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14.2.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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Completar 60 anos de vida é, atualmente, bem diferente de antigamente, pois chegamos à terceira idade sem nos sentirmos "idosos" e enxergando um futuro pela frente. Porém, vivendo mais, as pessoas convivem por mais tempo com as doenças relacionadas ao envelhecimento — tanto as pré-existentes, quanto as surgidas com a idade avançada.
Segundo o IBGE, os brasileiros sexagenários já superam em seis milhões o número de crianças com até nove anos de idade. Já de acordo com o "Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros" (ELSI - Brasil 2019=2021), 07 em cada 10 idosos apresentam, ao menos, uma doença crônica.
Mas para viver mais e melhor, é preciso prevenir ou tratar, adequadamente, as doenças crônicas e as infecciosas — que acontecem em todas as idades, mas tendem a ser piores na idade avançada, devido à deficiência imunológica e outras complicações de saúde.
A seguir, apresentamos as 10 principais doenças que afetam os idosos, suas causas, sintomas, tratamentos e como preveni-las. Acompanhe!
De acordo com o Ministério da Saúde, a hipertensão atinge 35% da população brasileira, sendo responsável por 80% dos casos de acidente vascular encefálico (AVE), antes denominado acidente vascular cerebral (AVC), e 60% dos ataques cardíacos no Brasil.
A origem da hipertensão arterial se deve ao estilo de vida pouco saudável, como a má alimentação e o sedentarismo, além de um componente genético importante.
Por não apresentar sintomas significativos — sobretudo quando a pressão arterial está apenas um pouco elevada —, a aferição frequente da pressão favorece a identificação e o controle da doença.
Contudo, quando a pressão está muito elevada, ocorrem sintomas como:
Os medicamentos anti-hipertensivos devem ser utilizados quando a pessoa não consegue controlar a pressão com medidas como aumentar a ingestão de água e diminuir a de sal, além de abandonar o sedentarismo.
É possível evitar a pressão alta com hábitos de vida saudáveis, mencionados anteriormente, além de evitar situações estressantes.
As doenças cardiovasculares mais graves são as que afetam o coração como o infarto do miocárdio, o acidente vascular encefálico e os problemas na coagulação sanguínea, como a trombose.
O envelhecimento natural do corpo leva ao endurecimento das artérias, fator importante para as doenças cardiovasculares. Além disso, sedentarismo, obesidade e cigarro são fatores de risco para o surgimento ou agravamento desses problemas.
Os sinais dependem da doença. Em caso de AVE, por exemplo, pode ocasionar problemas na locomoção, na fala e nos movimentos (como não conseguir levantar os braços, por exemplo) e apresentar um dos lados do corpo (lábios, braços e mãos) entortados, pode ser sinal de AVE.
Já com relação ao infarto, os sintomas são diferentes em homens e mulheres, independente da idade. Veja!
Uma pressão no peito costuma ser o primeiro sinal, podendo acompanhar suor frio, dor nos braços, na boca do estômago e na mandíbula. Além disso, pode ocorrer vertigem e desmaio.
No sexo feminino, os sintomas são muito variados, podendo se apresentar como queimação e pontadas em áreas diversas do peito.
Da mesma forma, em casos de problema no coração, a abordagem depende da condição. No AVE, a abordagem depende da extensão e do tipo de AVE (isquêmico ou hemorrágico). O paciente idoso deve permanecer internado por aproximadamente 48h para ver a evolução do quadro. Após a alta, a fisioterapia ajuda a retomar a fala e os movimentos.
Para o infarto, o paciente receberá medicamentos para estabilizar o quadro cardíaco, será orientado a exercitar-se, alimentar-se bem e voltar ao médico regularmente.
Para prevenir o infarto, é preciso focar nas atividades físicas regulares e na reeducação alimentar, além de ficar longe de substâncias como cigarro, bebidas alcoólicas, drogas e açúcar.
Oriente os pacientes sobre os alimentos ricos em carboidratos — pois levam à produção de triglicérides e colesterol pelo organismo —, bem como a evitarem alimentos gordurosos e frituras, que causam inflamação no corpo, levando ao endurecimento arterial.
Por fim, quem tem tendência (familiar ou histórico anterior) às doenças cardiovasculares, deve ser orientado a ir ao médico cardiologista com a periodicidade determinada por ele.
O aumento da gordura corporal e a perda de massa muscular faz o corpo não responder nem processar a insulina — o hormônio regulador dos níveis de glicemia sanguínea — adequadamente, ou seja, diminui sua produção ou seu aproveitamento. Se não tratada, a diabetes tipo 2 traz consequências para os rins, olhos, coração etc.
Os maus hábitos alimentares são fatores preponderantes, mas a hereditariedade também pode estar presente.
Os sinais mais presentes são:
Outros sintomas, menos frequentes, mas que podem aparecer são a náusea, o vômito e as mudanças de humor.
O tratamento é embasado no estágio da doença. Assim, se a alta glicêmica for pequena, uma reeducação alimentar poderá reverter os sintomas, mas é preciso total adesão do paciente, de seus familiares, nutricionista, geriatra e cuidadores.
Se não houver resultado, adesão baixa, ou ainda, quando a doença demora a ser diagnosticada, é necessário usar medicamentos, como a metformina, uma a duas vezes ao dia, às refeições — sempre com prescrição e acompanhamento médico.
Com o avançar da doença, sobretudo se o paciente idoso não utilizar a medicação, pode ser preciso prescrever insulina (com posologia individualizada), além do acompanhamento de um médico endocrinologista.
Dica: No tratamento emergencial para diabetes em pronto socorro, primeiramente, é preciso verificar se a glicemia do paciente está alta (hiperglicemia) ou muito baixa (hipoglicemia).
Neste último caso, uma solução açucarada resolve o problema. Já na hiperglicemia, pode ser preciso aplicar insulina. De qualquer forma, é fundamental perguntar ao paciente se ele já é diabético ou se esse foi o primeiro episódio ocorrido.
Para prevenir a doença, deve-se atentar para o estilo de vida, pois a alimentação incorreta (rica em carboidratos), o abuso de bebidas alcoólicas e o sedentarismo são fatores determinantes para a condição. Assim, anote o que recomendar ao seu paciente:
O Alzheimer é um tipo de demência que acomete preponderantemente as pessoas idosas — a partir dos 65 anos, em média. A doença causa deterioração progressiva e irreversível das funções cognitivas.
No início, a falta de memória e a dificuldade de concentração são os principais sinais. Em seguida surge a falta de atenção, a dificuldade de articular o pensamento e de utilizar a linguagem.
O diagnóstico precoce pode retardar o avanço da doença. São utilizadas uma combinação de medicamentos, bem como a adoção de certos hábitos, como a alimentação saudável, a prática de atividades físicas, o convívio social, a estimulação das funções cognitivas etc. Além disso, é fundamental a ajuda, a paciência e a compreensão dos familiares.
Para prevenir, convém adotar os hábitos:
Esta é uma enfermidade oftalmológica que atinge o cristalino de um ou de ambos os olhos, que ficam opacos e, dessa forma, prejudicam a visão. Quanto maior o comprometimento ocular, maior também é o risco de quedas, que podem levar a fraturas.
Alguns hábitos levam ao aparecimento de catarata como:
O principal sinal de que a pessoa está com catarata é a dificuldade de enxergar, que aumenta progressivamente conforme a doença avança.
Em estágio inicial, a doença pode ser acompanhada, já que nem todos os casos progridem para o alto comprometimento do cristalino. Porém, quando a visão está muito afetada, a solução é uma cirurgia que substitui a lente ocular acometida.
Ao adotar algumas medidas, o paciente pode retardar o aparecimento, a progressão de uma catarata em estágio inicial e, até mesmo, evitar que ela apareça. Para isso, é preciso:
Assim como outros transtornos mentais, a depressão pode acontecer em qualquer idade, mas após os 60 anos ela tende a ser frequente.
Nesse sentido, é fundamental lembrar que — assim como a saúde física — a saúde mental é parte essencial da boa qualidade de vida.
Infelizmente, os sinais nem sempre são evidentes em pessoas mais velhas, já que os sinais mais clássicos da doença podem não aparecer em idosos. Por isso, o médico de confiança (como o geriatra) e a família devem se atentar a sintomas como falta de ânimo para realizar atividades do dia a dia, dores devido a queixas específicas, descuido da higiene etc.
O acompanhamento médico e psicológico é fundamental, além do incentivo aos hábitos saudáveis e uma rotina com atividades lúdicas, podem favorecer a melhora dos problemas gerados pela depressão.
Pessoas que têm familiares com depressão, podem prevenir seu aparecimento cuidando da mente e do corpo. Para isso, é importante manter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas regulares — pois liberam hormônios e neurotransmissores importantes para manter o humor.
Aprender a lidar com o estresse e compartilhar os problemas do dia a dia com amigos, familiares, ou mesmo fazendo terapia, é fundamental. Outras formas que favorecem a prevenção da doença depressão são:
Tais atividades ajudam a manter a cabeça ativa e a ocupar a mente com pensamentos positivos.
Trata-se de uma doença neurológica degenerativa e progressiva, que afeta áreas do cérebro levando à degeneração contínua, comprometendo demasiadamente a vida do paciente, podendo trazer problemas secundários como a ansiedade e a depressão.
O Mal de Parkinson é originado pela diminuição da dopamina na região cerebral (próximas aos neurônios), neurotransmissor que comanda os processos bioquímicos relacionados ao desenvolvimento motor.
Ainda que não haja cura até os dias atuais, a doença de Parkinson pode ser controlada por meio de medicamentos, além de fisioterapia para preservar movimentos e/ou retardar a piora da doença.
Neste caso, o ideal é manter o cérebro saudável e praticar atividades físicas regulares para ajudar na oxigenação cerebral, garantindo a renovação constante dos neurônios.
Além disso, consumir alimentos ricos em antioxidantes favorecem o organismo com substâncias essenciais para seu bom funcionamento, prevenindo doenças neurodegenerativas.
Esta doença que acarreta a diminuição da massa óssea afeta mais mulheres do que os homens, pela relação com as alterações hormonais pós-menopausa, tornando os ossos mais fracos.
Com isso, a pessoa fica mais suscetível às fraturas — de pulso, vértebras e quadril —, um problema muito comum entre as doenças que afetam os idosos.
Perda de massa óssea pelos motivos relacionados acima, além de dores crônicas na coluna, que levam o idoso a se curvar e, assim, prejudicar a manutenção da coluna ereta.
Para tratar a osteoporose, é preciso suplementar o idoso com cálcio e vitamina D, fisioterapia, além do abandono dos maus hábitos — como o tabaco e as bebidas alcoólicas.
As medidas preventivas são o aporte adequado de vitamina D e de cálcio (pelo consumo de laticínios e verduras verde escuras ou por suplementação), além dos exercícios (com pré-avaliação médica e acompanhamento de um profissional de educação física), bem como evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas.
São várias as infecções — em geral bacterianas, mas também por fungos e vírus — que causam a infecção urinária como a uretrite (uretra), cistite (bexiga) ou pielonefrite (rins).
Para o médico generalista, que costuma atender pacientes em quadro agudo, e também para o médico clínico, é muito interessante saber que antes dos 50 anos, as mulheres são as mais afetadas por esse tipo de infecção, por suas características anatômicas.
Já os homens, a partir da mesma idade, têm a próstata aumentada, tornando-os mais propensos a esse problema. Outro fator desencadeante é o diabetes descontrolado, que favorece o desenvolvimento de infecções.
Além disso, os idosos que usam fraldas geriátricas têm maior tendência às infecções urinárias, demandando atenção redobrada de familiares e cuidadores.
Os sinais mais comuns de são:
O médico pode prescrever antibióticos (antimicrobianos), além de recomendar beber mais água, em geral dois litros por dia e realizar a higiene adequada da área genital, bem como se alimentar adequadamente, com mais frutas e legumes.
Para prevenir infecções urinárias em qualquer idade, mas sobretudo em idosos, as recomendações são:
As infecções respiratórias afetam tanto o trato respiratório superior (seios nasais, nariz, garganta e faringe), quanto o inferior (laringe e pulmão).
A tendência à baixa imunidade leva estas pessoas a ficarem propensas a desenvolver doenças sazonais e respiratórias, que podem mais facilmente evoluir para quadros muito mais complicados, levando a um alto número de óbitos se comparado com a população mais jovem.
A maioria das infecções do trato respiratório são provocadas por vírus, bactérias e fungos. Aliás, a infecção bacteriana pode, inclusive, ser secundária à viral. Isso porque, estando o local inflamado e “irritado”, facilita a formação de colônias bacterianas.
As infecções respiratórias costumam apresentar sintomas como:
Nos mais jovens, a maioria desses sintomas desaparecem em alguns dias. No entanto, as infecções respiratórias em idosos requerem maior atenção à evolução do quadro, pela tendência ao agravamento.
Confirmada a infecção — com alguns dos sintomas: pus na garganta, nariz e ouvidos, febre alta, catarro espesso e com coloração escura e dor nos linfonodos do pescoço —, o médico deve prescrever antibióticos (antimicrobianos), anti-inflamatórios e analgésicos, além de recomendar maior ingestão de água.
As medidas preventivas incluem a vacinação anual contra gripe (Influenza) e pneumonia, além de manter o esquema vacinal contra a Covid. Outras formas é manter os ambientes ventilados, sobretudo em períodos mais frios, pois nos locais fechados a circulação de agentes infecciosos é facilitada.
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Neste artigo, você conheceu as 10 principais doenças relacionadas ao envelhecimento, quais suas causas, sintomas, tratamentos e as formas de preveni-las.
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