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29.6.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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A menopausa é uma fase natural e inevitável na vida de toda mulher, caracterizada pelo fim da menstruação e pela redução da produção hormonal pelos ovários. Embora seja um processo fisiológico, ela pode trazer uma série de sintomas desconfortáveis e alterações no corpo que afetam significativamente a qualidade de vida.
É nesse contexto que a reposição hormonal surge como uma alternativa terapêutica para aliviar os sintomas e melhorar a saúde em geral durante essa fase transitória. Entretanto, nem todas as mulheres são candidatas a esse tipo de tratamento, sendo a indicação baseada em uma avaliação individualizada de cada caso.
Pensando nisso, elaboramos este conteúdo para explicar quando a reposição hormonal na menopausa é indicada, levando em consideração os sintomas, a saúde prévia da paciente e os riscos associados ao tratamento. Boa leitura!
A menopausa é um estágio natural na vida da mulher, que ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos de idade. É caracterizada pela interrupção definitiva do ciclo menstrual e pela diminuição gradual da produção dos hormônios femininos pelos ovários, principalmente o estrogênio e a progesterona, representando o final da capacidade reprodutiva.
Durante esse período de transição hormonal, o organismo feminino passa por diversas mudanças que afetam o bem-estar físico e emocional, assim como causam sinais que podem variar entre mulheres. Os sintomas mais comuns incluem:
Além dos sintomas físicos e emocionais, a menopausa também pode aumentar o risco de determinadas condições de saúde. A redução dos níveis de estrogênio está associada a um maior risco de osteoporose, doenças cardiovasculares e alterações no metabolismo lipídico. Por isso, é importante cuidar da saúde como um todo durante este período e adotar medidas preventivas adequadas.
É importante destacar que cada mulher vivencia a menopausa de forma única e que existem opções de tratamento e cuidados da saúde da mulher no climatério para ajudar a aliviar os sintomas e promover uma boa saúde durante essa fase de vida.
Como mencionamos, existem opções de tratamento e cuidados que ajudam a aliviar os sintomas e minimizar os riscos associados à menopausa. A reposição hormonal é uma das opções disponíveis, que visa restabelecer os níveis dessas substâncias no organismo feminino.
Existem diversas maneiras de realizar a reposição hormonal, mas os principais são por via oral (uso de comprimidos) e por via percutânea (com a utilização de adesivos na pele ou cremes vaginais).
Já os hormônios a serem combinados e o que estará contido nos medicamentos dependerá de algumas condições. A reposição com estrogênio e progesterona, por exemplo, é mais indicada para mulheres que ainda possuem o útero. Já a terapia somente com estrogênio é usada em mulheres que precisaram retirar o órgão devido a alguma alteração de saúde.
Sendo assim, os hormônios utilizados, a dosagem, a forma de administração e o tempo de uso devem ser determinados pelo médico após uma avaliação minuciosa e com base nas necessidades e nas queixas da mulher. Além disso, é preciso ser reavaliada periodicamente para ajuste da dose, pois existem riscos associados ao tratamento e ele deve ser feito pelo menor tempo.
Vale lembrar que nem todas as mulheres precisam se preocupar com a reposição, mas aquelas que apresentam sintomas moderados a intensos podem se beneficiar da terapia hormonal.
Os hormônios usados na reposição hormonal sintetizados em laboratório possuem estrutura química e efeitos semelhantes às substâncias produzidas pelo organismo da mulher. Em geral, a melhor substância para repor é o estrogênio, porque é o hormônio responsável por regular o calor corporal e a pele, reduzir a queda de cabelo e melhorar a secura vaginal.
Existem muitas dúvidas acerca da testosterona e da progesterona. No caso da testosterona, a reposição acontece, sobretudo, quando há uma baixa do hormônio nos exames ou se houver queixas de libido da paciente. Já a progesterona pode ser utilizada como um tipo de antagônico aos efeitos do estrogênio. Na maioria das vezes, esse hormônio está presente nas reposições, especialmente nas mulheres que têm útero.
Na maioria das vezes, as terapias hormonais com adesivos, implantes ou cremes são consideradas as mais seguras, já que são realizadas com hormônios bioidênticos, ou seja, exatamente iguais aos feitos pelo nosso organismo, e entregam os resultados esperados no controle dos sintomas da menopausa.
Para diminuir as possibilidades dessas ocorrências, é preciso que o tratamento seja prescrito levando em conta variáveis como a via de reposição, a idade da paciente, o histórico familiar e médico, a utilização de hormônios bioidênticos ou sintéticos, o conjunto de diferentes hormônios ou uso somente do estrogênio.
Além desses três tipos, também é possível fazer a reposição dos hormônios que a tireoide produz (T3, T4 e TSH), da substância responsável pelo crescimento (GH) e do hormônio que regula o sono (melatonina).
É importante destacar que o tipo e a intensidade dos sintomas é que definirão a necessidade ou não de tratamento e os tipos de hormônios necessários. Por exemplo, se a menopausa é precoce, ou seja, antes dos 40 anos, o processo é recomendado e precisa ser iniciado o quanto antes.
Portanto, não existe uma forma específica de realizar reposição hormonal na menopausa, mas sim uma paciente individualizada. Cada mulher deve ter um tratamento personalizado, conforme o que é melhor para ela.
A eficácia da terapia hormonal para aliviar os sintomas está muito bem estabelecida e seus benefícios se sobrepõem aos riscos quando é indicada para mulheres com menos de 60 anos de idade e menos de 10 anos de menopausa.
Agora que você já sabe como é feita a reposição hormonal deve estar se perguntando quando esse método é realmente necessário. De modo geral, o tratamento é recomendado para pacientes que apresentam deficiência de substâncias a ponto de afetar a saúde, sendo iniciado na chamada janela de oportunidade, período de 10 anos após a menopausa, ou até os 60 anos de idade.
No entanto, as pacientes que se encontram fora da janela não representam uma contraindicação absoluta para o tratamento e podem ser avaliadas de forma individualizada caso apresentem sintomas.
Para pacientes com histórico de câncer de mama ou de endométrio, doenças cardiovasculares preexistentes, acidente vascular cerebral e sangramentos genitais sem causa determinada não é recomendada a reposição hormonal, assim como em pacientes com alto risco de desenvolver as condições citadas acima.
É claro que a decisão de usar a reposição hormonal na menopausa deve ser individualizada, considerando os sintomas, o histórico médico e as necessidades de cada mulher, sempre em consulta com um profissional de saúde. Além disso, a decisão de iniciar o método deve ser baseada em uma conversa aberta com o médico, levando em conta não apenas os sintomas da menopausa, como também seu estilo de vida e preferências pessoais.
A abordagem individualizada é essencial para garantir que a terapia hormonal na menopausa seja segura e eficaz para cada paciente, ampliando os benefícios e minimizando os riscos potenciais.
Assim como diversos tratamentos, a reposição hormonal na menopausa apresenta contraindicações e riscos, uma vez que pode produzir efeitos colaterais e ameaças para as pacientes, sendo necessário cuidado no seu uso.
No caso do câncer de mama, por exemplo, o risco é aumentado em mulheres que utilizam hormônios combinados (estrógenos e progestágenos). Quanto ao risco cardiovascular, existe apenas em mulheres que iniciaram a reposição 10 anos após a menopausa, porque provavelmente já apresentavam disfunção vascular estabelecida antes de começar o tratamento.
Além disso, o risco de trombose venosa é duas vezes maior ao usar a terapia hormonal, sobretudo se for associado a fatores relativos à paciente, como obesidade, idade maior que 60 anos e trombofilia, assim como a fatores relacionados à dosagem, via de administração e associação do estrogênio com progesterona.
Portanto, podemos dizer que existem algumas contraindicações para esse tipo de tratamento, tais como:
É importante destacar que os medicamentos de via oral, por passarem pelo fígado, apresentam uma chance maior de efeitos colaterais, enquanto outras abordagens tendem a ser mais seguras. Por isso, a escolha entre hormônios bioidênticos (manipulados conforme receita médica) e sintéticos (formulações prontas) pode influenciar os resultados com o tratamento e os efeitos adversos.
Percebe-se, dessa forma, que há etapas do tratamento de reposição hormonal na menopausa que contribuem na redução dos riscos e fazem com que as vantagens que melhoram a qualidade de vida da paciente compensam essa abordagem.
Portanto, é necessário atentar-se para a escolha do melhor modo de administração, dose e regime terapêutico a serem empregados, como também o tempo de tratamento e a decisão conjunta com a paciente.
Embora cada mulher tenha uma experiência única, a reposição hormonal na menopausa pode ser bastante eficaz e trazer muitos benefícios às mulheres. A seguir, confira alguns deles!
Como destacamos, a reposição hormonal é extremamente eficaz na redução de sintomas comuns da menopausa, como os fogachos (ondas de calor que surgem entre 60% a 80% das mulheres) e os suores noturnos.
Além disso, pode ajudar a estabilizar os níveis hormonais, minimizando a intensidade e a frequência desses incômodos, assim como fortalecer os ossos, a pele, os cabelos, a disposição de gordura e a melhora da libido, que geralmente prejudicam a qualidade de vida e a rotina das mulheres.
A menopausa pode causar sintomas de atrofia vaginal, como secura, coceira, dor durante a relação sexual e aumento do risco de infecções do trato urinário. Por essa razão, os hormônios podem ajudar a melhorar a saúde vaginal, aumentando, assim, a lubrificação e a elasticidade e reduzindo a dor e a irritação. Ao aliviar estes sintomas, a reposição hormonal também auxilia na melhoria da satisfação sexual da mulher.
Durante o período da menopausa, ocorre a diminuição na produção de estrogênio, o que pode levar à perda óssea e aumentar o risco de osteoporose. Nesse caso, a terapia hormonal com estrogênio pode auxiliar na prevenção da perda óssea e reduzir o risco de fraturas, melhorando a saúde óssea em mulheres com menos de 60 anos na menopausa.
Diversos estudos sugerem que a reposição hormonal apresenta efeitos benéficos no sistema cardiovascular, incluindo a diminuição do risco de doenças cardíacas. Em geral, o estrogênio pode ajudar a melhorar os níveis de colesterol, reduzir a rigidez arterial e minimizar a probabilidade de formação de placas de gordura nas artérias.
Além dos sintomas físicos, a menopausa costuma afetar a qualidade de vida das mulheres devido a sintomas como alterações de humor, ansiedade, depressão, distúrbios do sono e fadiga. Sendo assim, a reposição hormonal é eficaz para melhorar esses sintomas, proporcionando uma sensação geral de bem-estar e melhorando a qualidade de vida das mulheres afetadas na menopausa.
É importante destacar que o tratamento não é adequado para todas as mulheres e que suas vantagens devem ser cuidadosamente avaliadas em relação aos riscos potenciais. Cada mulher deve discutir com seu médico os possíveis benefícios e riscos da reposição hormonal, levando em conta seu histórico médico individual e suas preferências pessoais.
Como você pôde ver, a reposição hormonal na menopausa é um tratamento bastante eficaz para aliviar os sintomas comuns que acompanham essa fase da vida da mulher. Portanto, caso apresente qualquer sintoma semelhante do apresentado e precise saber se a terapia hormonal é uma alternativa adequada, procure um especialista em saúde da mulher para ter orientações apropriadas sobre a possibilidade do tratamento para seu caso.
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