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Conheça o primeiro remédio produzido por inteligência artificial

Conheça o primeiro remédio produzido por inteligência artificial

As tecnologias inteligentes têm sido protagonistas de grandes mudanças nos mais diversos segmentos do mercado, otimizando processos e resultados. As áreas médica e farmacêutica também estão colhendo bons frutos ao investir nesse recurso, o que ficou evidente a partir do primeiro remédio produzido por inteligência artificial (IA), para tratar uma doença pulmonar.

Embora a IA já estivesse presente no ramo da saúde, essa é a primeira vez que é utilizada em todas as etapas da produção de um medicamento. O seu uso possibilita mais rapidez para desenvolver a substância, impactando, inclusive, na economia dos seus custos finais.

Quer saber mais sobre o assunto? Neste post, vamos abordar todas as curiosidades sobre essa novidade. Confira!

Como a inteligência artificial tem evoluído nos últimos anos?

A inteligência artificial (IA) consiste em um ramo da ciência da computação que se concentra em criar sistemas e algoritmos que executam tarefas que anteriormente só poderiam ser feitas por seres humanos, como aprendizado, raciocínio, resolução de problemas e reconhecimento de padrões.

Esses sistemas utilizam vastos conjuntos de dados e algoritmos avançados para tomar decisões, aprender com experiências passadas e aprimorar seu desempenho ao longo do tempo.

Entre os principais progressos relacionados à inteligência artificial está o desenvolvimento de modelos de linguagem de grande escala, como GPT-3, que se destacam por apresentar habilidades impressionantes em compreensão de texto e geração de linguagem natural, o que impulsiona aplicações em tradução automática e chatbots, por exemplo.

Além disso, há uma expansão notável em visão computacional, com modelos de redes neurais convolucionais cada vez mais eficazes na detecção e classificação de objetos em imagens, beneficiando a automação industrial, veículos autônomos e sistemas de segurança.

A adoção da IA na Medicina também tem crescido a passos largos, sobretudo, no que diz respeito ao uso de algoritmos de aprendizado profundo, que auxiliam no diagnóstico de doenças por imagem, na pesquisa de tratamentos personalizados e produção de remédios, de modo a ampliar a eficácia dos cuidados de saúde.

Como os remédios podem ser criados por IA?

A IA pode ser empregada em diferentes etapas da criação de medicamentos, tornando-os mais rápidos e eficientes. Entenda, a seguir, como essa tecnologia pode ser utilizada na indústria farmacêutica.

Descoberta de novos fármacos

Laboratórios renomados já estão aplicando a inteligência artificial para analisar dados genômicos, proteômicos e químicos para identificar alvos terapêuticos e moléculas candidatas que tenham potencial para se tornarem medicamentos.

Algoritmos de aprendizado de máquina podem prever como diferentes compostos interagem com alvos biológicos, acelerando a identificação de novos candidatos a remédios.

Otimização da formulação

Os recursos inteligentes podem otimizar as formulações de substâncias já existentes, melhorando a eficácia, a solubilidade e a biodisponibilidade das substâncias ativas, o que resulta em produtos mais eficazes e de alta qualidade.

Desenvolvimento de processos de fabricação

O uso da IA pode se estender aos processos de fabricação dos medicamentos. Uma empresa farmacêutica, que produz drogas em larga escala, pode adotá-la para reduzir custos e aumentar a eficiência de suas atividades por meio de sistemas inteligentes que monitoram as etapas de produção constantemente, coletando dados em tempo real, como temperatura, pressão, pH e outras variáveis críticas.

Triagem de efeitos colaterais

Com base em dados genéticos e clínicos de pacientes, a inteligência artificial na saúde pode personalizar tratamentos, determinando a dose e a substância mais adequadas para cada indivíduo.

Identificação de compostos reutilizáveis

Para economizar tempo e recursos com longas pesquisas e desenvolvimento de medicamentos, a IA pode ser direcionada para identificar compostos existentes que podem ser reutilizados para tratar diferentes condições médicas.

Monitoramento de ensaios clínicos

A partir da sua capacidade de analisar dados em tempo real, a IA pode monitorar ensaios clínicos para reconhecer e resultados relevantes, o que acelera a tomada de decisões e melhora a eficiência dos testes de fármacos.

Quais medicamentos podem ser criados por essa tecnologia?

Um dos fatores que impulsionam o uso da IA na área da saúde e farmacêutica é a ampla gama de medicações que podem ser produzidas por ela.

Isso porque, a possibilidade de análise de grandes conjuntos de dados, identificação de padrões e previsão de interações moleculares a torna valiosa para desenvolver substâncias capazes de tratar diferentes condições médicas e necessidades terapêuticas.

Recentemente, a IA vem sendo usada para a descoberta de novos antibióticos e na identificação de terapias antimicrobianas mais eficazes para combater infecções resistentes a medicamentos.

Ademais, o recurso também é útil para a criação de remédios para doenças raras, onde a pesquisa tradicional pode ser limitada, descobrindo alvos terapêuticos e compostos promissores.

Qual remédio já está sendo produzido por IA?

A área da Pneumologia é uma das primeiras beneficiadas pelo uso da inteligência artificial para desenvolver medicações.

Em 2023, a Nvidia, organização dos Estados Unidos que produz componentes eletrônicos, e a Insilico Medicine, empresa de biotecnologia de Hong Kong, fizeram uma parceria que deu origem ao NS018_055, remédio que auxilia no tratamento de doença crônica do pulmão, a fibrose pulmonar idiopática.

Inicialmente, havia descrença de que essa tecnologia poderia ser empregada na produção de fármacos. No entanto, a iniciativa foi um sucesso até o momento e a substância já está sendo testada em seres humanos.

Como o medicamento foi desenvolvido?

A inteligência artificial foi aplicada em todas as etapas de produção do NS018_055. Ela atuou diretamente na identificação de moléculas que serviriam de fundamento para a droga, contribuiu para a descoberta de novos compostos e ainda foi capaz de prever boa parte dos resultados obtidos.

Ao todo, a IA ajudou no desenvolvimento de 12 medicamentos, mas somente três deles tiveram sustentação suficiente para evoluir para a etapa de ensaios clínicos. Posteriormente, o NS018_055 foi o primeiro a ser encaminhado para testes em pessoas.

Essa jornada durou menos de 18 meses, enquanto o processo tradicional, sem uso da tecnologia, pode demorar até seis anos. Em se tratando dos custos, o modelo convencional pode demandar até 1,9 bilhão de reais, já no contexto que utiliza a IA, esse valor pode cair para aproximadamente 194 milhões de reais.

Dessa forma, entende-se que a IA pode ser uma importante aliada para reduzir o tempo e os custos de produção na indústria farmacêutica.

Quais são as perspectivas para o futuro?

O futuro da IA na produção de medicamentos é promissor e abrangente. Espera-se que ela continue desempenhando um papel importante em todas as etapas do desenvolvimento de remédios, desde a identificação de alvos terapêuticos até a otimização de formulações e a personalização de tratamentos.

Com o avanço das técnicas de aprendizado de máquina e análise de dados, a IA pode acelerar ainda mais a descoberta de novas drogas, tornando-as mais eficientes e acessíveis.

Uma vez que pode analisar grandes volumes de dados e reconhecer padrões sutis, as ferramentas inteligentes devem facilitar a compreensão de doenças de modo mais profundo, o que colabora para a criação de tratamentos mais personalizados e eficazes na era da saúde 5.0.

A possibilidade de ter um remédio produzido por inteligência artificial representa um enorme avanço na utilização da tecnologia no setor farmacêutico. Muito em breve, a IA permitirá que medicamentos mais eficazes e acessíveis sejam disponibilizados ao mercado em menor tempo, melhorando a qualidade de vida de pacientes nas mais diversas condições.

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