X Fechar
Em breve você receberá uma confirmação da assinatura da nossa newsletter por e-mail!
Oops! Algo deu errado, tente novamente.
Sem spam. Cancele a inscrição a qualquer momento.
Blog
Remédios para dormir: conheça os mais vendidos

Remédios para dormir: conheça os mais vendidos

Os remédios para dormir são cada vez mais procurados por pessoas que sofrem com transtornos do sono. Um levantamento realizado pela Epharma, apontou que o consumo desse tipo de medicamento dobrou no último ano — de 110 mil unidades em 2021 para 250 mil unidades em 2022, representando um crescimento de 58% em comparação ao ano anterior.

Tais dados vêm de encontro à apuração do Ministério da Saúde, indicando que 72% dos brasileiros apresentam insônia, sendo esse, um sinal de alterações na saúde mental associado ao estresse. Nesse sentido, o papel do médico é muito importante para orientar os pacientes, informando os prós e contras desses medicamentos e como utilizá-los de maneira segura.

A seguir, entenda melhor o conceito de insônia e como pode se manifestar. Conheça também as suas causas e os sintomas, as opções de tratamento e os medicamentos para dormir mais utilizados. Boa leitura!

Entenda o conceito de insônia e como pode se manifestar

A insônia é um problema que deve ser encarado com muita seriedade pelos médicos, pois impacta diretamente na saúde das pessoas. Uma noite mal dormida altera todo o funcionamento do organismo, afetando órgãos e desequilibrando os hormônios.

Trata-se de um distúrbio que afeta a capacidade de uma pessoa em adormecer ou continuar com o sono sem interrupções. Essa alteração no ciclo do sono pode se apresentar em sua forma aguda ou crônica, conforme mostramos a seguir:

  • aguda — é um transtorno passageiro, com duração de apenas alguns dias, causado por episódios de estresse, ansiedade e mudanças de hábitos;
  • crônica — ocorre quando o paciente apresenta as mesmas manifestações da insônia aguda, mas com intensidade igual ou superior, por, no mínimo, três vezes por semana ou por mais de três meses. É um quadro que pode aumentar o risco para hipertensão arterial, diabetes e depressão.

Os sinais da insônia crônica são bem característicos. Segundo a 3ª edição da Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD), o diagnóstico para esse tipo de transtorno, é definido com base nos seguintes sintomas:

  • despertar antes do horário planejado;
  • dificuldade em iniciar o sono;
  • dificuldade em manter o sono;
  • dificuldade para dormir sem a intervenção dos pais e/ou cuidadores;
  • resistência em ir para os compromissos.

Tais sintomas são sempre acompanhados de outros sinais como:

  • alteração do humor e irritabilidade;
  • alterações comportamentais como hiperatividade, impulsividade e agressividade;
  • déficit de atenção, concentração ou memória;
  • fadiga;
  • perda de motivação;
  • dificuldades no funcionamento social, familiar, ocupacional ou acadêmico;
  • preocupação ou insatisfação com o sono;
  • propensão para acidentes e erros;
  • sonolência diurna.

Essa condição só pode ser diagnosticada como insônia crônica se os sinais não forem relacionados a outro tipo de transtorno de sono. Além disso, o uso de medicação ou qualquer outra substância que altere o ciclo do sono, transtorno mental ou outra condição médica que exija tratamentos complementares com psicólogos ou psiquiatras.

Conheça as causas da insônia

A insônia pode se originar por diferentes motivos. Entre as principais causas desse distúrbio, podemos destacar as listadas a seguir:

Estresse

A rotina das pessoas está cada vez mais corrida e pesada, com menos tempo para fazer tudo o que precisa. Além disso, os problemas relacionados ao trabalho, preocupações com a família, dificuldades financeiras, compromissos nos estudos, entre as demais situações estressantes podem afetar a qualidade do sono.

Ansiedade

A ansiedade, considerada um mal do século, também altera as condições necessárias para induzir o sono. A falta de um ciclo completo do sono gera ainda mais ansiedade, comprometendo a saúde mental e física da pessoa.

Depressão

As pessoas que apresentam quadros de depressão também têm problemas relacionados ao sono. Nessas condições, elas podem dormir por um tempo prolongado ou simplesmente deixar de dormir.

Bruxismo

O bruxismo, ato de pressionar e ranger os dentes durante a noite, é uma ação inconsciente relacionada a questões emocionais. Além de causar problemas na arcada dentária, prejudica a qualidade do sono, fazendo com que a pessoa acorde muitas vezes durante a noite.

Terror noturno

Embora seja mais comum em crianças, o terror noturno também pode acontecer com adultos. Esse é um distúrbio semelhante ao sonambulismo, em que as pessoas podem sentar-se na cama, falar, gritar ou até mesmo andar pela casa. Ao acordar fica difícil retomar e manter o sono.

Noctúria

A noctúria é definida como a necessidade de acordar durante a noite para urinar, que pode ocorrer uma ou várias vezes, dependendo da gravidade da condição. Ao acordar para urinar, o paciente pode ter dificuldade para voltar a dormir.

Apneia do sono

A apneia do sono é um grave problema, em que a pessoa ronca por várias vezes, podendo até mesmo parar de respirar por alguns segundos enquanto dorme. Assim como os demais problemas que alteram o ciclo do sono, quando acorda, tende a ter dificuldades para voltar a dormir, além de ter um sono de má qualidade, não descansando o quanto deveria.

Além desses aspectos, as causas da insônia incluem diversos fatores, desde simples desconfortos ambientais (barulho e iluminação inadequada) e consumo de cafeína até transtornos mentais, que exigem tratamento específico.

Saiba como a insônia pode ser tratada

O tratamento dessa condição envolve, especialmente, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a alteração de hábitos. Também podem ser adotadas terapias alternativas e remédios naturais.

Quando essas medidas não se mostrarem suficientes para auxiliar o paciente a ter boas noites de sono, é recomendada a prescrição de fármacos. A seguir, veja os possíveis tratamentos para a insônia.

Mudanças de hábitos

As mudanças de hábitos envolvem a higiene do sono. Essa é a primeira intervenção indicada para o tratamento de insônia. Trata-se de um conjunto de hábitos e regras que visam preparar e treinar o organismo, a fim de induzir o sono, tornando a hora de dormir mais agradável.

As principais recomendações nesse sentido são:

  • estabelecer uma rotina de sono;
  • evitar o excesso de cafeína, principalmente após as 18h;
  • fazer refeições leves à noite;
  • manter o quarto silencioso e totalmente escuro;
  • não utilizar telas antes de deitar-se.

Terapia-Cognitivo-Comportamental (TCC)

Conforme o Instituto do Sono, alguns estudos indicam que cerca de 80% dos pacientes que apresentam insônia se beneficiam com a TCC. Os resultados das pesquisas indicaram que 50% tiveram o tempo para adormecer reduzido.

Outros estudos demonstraram que houve 40% na remissão da insônia e 60% de melhora mantida. Esse tipo de terapia é indicado para o tratamento da insônia nas seguintes situações e casos:

  • em adultos e idosos;
  • insônia persistente sem ou com comorbidade;
  • isolada ou associada ao uso de sedativos-hipnóticos.

Medicação

Caso as medidas anteriores não mostrem resultados significativos, a medicação é indicada. Entre os possíveis fármacos estão os hipnóticos, antidepressivos e antipsicóticos.

A escolha do medicamento ideal varia de acordo com cada paciente e o grau de transtorno do sono que ele apresenta. Esse tipo de tratamento deve ser prescrito de maneira cautelosa e ter curta duração, já que os remédios podem causar dependência e efeitos colaterais indesejáveis, a depender do organismo de cada pessoa.

Saiba quais são os remédios para dormir mais utilizados

São vários os medicamentos utilizados para o tratamento da insônia. A seguir, veja quais são os mais utilizados.

Amitriptilina

Pertence à classe dos antidepressivos tricíclicos, que inibe a recaptação da serotonina e da norepinefrina no cérebro. Também ajuda a melhorar o humor e a reduzir a ansiedade.

Esse medicamento apresenta efeitos colaterais como sono e sedação, o que permite seu uso como hipnótico. Apesar de o efeito antidepressivo demorar de 2 a 4 semanas para iniciar, é comum os pacientes relatarem uma melhoria imediata nas noites de sono.

Nortriptilina

Esse também é um antidepressivo tricíclico com efeitos colaterais hipnóticos. A escolha pelos medicamentos dessa classe costuma ser feita quando o paciente apresenta quadro de depressão associado à insônia.

Clonazepam

Trata-se de um dos benzodiazepínicos mais vendidos. É um remédio para dormir que apresenta efeito tranquilizante e sedativo, ajudando no relaxamento muscular.

Como os demais medicamentos da classe, o Clonazepam aumenta a ação do neurotransmissor GABA, diminuindo a função cerebral e gerando sono. Em usos contínuos pode provocar dependência. Também há probabilidade de a insônia piorar em resposta à abstinência.

Diazepam

O Diazepam também é um medicamento que pertence à classe dos benzodiazepínicos e pode ser adotado para o tratamento da abstinência alcoólica, ansiedade, insônia e convulsões. Tem um efeito rápido e duradouro, permitindo o controle da insônia durante a noite toda.

Contudo, no longo prazo, esse medicamento pode levar à dependência e sintomas de abstinência ao ser suspenso. Nesse sentido, é importante que ele e os outros da mesma classe sejam administrados por curtos períodos.

Também devem ser combinados com as medidas de higiene do sono e Terapia Cognitivo-Comportamental para que a insônia crônica consiga ser resolvida.

Zolpidem

Esse é um medicamento novo derivado da Imidazopiridina, que possibilitou o tratamento da insônia sem os efeitos colaterais dos benzodiazepínicos. Embora atue também no receptor do GABA, atua de maneira diferente e o seu principal efeito é a indução do sono, sem alteração da sua estrutura e pode também causar dependência e sintomas de abstinência.

Zopiclona

A zopiclona é uma medicação que consegue manter o sono durante a noite, além de contar com efeitos ansiolíticos, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. Também não altera a estrutura do sono. A dependência e abstinência é menor do que os da classe dos benzodiazepínicos.

Apesar das vantagens que oferece, o medicamento costuma provocar um gosto amargo na boca, o que diminui a aderência ao tratamento.

Trazodona

É um antidepressivo atípico com ação semelhante aos benzodiazepínicos e antidepressivos tricíclicos. O medicamento age contra a depressão, ansiedade e insônia, sendo considerado um bom indutor de sono em pessoas que também sofrem dessas outras condições.

Remalteona

Esse é um medicamento relativamente novo, regulamentado pela Anvisa em 2017. Ele é recomendado para as pessoas que têm dificuldades em começar a dormir. Enquanto a maioria dos medicamentos contra a insônia atua na desaceleração do sistema nervoso central, a Remalteona funciona de maneira semelhante à Melatonina, regulando o sono.

Bromazepam

Remédio indicado para tratar da ansiedade, tensões e outros problemas de origem psicológica. Também pode ser receitado para pessoas que apresentam transtornos no humor, como o bipolar e a esquizofrenia.

Em doses adequadas e para alguns casos, o medicamento também pode ser utilizado para tratar a insônia, já que seu princípio ativo ameniza determinados problemas psicológicos.

Remédios naturais e suplementos

Além dos medicamentos citados, há também os remédios naturais e soluções caseiras que podem ajudar a dormir melhor. Mas é importante observar que essas opções são válidas para os casos mais simples da insônia ou como forma complementar às medicações prescritas pelos médicos.

A seguir, conheça alguns desses remédios alternativos.

Melatonina

Embora a melatonina não induza o sono, ajuda a sincronizar essa função, já que a sua ação hormonal se relaciona diretamente com o controle do relógio biológico e do metabolismo. Em geral, esse suplemento é indicado para o tratamento de insônia leve e moderada em idosos.

A Melatonina proporciona um efeito hipnótico e sedativo, ajudando a promover a manutenção do sono. A dose aprovada e recomendada pela ANVISA é de 0,21 mg por dia para adultos maiores de 19 anos. Deve ser tomada por via oral, na forma de comprimido ou gotas, 1 a 2 horas antes de deitar.

Raiz valeriana

Essa é uma planta medicinal muito popular, podendo ser encontrada facilmente em boticas e lojas de produtos naturais. A Raiz valeriana é utilizada como remédio para dormir há muito tempo.

Os povos antigos a utilizavam como um sedativo para fortes dores. Em doses moderadas, essa erva pode ser utilizada para o tratamento de alterações no sono e diminuir a frequência da insônia. Contudo, a erva tem um efeito que pode demorar algumas semanas para ser notado.

Chá de camomila

O chá de camomila é um conhecido calmante natural, muito utilizado por pessoas com estresse ou que ficam nervosas com facilidade. O seu efeito se deve a uma substância chamada de apigenina, encontrada na planta.

Essa substância é responsável por fazer ligação com os receptores GABA, que promovem o relaxamento do sistema nervoso, gerando a sonolência. Além disso, o chá é agradável e muito saboroso, ideal para ser tomado alguns minutos antes de ir dormir.

Óleo de lavanda

Esse óleo é um calmante natural que melhora a qualidade do sono quando aplicado no corpo, por ter um efeito relaxante.

Passiflora

Planta medicinal com uma composição muito rica em flavonoides e alcaloides. Esses dois elementos contribuem para a redução da atividade motora, além de ter um efeito sedativo. Dessa forma, o seu uso promove um sono prolongado, evitando as diversas interrupções durante a noite.

A Passiflora pode ser in natura, para fazer o chá, ou em cápsulas, como suplemento, que pode ser ingerido em pequenas doses antes de ir dormir.

Erva-cidreira

O chá de erva-cidreira é um produto muito consumido e suas propriedades calmantes ajudam a melhorar a qualidade do sono. A erva pode ser encontrada em feiras e lojas de produtos naturais, farmácias e supermercados, na forma já desidratada.

Entenda os prós e contras no uso de medicamentos

Alguns medicamentos podem ser seguros para tratar a insônia, desde que o seu uso seja racional e tenha um acompanhamento médico. Mas é importante considerar os prós e contras antes de prescrever medicações. Determinados remédios podem provocar tolerância, perda de efeito ou despertar precoce, exigindo uma dose adicional no meio da noite.

Esse aumento da dose que anteriormente era suficiente, associado ao acordar no meio da noite para outra dose de medicamento, pode ser um sinal de alerta para a não prescrição. Contudo, esse é um efeito que pode se manifestar em apenas algumas pessoas e com determinadas substâncias.

Sabemos que todos os remédios (e até os produtos naturais) provocam efeitos colaterais que variam dependendo da composição, dosagem e duração do medicamento no organismo. Os mais comuns envolvem:

  • sonolência prolongada no dia seguinte;
  • dores musculares;
  • dor de cabeça;
  • prisão de ventre;
  • dificuldade de concentração;
  • boca seca;
  • tontura;
  • instabilidade no humor;
  • insônia por rebote.

Além disso, é preciso considerar outros riscos como interações medicamentosas e a possibilidade de camuflar alguma condição de saúde que possa exigir tratamento médico. A falta de sono, muitas vezes, pode ser apenas um sinal de outras doenças que ficam mascaradas pelo uso de remédio para insônia.

Cuidados na prescrição médica

Na prática da Medicina o mais frequente é nos deparamos com pacientes que utilizam continuamente e por longos períodos medicamentos indutores do sono. O fato é que isso pode gerar uma série de riscos, como:

  • dependência química — especificamente no caso dos benzodiazepínicos;
  • quedas.

Diversas sociedades da área médica condenam essa conduta, incluindo a American College of Physicians (ACP). A propósito, no Guideline para Manejo da Insônia Crônica em Adulto de 2016, essa instituição fez as seguintes recomendações:

  • todos os pacientes adultos devem receber Terapia Cognitivo-Comportamental como tratamento inicial para insônia crônica;
  • os médicos devem utilizar uma abordagem de tomada de decisão compartilhada, discutindo sobre benefícios, riscos e custos de medicações de curto-prazo;
  • decidir sobre a inclusão de terapia farmacológica em pacientes adultos com insônia crônica, para os quais a TCC sozinha não tenha apresentado êxito.

No mesmo texto, a ACP faz outras considerações:

  • as medicações devem ser, idealmente, usadas por não mais do que 4 a 5 semanas, e as habilidades aprendidas na TCC, adotadas por longo prazo;
  • antes de recomendar o uso de medicações para insônia, os médicos precisam levar em conta as causas com potencial de tratamento de insônia secundária como dor, depressão, hipertrofia prostática benigna, abuso de substâncias e outros distúrbios como apneia do sono e síndrome das pernas inquietas;
  • após uma decisão conjunta pela tomada de medicação contínua por não mais do que 4 a 5 semanas, o médico precisa reavaliar a necessidade de medicação em intervalos periódicos;
  • considerar os benefícios e riscos do uso de medicação por longo período;
  • idosos podem ser mais sensíveis a medicações e seus efeitos adversos, devendo ser monitorados de perto quando tratados com farmacológicos.

Remédios para dormir devem ser utilizados com cautela

Conforme mostramos ao longo deste artigo, os remédios para dormir têm apresentado grande demanda, sinalizando que os brasileiros estão passando por dificuldades com insônia. Esse também é um sinal de alerta para a necessidade de mais profissionais preparados para atender a essas pessoas. Conheça e experimente gratuitamente nossos cursos de extensão!

Gostou deste artigo e quer saber mais sobre os temas que envolvem a prática da Medicina? Assine a nossa newsletter gratuita e receba nossas publicações diretamente em sua caixa de e-mail!