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13.11.2024
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Equipe Afya Educação Médica
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A expansão da telemedicina facilita o acesso das pessoas aos serviços de saúde, permitindo que consultas sejam realizadas de qualquer lugar. No entanto, essa realidade traz uma preocupação crescente com a segurança de dados, principalmente no que se refere às informações pessoais e médicas dos pacientes.
O vazamento de dados sensíveis pode ter graves consequências para consultórios e clínicas médicas, já que envolve a quebra de privacidade e pode resultar em fraudes. Por isso, o uso de ferramentas adequadas e políticas de segurança eficazes é essencial para proteger o seu trabalho.
Quer saber como aumentar a proteção de dados em consultas on-line? Neste post, vamos abordar os principais desafios e melhores práticas para garantir a conformidade das suas atividades e evitar problemas legais!
Impulsionada pela necessidade de ampliar o acesso à saúde de forma segura e eficiente durante a pandemia, quando o distanciamento social limitava as consultas presenciais, a telemedicina cresceu exponencialmente nos últimos anos. Após esse período, essa modalidade se consolidou e se tornou cada vez mais relevante na oferta de cuidados médicos.
De acordo com os dados do relatório de 2023 feito pela Distrito, empresa especialista em inovação tecnológica, a telemedicina deve ter um crescimento anual de 18,8% até o ano de 2030. Outro ponto de destaque é a taxa de adesão desse serviço, que é de 87% logo nas primeiras consultas, o que significa que os pacientes estão se adaptando facilmente ao formato digital.
Além disso, 93% dos pacientes afirmaram que a telemedicina facilita o controle de prescrições, garantindo o uso adequado de medicamentos. Dessa forma, a teleconsulta tem revolucionado o setor da saúde, oferecendo mais conveniência tanto para pacientes quanto para profissionais.
As consultas on-line oferecem praticidade e acessibilidade. Imagine uma pessoa que vive em uma área remota, onde o acesso a especialistas é limitado. Com a telemedicina, ela pode se consultar com um cardiologista de renome sem enfrentar horas de viagem, por exemplo.
Essa solução não só facilita a vida de quem tem uma rotina atribulada, mas também garante que todos possam ter acesso a um atendimento de qualidade, independentemente da localização.
Além disso, a telemedicina proporciona maior agilidade. Um paciente com uma condição crônica pode fazer check-ups regulares sem ter que enfrentar longas filas, permitindo um monitoramento constante da saúde e a identificação de problemas antes que se agravem.
A modalidade também é financeiramente mais acessível, tornando os cuidados médicos mais democráticos e viáveis para a população. Para os profissionais, é uma maneira de atender mais pessoas, otimizando a gestão e aumentando a eficiência do consultório, clínica ou hospital.
Na telemedicina, os dados dos pacientes podem ficar mais expostos devido à natureza digital das interações e ao uso de diversas plataformas. A transmissão de informações pela internet pode aumentar o risco de intercepção ou acesso não autorizado. Acompanhe, a seguir, quais são os principais desafios em termos de segurança de dados em consultas virtuais.
Quando os dados não estão devidamente protegidos, informações sensíveis, como diagnósticos e históricos médicos, correm o risco de serem expostas. Se um hacker invadir um sistema vulnerável, pode divulgar esses dados ou utilizá-los para fraudes, comprometendo a reputação do profissional e do consultório, além de violar a privacidade dos pacientes.
Para evitar esse tipo de problema, é essencial adotar medidas de proteção, como o uso de criptografia de ponta a ponta em todas as comunicações e o armazenamento em servidores seguros, como aqueles baseados em tecnologias de nuvem. Também é importante treinar a equipe para seguir práticas de segurança, como evitar clicar em links suspeitos, que podem abrir portas para ataques cibernéticos.
Com tantas opções disponíveis, pode ser tentador optar por plataformas que pareçam mais convenientes, mas que não atendem aos padrões de segurança necessários. O uso do WhatsApp para atendimento de saúde, por exemplo, não é recomendado, pois essa plataforma não foi projetada para atender aos requisitos de confidencialidade médica.
O ideal é utilizar apenas plataformas reconhecidas e certificadas para atividades médicas, garantindo que operem de acordo com as normas de proteção de dados estabelecidas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Assim, você assegura que as informações dos pacientes estarão devidamente protegidas.
A autenticação fraca, caracterizada pelo uso de senhas simples e previsíveis, ou pela ausência de mecanismos de verificação adicionais, é um problema comum e perigoso, pois facilita o acesso indevido a sistemas privados.
Além disso, a reutilização de senhas representa outro risco significativo. Se uma única credencial for comprometida, todas as contas que compartilham a mesma senha ficam vulneráveis.
Uma solução eficaz para mitigar esses riscos é a implementação da autenticação em duas etapas. Esse método exige não só uma senha, mas uma outra forma de verificação, como um código enviado por SMS, criando assim uma camada extra de proteção contra acessos não autorizados.
Após uma teleconsulta, é fundamental que os profissionais de saúde atualizem o prontuário clínico de forma completa e precisa. Devem ser incluídas informações como a data e hora do atendimento, o meio utilizado (videochamada ou chat) e o número de registro no Conselho Regional Profissional.
Para garantir maior segurança e eficiência, é recomendado implementar um sistema que associe automaticamente documentos e registros aos pacientes e às datas correspondentes. Isso facilita a recuperação das informações e minimiza os erros que podem ocorrer em buscas manuais.
Sem uma política robusta de segurança digital, o médico e sua equipe podem adotar práticas inconsistentes na interação com os pacientes, como o uso de redes inseguras ou dispositivos não protegidos.
Diante disso, é essencial que os consultórios implementem uma política de segurança formal, incluindo medidas como criptografia, autenticação multifatorial e backup regular de dados. Além disso, é crucial fornecer treinamento contínuo aos colaboradores, garantindo que todos estejam alinhados com as melhores práticas de proteção digital.
Em vigor desde 2020, a LGPD busca garantir a segurança das informações pessoais de todos os cidadãos. No contexto da telemedicina, isso se reflete na responsabilidade de proteger a privacidade dos pacientes.
Dessa forma, os médicos devem implementar práticas que assegurem a integridade e o sigilo de dados sensíveis, desde sua coleta até o armazenamento e compartilhamento com outros profissionais de saúde, sempre com o consentimento claro do paciente.
É igualmente importante revisar contratos com fornecedores de tecnologia para garantir que os sistemas utilizados estejam em conformidade com a lei, adotar ferramentas que reforcem a segurança on-line e estabelecer protocolos internos para o manuseio das informações geradas em cada consulta.
A crescente adesão à telemedicina traz uma transformação significativa no acesso à saúde, mas também impõe responsabilidades cruciais quanto à segurança de dados. Mais que uma exigência legal, o respeito à privacidade no contexto médico é um compromisso ético e profissional.
Investir em soluções de proteção digital é essencial para construir a confiança dos pacientes e evitar os prejuízos que uma violação de dados pode causar.
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