração de glicose no corpo, a semaglutida também auxilia no processo de emagrecimento.
Isso ocorre porque, ao diminuir a concentração de glicose no organismo humano, a semaglutida também provoca uma sensação de saciedade e diminui a ingestão de calorias desnecessárias.
Como você viu, o principal efeito da semaglutida é a redução da concentração de glicose no corpo, que faz com que o cérebro entenda que está saciado e não precisa mais enviar impulsos que interpretamos como fome.
Quando isso ocorre, a tendência é que as pessoas reduzam a quantidade de comida ingerida, parando de acumular um excesso de gordura no organismo.
Estudos também demonstram que a semaglutida tem sido fundamental na diminuição das obstruções das artérias, causa das principais doenças do coração e consequência muito comum da obesidade. Com o acúmulo de placas de gordura no corpo, muitos fragmentos vão parar nas artérias e obstruem a passagem de sangue aumentando o esforço de bombeamento do coração.
Dessa forma, a semaglutida traz muitos benefícios para quem busca o emagrecimento, além de ter sido comprovada como segura pela ANVISA quando utilizada com acompanhamento médico.
Embora a substância seja segura, ela também inclui alguns efeitos adversos leves. Quando estes efeitos se intensificam, é importante procurar ajuda médica imediatamente. Os efeitos colaterais incluem:
Agora que você já entendeu como a semaglutida age no organismo humano, diminuindo a glicose, causando a sensação de saciedade e auxiliando no combate à obesidade, que pode atingir 30% dos adultos brasileiros em 8 anos, é hora de descobrir que os profissionais da saúde precisam ter alguns cuidados na hora de prescrever essa substância.
Como você vai ver em seguida, é preciso que os médicos fiquem atentos às contraindicações da substância, além de se lembrar de receitar outras atividades complementares e acompanhamento médico e psicológico por conta das consequências do uso contínuo de semaglutida. Confira mais detalhes sobre cada um desses cuidados.
Embora a semaglutida seja segura e eficaz, seu uso não é adequado para algumas pessoas. Notadamente, crianças e adolescentes menores de dezoito anos, grávidas ou mulheres que estejam em fase de amamentação ou pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 1.
Além desses grupos, a semaglutida também não deve ser administrada por pessoas que têm alergias aos agonistas de receptores GLP-1, relacionados à produção de insulina no organismo.
Basicamente, a semaglutida é um remédio para emagrecer que funciona diminuindo a urgência de ingerir mais alimentos do que o necessário. Entretanto, sem um programa de reeducação alimentar e mudança de hábitos, é possível que pacientes ganhem peso novamente depois que a semaglutida for descontinuada — exatamente da mesma forma que acontece após encerrar "dietas".
Para evitar que isso ocorra, é fundamental que os profissionais da saúde ajudem os pacientes na construção de uma rotina de alimentação saudável. A ingestão de comidas saudáveis e um cardápio mais variado com vegetais e legumes é essencial.
Além dos efeitos colaterais físicos que você viu ao longo do texto, um outro grupo de efeitos envolvem alterações psicológicas, como instabilidade de humor e quadros de depressão e ansiedade.
Por essa razão, o atendimento psicológico é tão importante quanto o acompanhamento médico para prevenir sintomas muito graves do uso contínuo do medicamento.
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Nesse post, você viu como a obesidade costuma ser classificada oficialmente e porque ela tem se tornado uma séria epidemia, afetando cada vez mais pessoas no Brasil e no mundo.
Além disso, você também conheceu uma das substâncias em alta para emagrecimento: a semaglutida. Atuando como um antidiabético, ele também combate a obesidade provocando uma sensação de saciedade.
Quer entender mais sobre o tratamento da obesidade e qual como atua o endocrinologista nesse processo? Leia este outro post e entenda qual o papel do endocrinologista no tratamento da obesidade clínica.