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22.6.2023
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Popularmente conhecido como Rivotril, o Clonazepam é um dos antidepressivos mais utilizados dessa classe de medicamentos. Assim, o médico generalista também precisa conhecer os riscos que envolvem essa medicação: muitos pacientes procuram atendimento médico alegando apenas a necessidade de renovação da receita de controle.
Em vista disso, a proposta deste material é sanar as principais dúvidas do leitor a respeito desse antidepressivo. Veja, então, o que é o Clonazepam, para que ele serve, como atua no organismo, os riscos de dependência e para quais finalidades é indicado. Aproveite a leitura!
Bastante indicado por psicólogos, psiquiatras e médicos generalistas, o Rivotril é um dos nomes comerciais da droga Clonazepam, que causa efeito ansiolítico. Essa droga é utilizada por adolescentes, jovens e adultos que apresentam problemas de ordem emocional, tais como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) ou depressão.
Ultimamente, os questionamentos sobre a indicação de Rivotril são cada vez maiores. Quais as implicações à saúde gerada pela banalização de sua utilização? O que o uso concomitante com álcool ou com outras drogas — lícitas ou não — pode representar para a saúde do paciente?
Por isso, há uma grande preocupação quanto ao aumento exacerbado do consumo de medicamentos dessa categoria. A cada vez mais, surgem certas dúvidas entre os médicos de outras áreas — exceto Psicologia ou Psiquiatria — sobre a real necessidade de manter o paciente com essas drogas.
O Clonazepam é uma droga classificada como ansiolítica e que integra a classe dos benzodiazepínicos, com ação direta e central sobre o cérebro. No âmbito farmacológico, esse medicamento apresenta propriedades sedativas, relaxantes e também tem função anticonvulsivante.
Quanto à farmacocinética, a droga tem distribuição rápida: por ser administrado pela via oral, a ação do Clonazepam no organismo ocorre quase de imediato. Seu mecanismo de ação leva à inibição da atividade elétrica normal do cérebro. Com isso, o paciente tem sensação de sedação, relaxamento da musculatura e posterior efeito ansiolítico.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a depressão afeta mais de trezentos milhões de pessoas. No Brasil e no mundo, essa epidemia global vem se desenrolando há décadas, mas após a pandemia de Covid-19, o panorama dessa doença tornou-se ainda pior.
Com isso, há uma busca incessante por medicamentos antidepressivos, como o Rivotril. Uma das razões destaca-se o estilo de vida contemporâneo, que impõe um ritmo muito acelerado na rotina, elevando os riscos de transtornos mentais.
No Brasil, os dados sobre o uso de antidepressivos para o controle da ansiedade, por exemplo, são impressionantes. As vendas dessas drogas atingem números exponenciais: por hora, em média, 5.144 caixas são vendidas em farmácias e drogarias, totalizando de 123.5 mil caixas por dia.
Como já descrito, o Rivotril é um benzodiazepínico que causa um efeito depressor no cérebro. Como resultado, esse fármaco reduz a excitação e a agitação, o que leva o paciente a um estado de relaxamento e de calma.
Apesar de ser usualmente indicado para tratamentos de ansiedade, o Rivotril também pode ser útil para o controle de transtornos do humor e de síndrome do pânico em adultos. Já em crianças, a droga é indicada — como segunda linha — para espasmos infantis. Em todos esses casos, o médico precisa estar atento à manifestação de efeitos adversos.
Elencamos algumas ações práticas que podem ser úteis na rotina do médico generalista quanto ao manejo dessas medicações. Observe!
O Rivotril pode ser usado na quantidade de 1 a 1,5 mg/dia, subdividida em 2 a 3 doses. A critério médico, a dose pode ser atualizada até alcançar a quantidade ideal para manutenção individual. É importante deixar claro a importância de seguir as orientações quanto aos horários de tomar a medicação.
Saber a quantidade máxima de Rivotril por dia é essencial para evitar efeitos deletérios sobre o organismo. Não se deve exceder 20 mg diárias, sob o risco de hepatotoxicidade e outros efeitos adversos, tais como hipotensão arterial, depressão cardiorrespiratória e coma.
Para evitar tolerância e dependência, não se aconselha o uso prolongado de Rivotril. Além do mais, esses medicamentos provocam efeitos colaterais, principalmente sonolência diurna, dificuldade de concentração e amnésia temporária.
Na prescrição de Clonazepam, é importante verificar o histórico do paciente. Assim, é necessário avaliar a segurança do uso e a dosagem em pacientes com problemas cardíacos. A utilização concomitante com remédios para pressão alta ou outras doenças cardíacas precisa ser analisada criteriosamente.
O médico generalista deve avaliar, criteriosamente, a necessidade de prescrever antidepressivos. Contextualmente, é importante associar a história clínica do paciente e verificar, por meio de receitas anteriores, se essa prescrição é, de fato, a melhor saída.
Contudo, entre os principais sintomas que podem exigir indicações de Clonazepam destacam-se:
Devido ao seu modo de ação e efeitos sobre o sistema nervoso central, o uso de Rivotril deve ter um controle rigoroso. Assim como todas as drogas psicotrópicas, o acompanhamento médico é essencial para evitar os riscos que eles podem causar ao organismo do paciente.
Logo, os médicos devem priorizar orientações adequadas e explicar, de forma bem clara, os riscos de dependência, caso o Rivotril seja usado à revelia. Vale destacar, ainda, as alterações cognitivas, tais como os prejuízos à memória, à capacidade de concentração, além da sonolência diurna, que afeta certos usuários.
Decerto, antidepressivos como o Rivotril podem, sim, gerar benefícios substanciais para os pacientes que apresentam certos distúrbios mentais e dificuldades emocionais. Contudo, é preciso avaliar a real necessidade do uso dessas drogas, já que não se pode excluir algumas limitações e riscos associadas ao medicamento.
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