Linha de frente: como os profissionais da saúde ajudaram o país a passar pela pandemia

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No pior momento da pandemia da Covid-19 no Brasil, o país registrou impressionantes 4 mil óbitos diariamente. Isso significa que, em apenas 24h, morriam por aqui o equivalente a 10 acidentes aéreos em números de vítimas.

Em um dos momentos mais dramáticos da doença, mais de 114 mil pessoas foram contaminadas em apenas um dia. Até agora, o país registrou mais de 600 mil mortos e quase 22 milhões de casos positivos da doença.

Por trás desses números frios, contudo, se esconde o trabalho incessante de médicos, enfermeiros e demais profissionais envolvidos no atendimento de saúde nas redes pública e particular de todo o país. Foram eles que estiveram - e ainda estão - atuando na linha de frente do enfrentamento à pandemia, isolando e tratando pessoas infectadas pelo novo vírus, um trabalho que reforçou a importância da classe médica para toda a sociedade.  

Mas qual foi o Impacto do Covid-19 nos profissionais de saúde? Este é o tema do artigo de hoje.

Trabalho dobrado  

O alto número de pessoas infectadas no país ao longo da pandemia sobrecarregou o sistema de saúde nos períodos mais críticos. Um enorme contingente de pacientes procurou atendimento médico ao mesmo tempo, o que fez as equipes de saúde trabalharem como nunca, em um verdadeiro esforço de guerra.  

De acordo com os resultados de uma pesquisa realizada pela Fiocruz em todo o território nacional entre 2020 e 2021, a pandemia alterou de modo significativo a vida de 95% dos trabalhadores da saúde. Os dados revelam ainda que quase 50% admitiram excesso de trabalho ao longo do enfrentamento da Covid-19, com jornadas que passavam de 40 horas semanais. Já 45% deles precisaram de mais de um emprego para sobreviver.  

Impactos sobre a saúde mental dos profissionais  

Um estudo chamado Pandemia na Linha de Frente, conduzido pela PEBMED, healthtech de conteúdo para médicos da Afya Educacional, mostrou que 89% dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente do combate à Covid-19 estavam psicologicamente cansados.

O levantamento da PEBMED também expressa que os trabalhadores de linha de frente enfrentaram dificuldades como disponibilidade de equipamentos, insumos e mão de obra. Dos profissionais da saúde ouvidos pela pesquisa, 70,8% relataram alguma indisponibilidade de leitos de UTI. Outros 56,6% afirmam que, em algum momento, enfrentaram a falta de respiradores mecânicos, enquanto 67,5% disseram ter faltado profissionais suficientes para atender à demanda.  

Esforço na vacinação

Médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde foram também extremamente relevantes no avanço da vacinação em todo o território nacional, mesmo com o atraso na chegada dos imunizantes.

Dentro da estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), foram eles quem operacionalizaram a aplicação das vacinas na ponta, garantindo que, em dezembro de 2021, 75% da população estivesse vacinada com pelo menos uma dose - uma das taxas mais altas do mundo.  

Pandemia escancarou importância dos profissionais da saúde e do SUS

Ao custo de milhares de vidas dos brasileiros, da saúde dos times envolvidos no combate ao vírus na linha frente, da pressão na estrutura do serviço público de saúde, o país começa agora a encarar certa normalidade, com baixo número de infectados e mortes diárias. Se antes a sociedade já acreditava que a saúde era um dos temas mais importantes na construção de um país mais forte e menos desigual, depois da pandemia isso ficou ainda mais óbvio.

E uma saúde de qualidade passa também pela valorização de médicos, enfermeiros, assistentes, técnicos e todo o time envolvido na proteção da vida de cada paciente. Esses profissionais foram e ainda são a força motriz que poderá vencer a Covid-19 de vez, devolvendo a normalidade à vida de toda a população.

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