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12.12.2022
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Cada vez mais a Medicina precisa aprender a lidar com novos desafios. Devido aos riscos a que a população está exposta, os impactos sobre a saúde mental são, de fato, preocupantes. Na atualidade, diferentes gatilhos podem assumir proporções gigantescas e tornar as pessoas mais vulneráveis ao desenvolvimento de diversos transtornos.
Sob essa ótica, a demanda por psiquiatras e por psicólogos aumentou bastante, pois nem sempre as pessoas conseguem resolver sozinhas alguns conflitos. Nesse sentido, o médico generalista também precisa contribuir para amenizar as consequências resultantes dessa condição.
Se você é um médico generalista ou até mesmo um clínico geral, certamente já percebeu o quanto essa responsabilidade pesa sobre os seus ombros. Veja, então, como se manter alinhado às tendências da Medicina moderna e auxiliar, mais efetivamente, para a redução da prevalência dos transtornos mentais. Acompanhe a leitura!
No último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2020, os dados revelaram um cenário decepcionante quanto à realidade da saúde mundial. Assim como acontece no Brasil, as falhas em fornecer às pessoas uma assistência qualificada nos serviços de saúde mental é, de fato, um problema global.
O Atlas de Saúde Mental é lançado pela OMS a cada três anos. O documento traz uma compilação das informações fornecidas pelos sistemas de saúde de todos os países ao longo desse período. Na verdade, ele serve como um guia para direcionar políticas de desenvolvimento e ações centradas no planejamento de serviços de saúde mental.
Entretanto, os dados demonstraram que, nos últimos anos, pouco tem sido feito para ampliar a assistência nessa área. Os desafios são enormes para os profissionais de saúde, haja vista que o atual modelo de assistência não está alinhado com as necessidades e demandas.
Mesmo antes da pandemia de Covid-19, as estatísticas já se revelavam alarmantes. Em relação ao Brasil, a OMS destaca um panorama cada vez mais preocupante: atualmente, os transtornos mentais afetam 18,6 milhões de brasileiros. Infere-se, portanto, que os impactos do novo coronavírus não apenas agravam as doenças já existentes, como trazem novas questões.
Considerando as consequências resultantes da pandemia, há uma crescente demanda por atendimento de profissionais da Psiquiatria e Psicologia, principalmente. Contudo, ainda há muita carência no suporte à saúde mental. Além disso, há escassez de especialistas nestas áreas, até mesmo na rede privada.
Em vias gerais, o percentual de fundos destinados à área de saúde tem diminuído progressivamente nas últimas décadas. Para piorar a situação, os valores repassados pelo Governo Federal aos municípios não são ajustados proporcionalmente à inflação.
Desse modo, com o aumento da demanda por psiquiatras e psicólogos, nem sempre a gestão local consegue suprir a carência. Isso preocupa a Saúde Pública, influencia diretamente o aumento da carga global de doenças e contribui para o surgimento de comorbidades.
Outro desdobramento é a dificuldade de estados e municípios administrarem os problemas decorrentes da falta de verba para a saúde. Profissionais mal remunerados e vínculos precários, por exemplo, também prejudicam a capacidade e a qualidade da assistência disponível.
Logo, a disponibilidade não acompanha a demanda pelo atendimento psiquiátrico, pois a redução das verbas impede a expansão dos serviços e favorece a superlotação da rede. Paralelamente, os médicos também se tornam vítimas desse sistema: com políticas falhas, as condições de trabalho contrariam a expectativa profissional, além de deixar as necessidades do paciente em segundo plano.
Sob uma visão romântica da realidade, é possível dizer que a vida é uma eterna busca de respostas. Na Medicina, essa premissa remete a um viés bastante significativo: a prática clínica margeia, geralmente, por caminhos que tentam compreender os fatores que levam ao adoecimento.
Porém, entender o real motivo de um transtorno mental nem sempre é fácil, já que eles estão atrelados a causas multifatoriais. Além do mais, as particularidades de cada paciente também é um diferencial relevante nesse contexto.
Diante disso, destacamos algumas questões que podem influenciar o aumento da demanda por assistência à saúde psiquiátrica. Confira!
A enorme carga de trabalho ou de tarefas escolares, os compromissos pessoais, as responsabilidades familiares e as expectativas profissionais podem levar ao esgotamento mental e físico. Logo, no estilo de vida contemporâneo há diferentes emblemas que provocam muita cobrança e desgaste psicológico.
É como se o mundo exigisse que as pessoas sejam perfeitas, rápidas, produtivas, alegres e comunicativas o tempo todo. Mais do que isso: também não é permitido errar. Porém, quem tenta se inserir nesse modelo ideal — leia-se irreal — incorre no risco de desenvolver graves transtornos psiquiátricos.
Mentes muito aceleradas costumam causar ansiedade e frustração no mesmo ritmo do pensamento. Ou seja, rápido demais. Normalmente, abalos emocionais dificultam a percepção da realidade. Nessas circunstâncias, há muita dificuldade para raciocinar e encontrar uma saída. Talvez o caminho seja tornar a jornada mais lenta e se autopreservar para conseguir desacelerar e alcançar o equilíbrio.
Quando a vida está muito cheia de cobranças e de responsabilidades além do que é suportável, geralmente, há muita dificuldade em lidar com frustrações. Por mais que se tente, ninguém acerta o tempo todo. Ou seja, em algum momento, algo sairá do controle, despertará a culpa e abrirá espaço para diferentes distúrbios psíquicos.
A falta de qualidade do sono é um fator preponderante para a instabilidade mental, já que pode ser causa e consequência desses desequilíbrios. Geralmente, o sono ruim provoca cansaço, indisposição, mau humor e pode levar ao desenvolvimento de distúrbios psicológicos. Quando já presentes, os problemas mentais também podem causar insônia.
Como já descrito, a dificuldade de acesso às terapias favorece a evolução dos transtornos psiquiátricos. Outro agravante é a persistência de preconceitos e estigmas quanto às doenças mentais. Por isso, os médicos devem orientar seus pacientes quanto à importância de cuidar da saúde integral, já que o equilíbrio emocional é essencial ao bem-estar.
Mesmo quem tem acesso aos tratamentos, seja na rede pública ou privada, nem sempre realiza o tratamento de forma adequada. Assim sendo, a descontinuidade da terapia também contribui para a piora dos transtornos mentais. Nesse sentido, priorizar a qualidade dos tratamentos é uma ação que favorece a adesão aos mesmos.
Mesmo que algumas questões corroborem para a expressão de alguns agravos à saúde mental, a pandemia de Covid-19 e as consequências do isolamento social foram determinantes. Até aquelas pessoas que não apresentavam problemas emocionais prévios, pioraram seu estado emocional.
O medo da doença, as perdas humanas, econômicas e as restrições na vida social reduziram a perspectiva quanto ao futuro. Logo, houve fortes impactos sobre variadas esferas da sociedade. Ainda que tais fatores não sejam, em si, um transtorno psíquico, a exposição frequente a esse tipo de sofrimento pode gerar insônia, angústia, medo, ansiedade e depressão.
Sob essa ótica, é possível afirmar que as mudanças resultantes da pandemia impactaram, significativamente, a demanda por psicólogos e psiquiatras. Além das questões já pontuadas, ainda há outras que não somente influenciaram o estado psíquico como deixaram resquícios ou marcas profundas nas emoções. As mais relevantes são:
Por mais que as ciências médicas tenham avançado, os ensinamentos de Hipócrates (400 a.C) ainda se aplicam até hoje. Conhecido como o “pai da Medicina”, o médico grego defendia a habilidade de comunicação como um dos mais importantes processos para uma anamnese de sucesso.
Na rotina clínica, o profissional que consegue se concentrar na fala, nos gestos e no olhar do paciente, certamente fará um diagnóstico mais preciso. A despeito do histórico clínico e dos exames disponíveis, a comunicação eficaz é a chave para conquistar a confiança do paciente e descobrir o real motivo de sua consulta.
Em vias gerais, quando um médico generalista observa que o desconforto referido pelo paciente pode ser percebido em seus olhos, é possível que a dor ultrapasse os limites físicos. Nesses casos, o ideal é priorizar um diálogo aberto e avaliar a necessidade de encaminhá-lo para as unidades especializadas em saúde mental.
Contudo, a adoção de algumas medidas pode auxiliar na redução dos agravos à saúde mental. Nesse contexto, mesmo que o médico ainda não tenha especialização na área, é possível se concentrar nos seguintes aspectos:
Um dos desafios da carreira médica é explicar para o paciente que, geralmente, a maioria dos problemas dele poderia ser evitado. Salvo exceções, os pacientes emocionalmente instáveis trazem dúvidas e indagações que não se resolvem com medicações.
Logo, é preciso orientar as pessoas sobre a importância de modificar o estilo de vida em prol da melhoria da saúde integral. Às vezes, pequenas mudanças podem resultar em grandes transformações. O campo da saúde mental, por exemplo, carece de mais investimentos em educação preventiva.
Com o aumento da demanda por especialistas nessa área, talvez seja necessário trabalhar — desde o ambulatório — ações focadas na prevenção dos distúrbios psiquiátricos. Nesse sentido, a habilidade do médico generalista e o foco no problema do paciente são importantes pilares para a promoção dessas mudanças.
Mas o que falar nas consultas para que o paciente com dificuldades emocionais alcance mais bem-estar? Como auxiliar, profissionalmente, para que ele supere as principais dificuldades e tenha mais qualidade de vida?
Tendo em vista os fatores que mais influenciam o surgimento de distúrbios psiquiátricos na atualidade, as orientações devem ser pautadas em sugestões práticas. Observe algumas delas!
Todos os dias, as pessoas são expostas a uma gigantesca carga de informações. Exceto em poucos casos, elas são desnecessárias, conflituosas, ilusórias ou desgastantes. Ajude seu paciente a perceber quando as práticas são nocivas e, sendo assim, melhor seria reduzir tais riscos.
Muitas pessoas perderam seus empregos durante a pandemia e, com isso, estão com graves problemas financeiros. Considerando os prováveis impactos na saúde mental, oriente-as na busca de estratégias que auxiliem na reparação do dano e na reorganização das finanças.
Dormir bem pode ser a solução para diferentes problemas de saúde. Como a qualidade do sono é influenciada por características individuais, explique sobre a relevância de priorizar uma rotina de sono e tornar o ambiente mais apropriado para o descanso.
Mais do que nunca, essa dica depende da adoção dos conselhos de Hipócrates, pois é preciso ter muita habilidade de comunicação para convencer os pacientes nesse sentido. Converse sobre o risco de não seguir as prescrições e o quanto isso implica no agravamento da saúde.
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